Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), cerca de 20% da população apresenta um episódio de urticária em algum momento da vida. Por isso, é fundamental estar preparado para tomar a atitude correta.
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Em celebração ao Dia Mundial da Urticária, neste 1º de outubro, o médico dermatologista Leonardo César explicou os principais aspectos da dermatose (doença na pele) em entrevista ao Portal Acorda Cidade. Durante a conversa, o médico esclareceu o que é a urticária, suas causas e os cuidados necessários para o tratamento adequado.
Segundo Leonardo, “a urticária é uma inflamação, tipo uma alergia, que a pele fica com manchas vermelhas e inchadas, e que tem muita coceira”. Ele destacou que a condição pode ser classificada em dois tipos.
“Ela pode ser aguda e pode ser crônica. Quando tem mais de seis semanas, ela se torna crônica, mas quando é menos de seis semanas, ela é aguda”, afirmou.
Vale destacar que a doença não é contagiosa.
Causas
O médico explicou que a urticária pode ser desencadeada por diversas causas, como alimentos, medicamentos, doenças e até mesmo fatores emocionais ou externos, como exposição excessiva ao sol ou frio.
Esses fatores podem ser divididos em: urticária crônica espontânea, a mais frequente, onde as lesões surgem sem que se encontre qualquer fator externo responsável e, a urticária crônica induzida, aquelas que são desencadeadas por fatores externos específicos, como o excesso de alguma temperatura.
“Dentre os medicamentos, alimentos, algumas pessoas, por exemplo, comem um kiwi, comem um camarão e desencadeiam as manchas, as reações da urticária. Então, pode ser alimento, pode ser uso de medicamentos, pode ser alguns tipos de doença, inclusive, fatores emocionais”, explicou ao Acorda Cidade.
Além disso, o especialista destacou que algumas pessoas que têm alterações reumatológicas, como tireoide, vitiligo ou artrite reumatoide, podem ter maior predisposição ao surgimento da doença.
Sintomas e diagnóstico
Entre os principais sintomas da urticária, Leonardo mencionou a presença de placas vermelhas e elevadas na pele, que causam intensa coceira. “Aparecem placas vermelhas, manchas vermelhas que ficam elevadas, como se tivesse um relevo na pele. As placas podem ser de diferentes tamanhos, normalmente são avermelhadas, podem ser pequenas, pontuais ou grandes. E o que chama atenção é a coceira muito forte”, afirmou.
Em casos mais graves, o médico mencionou que pode ocorrer o inchaço chamado de angioedema. “Ele pode inchar os olhos, os lábios, as mãos e até a glote, causando dificuldade de respirar, podendo até levar à morte, a depender da situação.”
“Pode inchar a glote, o que é chamado de edema de glote. Então, nesses casos, é uma emergência maior, o paciente deve se encaminhar para uma emergência para ser atendido mais rapidamente. Mas no geral é isso, manchas vermelhas que coçam.”
Ainda em entrevista ao Acorda Cidade, o médico alertou que o diagnóstico da dermatose deve ser realizado por um médico clínico que, a depender do estado da doença, pode solicitar exames mais avançados.
“Quando a urticária é aguda, normalmente a gente não faz exames, porque tem uma desconfiança, comer um camarão, um alimento, foi picado por um inseto. Então, nesses casos, o diagnóstico é clínico. O paciente vem no consultório, a gente faz o exame e clinicamente já tem o diagnóstico na mão. Quando se torna mais arrastado, mais alguns dias de urticária, então a gente faz alguns exames de sangue e, em raros casos, faz uma biópsia”.
Prevenção e tratamento
Para prevenir crises de urticária ou minimizar o surgimento das inflamações na pele, o médico destacou que é difícil evitar completamente o surgimento da urticária, pois ela pode aparecer de forma inesperada.
“Ela pode acontecer de uma maneira muito esporádica, sem a gente esperar. Então, não tem uma prevenção específica. Mas, de uma maneira geral, não tomar remédio à toa sem orientação médica, não ficar comendo alimentos com muito condimento, com muita química. É mais ou menos isso”, orientou.
Em caso de surgimento das reações, o médico alerta sobre a necessidade de procurar um especialista quando as manchas persistirem por mais de 24 horas ou em casos de inchaço que afete os olhos, lábios ou vias respiratórias. Ele também reforçou que, em casos de angioedema, a situação se torna uma emergência.
“O momento certo (de procurar ajuda) é quando aparecem as manchas e essas manchas ficam persistentes por mais de 24h. Então, já deve procurar uma ajuda médica para poder fazer o tratamento correto. Procurar uma emergência se tiver o angioedema, que é o inchaço dos olhos, dos lábios ou das vias respiratórias. Isso pode levar à morte, inclusive, se fechar as vias respiratórias por conta do inchaço. É uma emergência muito forte. Tem que ir logo pra emergência”, afirmou.
O tratamento pode ser feito com medicamentos antialérgicos e cremes dermatológicos específicos, que devem ser prescritos pelo especialista conforme cada caso.
O doutor ainda reforça a importância de evitar o uso de medicamentos sem prescrição médica, pois isso é uma causa muito recorrente para o surgimento de alergias, tanto na pele quanto no organismo como um todo.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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