Feira de Santana

Matadores de pessoas em situação de rua já foram identificados; um envolvido está preso e dois morreram

A ordem era matar a primeira pessoa em situação de rua que eles vissem pela frente, em represália a morte de um conhecido.

Praça da matriz em Feira de Santana à noite
Foto: Roberlan Almeida

As investigações dos crimes ocorridos contra pessoas em situação de rua em Feira de Santana nos últimos dias apontaram que os crimes estão interligados. Os autores já foram identificados e um deles permanece preso.

A reportagem do Acorda Cidade apurou que a sequência de assassinatos começou com a morte de Diego dos Santos, 34 anos, que frequentava a região da rodoviária. A morte dele ocorreu na rampa de acesso da Estação Rodoviária, no último dia 2 de outubro. Dois homens em uma moto saíram da Praça da Matriz em direção à rodoviária, se aproximaram da vítima fingindo que iriam comprar drogas e efetuou os disparos.

Estes dois homens e os demais suspeitos dos crimes contra pessoas em situação de rua que ocorreram desde então, já foram identificados pela polícia. Conforme apurações feitas pelo Acorda Cidade, após este crime, o chefe do tráfico de drogas na região da rodoviária ordenou que dois homens, de 37 e 42 anos, fossem à Praça da Matriz, Beco da energia ou bairro Baraúnas e matasse a primeira pessoa em situação de rua que virem pela frente, em represália à morte de Diego.

No dia seguinte, dia 3 de outubro, a dupla atendeu a ordem e pegou um veículo Celta na região da rodoviária e foram até o bairro Baraúnas (relembre aqui), onde viram um homem em situação de rua deitado próximo a um depósito. Um dos matadores desceu do veículo, se aproximou do homem e o matou.

No dia 4 de outubro, os mesmos homens que atiraram em Diego na rampa da rodoviária, vieram novamente e atiraram contra uma mulher que estava sentada em uma cadeira (relembre aqui). Por coincidência, a mulher que morreu era esposa de um dos matadores do homem assassinado no bairro Baraúnas. Uma terceira pessoa foi baleada.

Após esse crime, já no dia 5 de outubro, um sábado, o marido dela, com raiva, pegou novamente o Celta, chamou o comparsa, e foram para a região da praça da Matriz. A intenção era matar outra pessoa, a primeira que ver pela frente em situação de rua. O Celta parou numa esquina, um deles desceu, passou por uma mulher com o perfil que queriam e este homem efetuou os disparos no rosto da mulher (relembre aqui).

Já na terça-feira (8), ainda com raiva, o homem que teve a companheira assassinada resolveu matar mais uma pessoa. Ele foi na Marechal Deodoro, onde deu um tiro em um homem e baleou uma feirante. As vítimas não morreram, configurando duas tentativas de homicídio. O crime foi praticado durante a tarde. Nesse dia Gabiru estava de bicicleta e depois fugiu (relembre aqui).

Suspeitos mortos em confronto com a PM

Com as investigações, descobriu-se que a dupla ordenada pelo chefe do tráfico para matar qualquer pessoa em situação de rua que virem pela frente, estava em um hotel perto da rodoviária. Na manhã de quarta-feira (9), a Polícia Militar fez uma abordagem, eles reagiram e foram mortos durante a troca de tiros (leia mais aqui). Com eles, a polícia apreendeu dois revólveres calibre 38. Essas armas vão passar por perícia para confirmar se são as mesmas armas usadas nos crimes do bairro de Baraúnas e da Praça da matriz.

A polícia já localizou o motorista do Celta. Ele foi levado para a delegacia, onde confessou os crimes e alegou que foi forçado a dirigir o carro, por ordem do chefe do tráfico da região da rodoviária. Ele ainda disse que é usuário de drogas e que ganhou cinco pedras de crack para dirigir o veículo. Conforme apuração do Acorda cidade, ele permanece preso.

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