À medida que a Arena Fonte Nova foi ganhando forma, depois da demolição em 29 agosto de 2010, os vizinhos viram a evolução imobiliária da região. Casas antigas subiram de preço nos bairros de Nazaré, Jardim Baiano, Saúde e Dique do Tororó.
O técnico em manutenção Paulo Queiroz, 28, que mora perto do estádio, conta que os moradores estão aproveitando o fim da construção da arena para negociar os próprios imóveis. “Na semana passada, uma vizinha vendeu uma casa de dois quartos, cozinha e banheiro por R$ 90 mil. Antes, uma casa como a dela não passaria de R$ 50 mil”.
As unidades usadas – maioria na região – foram muito valorizadas: os vizinhos da Fonte Nova estão cheios de histórias. O contador Joceval de Jesus, 39, indica que, no seu prédio, no Jardim Baiano, houve uma valorização de quase 300% desde quanto o novo estádio começou a ser construído.
“Os preços triplicaram. Quando chegamos aqui, tinha um apartamento de 150 m² no primeiro andar que estava sendo vendido por R$ 75 mil. Agora, um imóvel como esse não sairia por menos de R$ 250 mil”, comentou Joceval.
Os empreendimentos novos também tiveram valorização de 15% desde o lançamento no entorno do estádio de futebol. A D'Ávila Empreendimentos, que lançou o residencial Varandas da Fonte Nova, no ano passado, na Ladeira dos Galés, indica que os apartamentos sofreram valorização de 15% desde o lançamento.
Um apartamento de 53 m² no 15º andar, que começou a ser vendido por R$ 202.100, agora está sendo comercializado por R$ 230.700. “A previsão é que seja entregue entre março e abril do ano que vem, pouco antes da Copa e, até lá, esperamos que tenha mais 20% de valorização”, disse a gerente comercial da empresa, Érica d'Ávila.
Verticalização
Para Cláudio D’Ávila, diretor da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-BA), a inauguração da Arena e da estação de Metrô no Campo da Pólvora deve criar um “novo vetor de expansão imobiliária” em Salvador, incluindo bairros como Nazaré, Jardim Baiano e Engenho Velho de Brotas.
“No caso do entorno da Arena, por ser uma região bastante adensada e sem terrenos vazios, a verticalização será um processo semelhante ao ocorrido com o bairro de Moema em São Paulo. Ou seja, a tendência é a demolição de casas antigas para a construção de novas moradias verticais”, prevê Cláudia.
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 9ª Região – Bahia, Samuel Prado, diz que o novo equipamento favorece a valorização do espaço. “Quando se tem uma área de degradação e vem uma melhoria, a tendência natural é valorizar. Mas a valorização real só vai acontecer quando o estádio começar a funcionar”.
Prado ressalta que os bairros do Jardim Baiano e Nazaré são os mais propensos de uma valorização a longo prazo. “O Jardim Baiano, caso seja liberada a construção de empreendimentos verticais, será o principal eixo de valorização, já que a frente do estádio tem o Dique do Tororó, que é fixo, e a Avenida Bonocô, que é um importante canal de trânsito da cidade”, aponta o corretor. As informações são do Correio.
