A doação de sangue é uma ação muito nobre e necessária entre os humanos, mas pouco se fala sobre o quanto esse ato pode ser igualmente importante quando se trata de cães e gatos. Por isso, no mês de conscientização sobre o procedimento, é importante reforçar
que os pets também podem precisar de transfusão de sangue e contam com a solidariedade de tutores e seus animais, para que ajudem a salvar a vida dos amigos de quatro patas.
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O médico veterinário Gutemberg Torres, responsável técnico do Hospital Veterinário Vidam, do Centro Universitário Ages, tranquiliza os tutores sobre a segurança do processo de doação de sangue. Gutemberg destaca que é natural o receio, mas assegura que o procedimento não oferece riscos para o animal e nem resulta em efeitos colaterais, desde que a doação seja guiada por um profissional especializado em Medicina Veterinária.
“É importante que o doador (cão/gato) tenha comportamento amigável e calmo, o que reduz as chances de ficar estressado, agressivo ou infeliz durante a coleta, facilitando, de uma forma geral, o processo. É um processo relativamente simples, não demorado, com
pouco desconforto para o paciente. Porém, quando se trata de felinos, por um aspecto comportamental específico da espécie, a sedação é necessária, na maioria das vezes, o que aumenta um pouco mais o tempo de permanência do doador”, sinalizou.
Pensando nisso, o veterinário esclareceu as principais dúvidas sobre a doação de sangue animal. Confira:
Quais os requisitos para doação?
Para doar, os animais devem estar em boas condições corporais e após vacinação, cirurgias de rotinas ou qualquer tratamento médico, deve-se aguardar pelo menos um mês para a doação. Havendo restrição também para animais em processo de gestação e, par os animais obesos, evitar a coleta de grandes volumes.
Qual a faixa de idade ideal para doação?
A faixa de idade é de 1 a 8 anos, se recomendando que para os cães uma faixa de peso de pelo menos 25 kg e para gatos uma faixa de peso de 5kg. É importante que um mesmo animal não realize mais de cinco doações no período de um ano. Tal ação pode prejudicar
a resposta regenerativa devido à espoliação de ferro, trazendo prejuízos à saúde do animal doador.
Os doadores precisam realizar algum tipo de exame?
Em relação ao doador é importante que além dos testes laboratoriais, como hemograma, perfil bioquímico, coagulograma e parasitológico de fezes estejam dentro dos limites de normalidade, a fim de assegurar a saúde geral do doador, a vacinação, vermifugação,
controle de pulgas e carrapatos também estejam atualizados. Os cães devem testar negativo para erliquioses, babesioses, dirofilariose, leishmaniose, anaplasmose e brucelose. Já os gatos para FIV, FeLV e micoplasmose.
Existe tipificação sanguínea para cães e gatos?
Quando se pensa em tipagem sanguínea de gatos, temos três tipos diferentes: A, B e AB. Nos cães, a classificação segue o chamado sistema DEA (Dog Erythrocyte Antigen) com oito tipos: DEA 1.1, DEA 1.2, DEA 3, DEA 4, DEA 5, DEA 6, DEA 7 e DEA 8. Todavia, pensando no processo de doação e problemas de incompatibilidade, nos cães, rotineiramente, apenas a tipagem para DEA 1 é realizada dentro do ambiente clínico. Isso devido ao fato de que esse grupo sanguíneo é, clinicamente, o mais relevante nessa espécie. De maneira diferente, nos felinos, a tipagem para o grupo AB é necessária para todos os animais, devido à presença de aloanticorpos naturais nessa espécie.
Em quais casos os animais podem precisar de transfusão de sangue?
Podem precisar de sangue os animais com doenças transmitidas por carrapatos, vítimas de atropelamentos, pancreatite, coagulopatias (hemorragias ou distúrbios na coagulação sanguínea), insuficiência renal, intoxicações, entre outras situações.
Por fim, Gutemberg Torres reforça que é importante levar o animal para doar sangue em clínica ou hospital, pois são estabelecimentos que possuem estrutura de internação ou podem realizar procedimentos necessários em caso de alguma intercorrência.
“Para a doação de sangue é recomendável procurar clínicas ou hospitais de confiança e especializados nesse tipo de serviço”, finalizou o responsável técnico da Clínica Veterinária da Ages.
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