Feira de Santana

Moradores dos distritos da Matinha e Tiquaruçu enfrentam dificuldades para receber atendimento no Cras

Apesar dos transtornos com deslocamento e custos das passagens, muitos deles afirmam que é uma alternativa para resolver pendências pessoais.

CRAS do bairro Cidade Nova em Feira de Santana
CRAS do bairro Cidade Nova em Feira de Santana | Foto: Paulo José / Acorda Cidade

Moradores da zona rural de Feira de Santana tiveram que se deslocar até a sede do município em busca de atendimento no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) no bairro Cidade Nova.

Os moradores são dos distritos da Matinha e de Tiquaruçu, regiões que não contam com unidades do Cras. Apesar dos transtornos causados pelo deslocamento e os custos com as passagens, muitos deles afirmam que é uma alternativa para resolver pendências pessoais.

Marizete
Marizete | Foto: Paulo José / Acorda Cidade

“Tem dois anos que meu Bolsa Família [programa social do Governo Federal] foi cortado. Vim para fazer o cadastro. Eu já fiz o cadastro várias vezes e não fui contemplada. Agora eu vim para falar com a coordenadora. Até que ela já me atendeu”, disse Dona Marizete, moradora do Distrito da Matinha.

Ana Rita Cerqueira, também moradora da Matinha, contou que constantemente precisa recorrer à unidade para fazer atualizações no cadastro social. Com o aumento da demanda na unidade, é inevitável a formação das filas e a incerteza sobre o atendimento.

“A minha reclamação é a questão das fichas. Entregam poucas fichas. A gente chega às 7h e às vezes não conseguimos ser atendidos porque as fichas acabaram”, disse a moradora Ana Rita ao Acorda Cidade.

Viviane da Silva Chaves mora na comunidade Candela II no distrito da Matinha. Ela revelou a insatisfação ao ter que se deslocar até a unidade do Cras na Cidade Nova sempre que precisa de atendimento social.

Segundo a moradora, antes o atendimento funcionava de forma itinerante. Um coordenador do Cras se deslocava até os distritos, em datas específicas e realizava os atendimentos no local. O que segundo ela facilitava muito.

“Nem todo mundo tem dinheiro para pagar a passagem. Chega, está faltando documento Tem que voltar de novo. Muitas vezes, mesmo voltando, não consegue atendimento por conta de falta de ficha. Antes tinha esse deslocamento, a coordenadora saiu e deixou de fazer “, disse Viviane.

A moradora do Distrito de Tiquaruçu, Lucidalva Gomes Vitória, complementou afirmando que se os atendimentos voltarem a acontecer nos distritos será um ganho para a comunidade. “Fica difícil para a gente porque antes era no distrito, a gente tinha como ir, era próximo, fazia o cadastro direitinho. Agora temos que gastar o dinheiro com a passagem”, finalizou a moradora.

O que diz a Sedeso?

A produção do Acorda Cidade procurou a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedeso) de Feira de Santana. A pasta é responsável por administrar os Centros de Referência de Assistência Social (Cras). A secretaria se manifestou por meio de nota. Confia a íntegra abaixo. 

A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedeso) esclarece que o atendimento nos CRAS ocorre por ordem de chegada, e não por meio de distribuição de fichas. Mas diante da reclamação, vai apurar o que ocorreu.

Como parte das ações de melhoria, a partir da próxima semana, será disponibilizada a opção de agendamento online para aqueles que desejarem planejar seu atendimento com data e horário definidos. O agendamento será realizado por meio do aplicativo Feira Conectada, facilitando o acesso e promovendo maior organização no atendimento.

A Prefeitura segue empenhada em aperfeiçoar seus serviços e reafirma seu compromisso com a população de Feira de Santana

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves

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