Mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) realizaram mais uma manifestação na manhã desta quinta-feira (19) em frente ao Fórum Desembargador Filinto Bastos, em Feira de Santana. Elas estão reclamando de planos de saúde que cortaram o atendimento em clínicas credenciadas, onde os filhos já vinham fazendo tratamento terapêutico e informaram a mudança para o atendimento em outra clínica. As mães afirmam que a mudança de clínica quebra um vínculo já existente e de grande importância na elocução do tratamento das crianças. Uma manifestação já havia sido realizada no último dia 9, em frente ao Ministério Público.
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Gislene Macedo é mãe de uma criança autista. Ela afirmou ao Acorda Cidade que a intenção da manifestação é pedir apoio da justiça, para que não permita que os planos de saúde façam essa troca de clínica. Segundo ela, o filho faz o tratamento na mesma unidade de saúde há cerca de dois anos e o plano de saúde Unimed deu o prazo até o dia 24 de setembro para permanecer nessa mesma clínica. Após essa data, o tratamento deve seguir em outra unidade.
“Estamos aqui pedindo para que a Unimed mantenha os nossos filhos nas clínicas que eles já eram credenciados. No final de agosto recebemos um comunicado da Unimed dizendo que nossos filhos seriam encaminhados para outra clínica, de uma hora para outra. Isso prejudica muito nossos filhos, que podem ter regressão no tratamento, podem ter crises. Meu filho tem autoagressão e pode prejudicar muito a quebra da rotina e a quebra do vínculo terapêutico”, afirmou.
A mãe disse ainda que a Unimed tem ignorado a decisão da justiça. Segundo ela, muitas mães têm ações individuais e também há uma ação coletiva contra a operadora do plano de saúde.
“Também entramos junto ao Ministério Público pedindo apoio para que eles analisem essa clínica nova para saber se ela tem as certificações necessárias”.
Solange da Silva Santos, também mãe de uma criança autista, enfrenta o mesmo problema, só que com outra operadora de plano de saúde, a Promédica. Ela relata que a situação do filho é ainda mais complicada, pois o plano de saúde fez o corte imediato do atendimento na clínica que a criança já era atendida há cerca de quatro anos.
“Ontem fui informada pela clínica que o plano havia mandado um e-mail informando que meu filho não faria mais parte do quadro de atendimentos da clínica atual. Eles tiveram um desrespeito ainda maior que a Unimed. A Unimed deu um prazo de um mês para que as crianças continuassem a fazer as terapias, já com meu filho eles informaram ontem que ele já não poderia continuar o tratamento a partir de hoje. A clínica abraçou meu filho para que ele fosse hoje pelo menos para se despedir. Isso é um absurdo. Eles alegam que tem outra clínica credenciada. Porém meu filho já foi atendido nessa clínica e não teve uma boa adaptação”, relatou.
O Acorda Cidade entrou em contato com os dois planos de saúde citados na matéria.
O que diz a Unimed
A Unimed Nacional informou ao Acorda Cidade, que “está em contato proativo com as famílias dos beneficiários envolvidos no processo de navegação, por meio de ligações, oferecendo esclarecimentos e suporte contínuo.
“Todas as clínicas credenciadas passam por uma análise criteriosa para garantir a qualidade do atendimento. Durante esse processo, também é avaliado a adequação das cargas horárias dos tratamentos, evitando excessos que possam comprometer a individualidade do paciente. Para os casos em navegação, foi definido um prazo de 30 dias para a conclusão, assegurando uma transição adequada. A Unimed reforça seu compromisso com o cuidado e respeito aos beneficiários e segue à disposição para auxiliar as famílias nesse processo”, diz a nota.
A produção também solicitou retorno do plano de saúde Promédica e aguarda retorno.
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Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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