Salvador é uma das cidades mais cantadas do Brasil. Mas na Bahia, outra cidade também inspirou compositores que se encantaram com suas características singulares. Feira de Santana tem mais canções do que você possa imaginar, algumas delas de grandes compositores como Luiz Gonzaga e Fagner.
1. Feira de Gado – Luiz Gonzaga e Fagner
Juntos, eles fizeram uma canção que retrata a vida de um trabalhador rural nordestino, que se dirige a Feira de Santana para vender seu gado. A narrativa poética revela aspectos da cultura sertaneja, com destaque para o trabalho com o gado, as dificuldades da vida no campo e a relação entre o vaqueiro, seu patrão e o próprio gado.
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2. Princesa dos Olhos d´Água – Daniela Mercury
A rainha do Axé Music, Daniela Mercury, também foi inspirada pela intensidade da Princesa do Sertão ao compor a música Princesa dos Olhos d´Água. O Acorda Cidade também analisou a letra da cantora baiana. A composição destaca as feiras livres, o forte comércio local, e a valorização das raízes, e as festividades como a Micareta e o São João. O uso da palavra “feira” se expande para significar também “carinho” e “paixão”, simbolizando um lugar de encontro, troca e afetos, além das simples transações econômicas.
3. Todos os Caminhos Levam a Feira de Santana – Carlos Pitta
Artistas que nasceram na Princesa do Sertão foram os que mais se inspiraram nos ares diferenciados da maior cidade do interior da Bahia, maior que oito capitais brasileiras, e onde fica o maior entroncamento rodoviário Norte Nordeste do país. Quem entoa muito bem essas características geográficas da cidade é o feirense Carlos Pitta, quando eternizou a frase, que também é título e refrão de uma música de sua composição:” Todos os caminhos passam em Feira de Santana”.
4. A Força da Terra – Leandro Souza
O rapper, líder da banda Unidade de Guerrilha, Leandro Souza, retratou a força do trabalhador feirense, e resumiu em uma canção praticamente tudo sobre Feira de Santana, tanto que a canção foi finalista do festival Vozes da Terra 2017, e integrou o CD com as melhores músicas do festival.
Intitulada A Força da Terra, a música tem um clipe com a participação da cantora Márcia Porto e do cordelista Franklin Machado. Na canção analisada pelo Acorda Cidade, o compositor menciona a festa junina, o artesanato, o Feiraguay, o mercado de arte, a capoeira e diversas manifestações culturais e tradições que fazem parte da identidade e da riqueza de Feira, representada na música como a São Paulo do Nordeste.
Os versos de Leandro Souza prestam uma homenagem à força e à resiliência do povo de Feira de Santana, destacando o papel central do trabalhador. Ele descreve os feirenses como pessoas determinadas, que “não costumam cochilar”, ressaltando a disposição para o trabalho e a garra que move a cidade.
Ao comparar Feira de Santana a São Paulo, o autor reconhece a importância econômica e o crescimento urbano da cidade, afirmando sua relevância como um centro regional no Nordeste. A referência à “maior malandragem” sugere a habilidade de enfrentar os desafios da vida. E no geral a música exalta a força, a resiliência e a fé do povo feirense.
5. Povo Mórbido – Asa Filho
Asa Filho também canta Feira de Santana. Em um post nas redes sociais ele relembrou como era a cidade antes das mudanças estruturais da modernidade, que descaracterizou a história presente nas construções que quase não existem mais. Ele contou que escreveu “Povo Mórbido” andando pelas ruas de Feira de Santana em um dia de segunda-feira. “Esse dia [segunda-feira] era marcado pela grande feira livre que existia nas ruas da sua e minha cidade. O que me chamava atenção era a perda da nossa cidade província dando o lugar já a estilos inovadores de cidade que se diz grande e abandona sua cultura local”.
6. Fsa – Roça Sound feat Unidade de Guerrilha
Com suas batidas que misturam rap, ska, reggae e outros elementos, o Roça Sound homenageou Feira de Santana. A banda de ritmo pulsante, alimentado pela representatividade de sua cidade. “A roça se junta pra cantar eu sou de FSA”, diz o primeiro verso da música que entoa problemas sociais em meio a grandiosidade e a alegria da cidade.
