Educação

Pesquisador da Uefs participa de projeto sobre o maior mapa infravermelho da Via Láctea

O professor Eduardo Brescansin de Amôres da Uefs participou de megaprojetos, que tinham diferentes etapas e duraram anos e anos.

Via láctea
Foto: Divulgação

“A Via Láctea nada mais é do que uma massa de inúmeras estrelas”, disse Galileu Galilei ao observar nossa Galáxia pela primeira vez com o uso de um telescópio. Quatrocentos anos depois, o maior mapa infravermelho da Via Láctea foi finalizado, após mais de 13 anos de observação das regiões centrais da nossa Galáxia pelos projetos VISTA Variables in the Via Láctea (VVV) e seu projeto complementar VVV eXtended (VVVX). Esse esforço monumental deixou um legado inestimável para a comunidade astronômica.

O VVV e o VVVX foram dirigidos pelo professor Dante Minniti da Unab, e pelo professor Philip Lucas, da Universidade de Hertfordshire (UH), no Reino Unido. O professor Eduardo Brescansin de Amôres da Universidade Estadual de Feira de Santana em Feira de Santana, Brasil, participou desses megaprojetos, que tinham diferentes etapas que duraram anos e anos, começando em 2005: o planejamento, a execução das observações, a análise dos dados e a obtenção de resultados. Esse último passo inclui a exploração e as publicações.

Segundo Eduardo de Amorês, no início foi uma aventura embarcar neste grande experimento que era uma tarefa gigantesca, sendo então o maior projeto observacional em termos de volume de dados do Observatório Europeu Austral (ESO), responsável pela condução das observações com o telescópio Vista, no observatório de Cerro Paranal, norte do Chile. As observações iniciaram em 2010 e foram finalizadas no primeiro semestre de 2023, num total de 420 noites onde foram obtidas cerca de 200 mil imagens, monitorando mais de 1,5 bilhão de objetos, e gerando cerca de 500 TB de dados científicos.

A conclusão dessas observações geraram o artigo publicado na prestigiosa revista européia Astronomy & Astrophysics é liderado pelo professores Roberto K. Saito, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Florianópolis, Brasil, e por Maren Hempel, da Universidad Andres Bello (Unab), no Chile. O artigo lista inúmeras descobertas após muitos anos de análise dos dados e foi preparado por 146 coautores de 15 países diferentes de 4 continentes.

O pesquisador da Uefs afirma que há claramente muitas aplicações para a comunidade astronômica interessada em estudos de estrutura Galáctica, populações estelares, estrelas variáveis, aglomerados estelares etc.

“Essas descobertas geraram mais de 300 publicações científicas além de 30 teses de doutorado na América do Sul e Europa. O processamento das imagens, análise de dados e exploração científica continuará por muitos anos, com inúmeras descobertas por vir. A pesquisa ajudará os projetos futuros em formas hoje inimagináveis, e temos certeza de que continuará com um legado importante nos próximos anos. Muitos desses estudos só poderão ser superados no futuro com o Telescópio Espacial Nancy Roman da Nasa, que será lançado no final do ano de 2026”.

Para maiores detalhes, a publicação está disponível aqui.

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