O Centro Social Monsenhor Jessé, vinculado à Arquidiocese de Feira de Santana, emitiu uma nota de repúdio na quarta-feira (9), após uma pessoa em situação de rua ser assassinada na última sexta-feira (4), próximo da Praça da Matriz, no centro da cidade.
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Conforme o Acorda Cidade divulgou, a vítima não foi identificada, pois não portava documentos pessoais, mas de acordo com o Centro Social, a mulher era conhecida como “Morena”.
A nota de repúdio foi publicada nas redes sociais, assinada pela Irmã Mary Sinor Agbavobor, coordenadora do Centro e pelo arcebispo metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanoni Demettino Castro.
Morena, Morena, Morena…
É, não é… É a saudade que fica, é a dor da perda que lateja no coração…
Um ser humano inocente assassinado pela maldade e covardia. Debaixo de uma marquise dormia, buscando descansar das fadigas do dia a dia. Mas ela não acordou. Não deixaram ela acordar.
Tiros estrondosos quebraram o silêncio da noite, dizimaram a vida de Morena. A calçada cheia de sangue, seus pertences ao lado, uma dor imensa no peito.
É preciso gritar, chorar, pedir justiça! Chega de maldade, chega de impunidade, basta de aporofobia, grupos de extermínio não prevalecerão!
Em menos de uma semana assassinaram quatro pessoas em situação de rua com arma de fogo em nossa cidade.
Queremos paz, queremos segurança, queremos dignidade para todos aqueles que não tem um teto para morar! Eles não são ninguém, são gente como a gente, filhos de Deus.
Que o nosso repúdio chegue às autoridades competentes, aos veículos de comunicação e sensibilizem a sociedade.
“Onde morre o teu irmão, eu estou morrendo nele.”
Morena, Morena, Morena, é, não é…
Nos comentários da publicação, o arcebispo metropolitano Dom Zanoni informou que a nota, expressa a indignação pela perda de uma pessoa em situação de rua, que foi brutalmente assassinada:
Essa nota expressa profunda indignação e luto pela perda de Morena, uma pessoa em situação de rua assassinada brutalmente. Morena não é apenas um nome, mas representa a vida de alguém marginalizado e vulnerável, ceifada por uma violência injustificável. O grito é por justiça, por paz, por dignidade e respeito à vida humana, independentemente de sua condição social.
A recorrência desses crimes, que vitimaram quatro pessoas em situação de rua em uma única semana, é uma ferida aberta no tecido social de Feira de Santana. A aporofobia e a impunidade não podem ter lugar. Essas vidas não devem ser invisíveis ou tratadas com desprezo, mas vistas como parte da mesma humanidade, filhos de Deus que merecem respeito e dignidade.
O apelo urgente aqui é para que as autoridades tomem providências, que a sociedade se sensibilize, e que a justiça prevaleça. Cada vida conta, e onde morre um irmão, todos nós estamos morrendo junto. O clamor é por um fim à violência e por uma cultura de paz e segurança para os mais vulneráveis.
Nos últimos dias, diversos homicídios foram registrados em Feira de Santana, envolvendo pessoas em situação de rua.
Na sexta-feira, dia 4, o corpo de uma mulher foi encontrado próximo da Estação Rodoviária e, na noite de ontem (8), mais um homicídio foi registrado próximo da rodoviária, ambas as vítimas, sem identificação.
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