7. Cordel da Caixa D’água – Uyatã Rayra e Pedro Patrocínio
Feira de Santana tem muitas histórias e lendas urbanas, uma delas envolve seres de outros planetas. A brincadeira inspirou Uyatã Rayra e Pedro Patrocínio na composição de “Cordel da Caixa D’água”. A música conta a história inusitada de um “extraterrestre que tem a nave avariada no espaço aéreo de Feira de Santana” e se vê obrigado a fazer um pouso de emergência. A Caixa D’água, um famoso reservatório de água, da Embasa, localizado no bairro Tomba, é um símbolo muito querido na cidade e é claro, tinha que ser tema de música. Comparada até com a Torre Eiffel, a Caixa D’água merece mesmo todas as homenagens.
8. Feira de Santana – Tom Zé
O compositor Tom Zé, é de de Irará, mas ele também tem história aqui, e é claro, compôs uma música sobre. Intitulada Feira de Santana, a canção remete a destinos, caminhos, distância, tudo a ver com a cidade por onde passam todos que atravessam o país pelas rodovias. A música usa a viagem como metáfora para a comunicação e os desafios do destino, entrelaçando temas de tempo, distância e incertezas.
O eu-lírico, que declara sua partida na segunda-feira com destino a Feira de Santana, coloca a viagem como um ponto de partida tanto físico quanto emocional, sugerindo uma jornada carregada de responsabilidades e esperanças. Quem vem a Feira de Santana ou quem sai daqui, sempre carrega expectativas, e música simbolizar muito bem a ideia de retorno e/ou continuidade.
9. Feira de Santana Cidade Metrópole – Cesinha dos Olhos D’Água
O cantor feirense Cesinha dos Olhos D’Águas homenageou sua cidade natal retratando em sua música as características urbanas da cidade. Ele também destacou a rica diversidade cultural, o vigor do comércio e as tradicionais festividades locais. Cesinha, que carrega em sua trajetória o amor por Feira, mistura elementos que representam o cotidiano dos feirenses, celebrando o crescimento da cidade sem deixar de lado suas raízes.
10. “Sulamericano” – BaianaSystem
Feira é citada em livros, poesias, em realities show como o Big Brother Brasil, palestras em todo o mundo, em programas de TV, na dramaturgia, no cinema, e em trilha sonora de abertura de novela. Todos os dias na telinha da Rede Globo, enquanto a novela Um Lugar ao Sol ia ao ar, o nome de Feira de Santana era entoado, na música Sul-americano, da banda BaianaSystem. Sucesso no Carnaval de Salvador, a BaianaSystem é conhecida nacionalmente e tem a música Sul-Americano entre suas principais músicas de trabalho.
Na canção marcada por um ritmo que contagia de uma maneira inexplicável, Feira é apresentada como um símbolo de resistência e luta contra opressões políticas e sociais. Quando diz “sulamericano de Feira de Santana” os artistas da banda e seus fãs ressaltam o orgulho de suas raízes e ao mesmo tempo, sua desconfiança, adquirida no dia a dia. A letra analisada pelo Acorda Cidade também expressa a necessidade de ações planejadas para “contra-atacar” as injustiças, conectando a cidade ao espírito revolucionário e à busca por liberdade. No Youtube a música tem mais de cinco milhões de visualizações.
11. Quando Acabar o Maluco Sou Eu – Raul Seixas
A música “Quando acabar o maluco sou eu”, de Raul Seixas, também cita a Princesa do Sertão. Quem lembrou dela foi um leitor do Acorda Cidade que fez um comentário aqui na reportagem e decidimos atualizar a lista de músicas. A canção de Raul reflete a visão dele sobre a liberdade pessoal e o inconformismo com as convenções sociais.
No contexto geral da música, a menção a Feira de Santana simboliza a universalidade da crítica do artista: a busca pela liberdade e o questionamento dos padrões sociais valem em qualquer lugar, seja em um centro cultural global ou em uma cidade do interior do Brasil. Concordam?
Quando Raul menciona “Em Feira de Santana ou mesmo em Paris”, ele faz uma comparação entre dois lugares opostos: uma cidade do interior da Bahia e uma das capitais mais cosmopolitas do mundo. Ao afirmar que é “dono do meu nariz” em ambos os lugares, ele enfatiza sua independência e liberdade, seja em uma grande metrópole ou em uma cidade do interior. Feira de Santana, sendo a “Princesa do Sertão”, representa o espaço nordestino, próximo da realidade e da identidade do roqueiro soteropolitano, enquanto Paris simboliza o glamour e a sofisticação ocidentais.
12. I Love Quebrada – Emicida
Feira de Santana é lembrada também pelo rapper Emicida. O cantor paulista é considerado uma das maiores revelações do hip hop do Brasil, da década de 2000, e tem milhões de fãs. Quem canta a música I Love Quebrada pelo país afora, já mencionou o nome da cidade e a chamou de deusa baiana.
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