Nesta segunda-feira (16) é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose. A doença é caracterizada pela formação de coágulos de sangue causando a obstrução de vasos sanguíneos. Cerca de 160 pessoas são internadas diariamente por conta de complicações com a trombose em todo o país. Ficar atento aos sinais e aos fatores de risco da doença é muito importante.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o cirurgião vascular, João Barreto, contou que a doença pode ser classificada em duas categorias: venosa, que apresenta uma maior taxa de incidência ou arterial.
Formas da doença
A trombose venosa é uma obstrução da veia, ocasionando a diminuição da drenagem sanguínea do membro, podendo levar inchaços e em casos extremos, até mesmo a embolia pulmonar, doença em que uma ou mais artérias pulmonares ficam bloqueadas, o que pode levar à morte.
A trombose arterial é uma obstrução da artéria do membro, a qual é responsável por levar fluxo de sangue, podendo ocasionar isquemias críticas, condição em que uma parte do corpo recebe um fluxo sanguíneo e de oxigênio inadequado, e até mesmo amputações.
A doença ainda pode ser dividida em níveis sensoriais. A trombose pode ser aguda, nível mais grave que necessita de tratamento imediato, e na forma crônica, com tratamento prolongado.
Sintomas
A dor intensa em uma determinada região do corpo com o aparecimento de cianose, escurecimento da área afetada, é o sinal mais comum na trombose arterial. Já na trombose venosa a dor é considerada leve ou moderada e pode apresentar inchaço no membro.
“Podemos, em alguns casos, ter trombose com pouquíssimos sintomas ou praticamente casos assintomáticos. Aqueles pacientes que apresentam trombos em pequenos vasos ou em pequenas regiões. Nesses pacientes, o diagnóstico pode ser feito com duplex scan [exame que utiliza a ultrassonografia para analisar o funcionamento e a anatomia das artérias e veias]. Por este motivo é sempre importante manter o acompanhamento regular com o seu médico ou cirurgião vascular”, disse João Barreto.
Fatores de risco
O cirurgião detalhou o grupo de pessoas que estão mais propensas a desenvolver algum tipo de trombose, seja por conta do estilo de vida ou por estar com o sistema imunológico mais fragilizado. O grupo de risco é composto por:
- Fumantes
- Obesos
- Sedentários
- Mulheres em uso de anticoncepcional oral
- Gestantes
- Pacientes internados
Sendo, principalmente, os internados em Unidades de Terapias Intensivas (UTI) e os pacientes oncológicos em quimioterapia [um tipo de tratamento de câncer] em curso, os mais vulneráveis.
“Em relação ao estilo de vida, pacientes sedentários, obesos, com baixa ingesta de líquidos e com a má alimentação, aumentam muito a chance para o desenvolvimento de trombose. Um estilo de vida saudável, com uma prática de atividade física regular, alimentação equilibrada e uma boa ingestão de líquido, pode diminuir bastante o risco de eventos tromboembólicos”, declarou o cirurgião vascular.
O médico também fez um alerta sobre comportamento. Viagens longas, com várias horas de duração, como as viagens de avião, aumentam o risco de trombose devido ao tempo prolongado de imobilização ou de baixa movimentação dos membros. Nestes casos é importante o paciente fazer medidas preventivas como a movimentação durante a viagem e uso de meias elásticas.
Tratamento
Diversos medicamentos já tiveram eficácia comprovada no tratamento da trombose. Há disponível no mercado farmacêutico anticoagulantes orais e medicamentos injetados, que devem ser utilizados somente após a prescrição médica.
“Em casos específicos, podem ser necessários procedimentos cirúrgicos, como implante de filtro de veia cava [dispositivo implantado por dentro do vaso sanguíneo por meio de um cateter], trombectomias percutâneas [cirurgia onde o médico insere um cateter no vaso sanguíneo do paciente para remover o bloqueio] ou até mesmo a cirurgia aberta. Todos esses procedimentos têm bons prognósticos, fazendo com que o paciente retorne a vida normalmente. Lembrando sempre a importância do uso da meia elástica nos casos de trombose venosa. Há indicação em praticamente 100% dos pacientes” finalizou João Barreto.
Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves
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