A Semana Nacional de Trânsito em Feira de Santana foi encerrada com chave de ouro nesta quarta-feira (25), com a realização de um simulado de acidente com produtos perigosos, envolvendo um veículo que transportava um produto químico altamente nocivo, no Parque de Exposições João Martins da Silva.
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O evento, organizado pelo Corpo de Bombeiros, contou com a participação de várias instituições, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e a Defesa Civil. O objetivo foi alinhar as ações de cada órgão em situações de risco envolvendo múltiplas vítimas, além de melhorar o tempo de resposta diante de ocorrências de alta complexidade.
O simulado trouxe não apenas um exercício prático para as equipes de emergência, mas também uma importante mensagem de conscientização para a população, reforçando a necessidade de se manter alerta e evitar comportamentos.
A coordenadora do Samu, Maíza Macedo, esteve presente no simulado e explicou ao Acorda Cidade, o papel da instituição durante o evento. Ela destacou que um simulado dessa natureza é essencial para que, em um caso real, todos saibam sua função em casos extremos no momento de prestar uma assistência qualificada. No caso do Samu, ele só pode entrar quando o produto perigoso já foi removido, com um cenário seguro.
“O Samu vai estar atendendo às vítimas, após elas serem desintoxicadas, tirarem o produto perigoso, o Samu vai dar o atendimento e estabilizar essa vítima. Isso é fundamental para garantir a segurança de todos os envolvidos”.
Ela também explicou os efeitos de produtos perigosos no corpo humano, como o ácido clorídrico.
“Existem produtos que causam lesão grave na pele, lesão nas vias aéreas, podendo fechar a respiração e matar o paciente. Tem produto perigoso que há o desgaste de todo o sistema digestivo. A depender do produto, vamos atuar para neutralizar a ação dele no organismo do indivíduo”.
Moacir Lima, superintendente Municipal de Trânsito, também reforçou a importância do evento para a conscientização sobre os riscos no trânsito.
“A importância do simulado está no chamamento que ele faz à sociedade. Nos ajuda a mostrar os desafios que nós temos no trânsito. E aqui hoje vai mostrar algumas ações que acontecem no dia a dia para fazer o chamamento de despertar as pessoas para o risco que elas estão correndo na rua”.
O superintendente disse que a redução de semáforos e a sincronização dos que já existem são questões que precisam ser melhoradas para se ter um trânsito mais seguro e eficiente em Feira de Santana.
Ele ainda destacou a necessidade de educação no trânsito para que os condutores não sejam punidos por ações incorretas. Nesta semana, o superintendente flagrou um casal que estava dirigindo, condutor e passageira, os dois fazendo uso de celular e dispersos no trânsito.
“Nós não queremos multar, a SMT não quer multar. O que queremos é deixar um legado para que as pessoas que vêm pela frente possam continuar. O trânsito mata, não beba ao dirigir, não seja irresponsável, não ande sem o cinto de segurança, não ande com o celular ao volante, é isso que nos traz para esse despertar”.
Ao Acorda Cidade, o tenente-coronel Adriano Bertolino, comandante do Corpo de Bombeiros, comentou sobre a atuação do órgão em Feira de Santana, inclusive, sobre as ações de socorro realizadas recentemente.
“Temos atendido com bastante eficiência. Inclusive, ontem tivemos duas ocorrências simultâneas, uma de incêndio em residência e outra em uma oficina comercial. Vários veículos entraram em chamas, mas conseguimos atender as duas ocorrências de forma simultânea, pois temos o efetivo tanto no bairro do Tomba, na sede do batalhão, quanto no antigo Derba. Isso nos permite chegar com mais rapidez, diminuindo o nosso tempo de resposta”.
Além de explicar a complexidade dos produtos químicos envolvidos, Bertolino destacou a preparação do Corpo de Bombeiros para lidar com esse tipo de situação.
“Será um veículo transportando um produto perigoso, mas a gente prefere anunciar no momento da ocorrência para manter o fator surpresa. Cada produto químico exige um tipo de ação específica. Por exemplo, alguns produtos, quando em contato com água, potencializam o incêndio. A gente precisa compreender que não é só com água que se extinguem incêndios. Produtos químicos têm suas classificações e agentes específicos”.
No ano passado, o Corpo de Bombeiros, assim como outras entidades de Feira de Santana, participaram do Congresso Internacional de Desastres em Massa (Cidem), que também teve o objetivo de qualificar e preparar os profissionais para atuarem de forma conjunta em casos de desastres.
O tenente-coronel ressaltou que os órgãos do município sempre estão realizando simulados como este, especialmente antes de grandes eventos, como Micareta, Carnaval e os festejos juninos.
“Realizamos simulados justamente para demonstrar como as pessoas devem se comportar, no momento em que cada órgão, dentro de suas competências, pode agir. O Cidem foi realizado novamente no ano passado, onde simulamos a evacuação de uma creche devido a um vazamento de cloro de um caminhão, além da queda de uma aeronave, tudo isso foi realizado na Uefs e a simulação também do rompimento de uma barragem”.
Segundo Adriano Bertolino, o Corpo de Bombeiros de Feira de Santana possui efetivo e equipamentos necessários para atender à demanda em caso de desastres.
“Tem todo o pessoal preparado que realizou cursos específicos para isso, equipamentos específicos, hoje no simulado poderá ser observado porque quando a gente atende uma ocorrência com produtos perigosos, por exemplo, precisa ser feito um processo de descontaminação. A estrutura existe, os profissionais qualificados existem, as orientações devidas na lida com cada tipo de produto que é transportado existe. Feira de Santana, nós sabemos, é o maior entroncamento rodoviário do Norte, Nordeste do país. Enquanto nós estamos aqui conversando, vários caminhões estão circulando pelas rodovias da cidade pelo Anel de Contorno”.
O comandante também destacou a importância das pessoas denunciarem veículos estacionados nos bairros da cidade que podem estar abrigando algum produto químico perigoso. A prática é proibida. Mesmo se o tanque estiver vazio, é preciso saber se está descontaminado para evitar acidentes com a população.
Ele também alertou a população sobre os riscos de se aproximar de acidentes envolvendo produtos químicos. Muitas vezes, ao presenciar um acidente ou capotamento, as pessoas podem tentar se aproximar até mesmo para saquear, mas não sabem que um produto perigoso pode causar morte só pela inalação. O correto é ligar para o 193 e deixar que os órgãos competentes façam o seu trabalho.
Ao final do simulado, as entidades irão realizar uma avaliação minuciosa, como explicou o comandante Adriano Bertolino ao Acorda Cidade.
“Nós nos reunimos com todas as agências envolvidas para fazer o planejamento. Fizemos um simulado de mesa antes, e agora vamos discutir os resultados do prático. Fazemos algo em sala de aula mesmo para quando chegar na atividade prática, todos estarem compreendendo o que vai acontecer. No momento do simulado, qualquer situação que não foi planejada ou ocorra de forma adversa, vamos nos reunir, discutir, mas acredito que vamos discutir só acertos, porque graças a Deus, todos os órgãos estão muito bem preparados, mas nada é perfeito, caso aconteça, estaremos na busca da correção”, acrescentou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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