Feira de Santana possui 98 bairros segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são novas e antigas áreas que ajudam a contar toda a história da cidade.
Um desses locais é o bairro Cidade Nova, que segundo os dados históricos, é considerado o primeiro conjunto habitacional do município. Localizado na Zona Norte da cidade, próximo ao Anel de Contorno, o lugar está em constante desenvolvimento. Possui um subcomércio crescente, tem feirinha, o Centro Social Urbano, ligado à Uefs, entre outros atrativos.
O bairro foi fundado entre 1969 e 1971, com a construção dos Conjuntos Habitacionais Feira l e Feira ll, pela Habitação e Urbanização da Bahia (Urbis) com recursos do extinto Banco Nacional do Desenvolvimento (BNH).
Uma das curiosidades de sua fundação é que os nomes das ruas do bairro foram batizados com nomes dos jogadores da seleção brasileira de futebol do ano de 1970.
Para celebrar os 191 anos de emancipação política da Princesa do Sertão, o Acorda Cidade foi conversar com a moradora da localidade, Tânia Regina Pimentel, uma das primeiras residentes da Cidade Nova. Ela começou explicando o porquê do nome, “Cidade Nova”.
“Foi o primeiro bairro planejado. O nome “Cidade Nova”, foi porque não tinha um bairro nesta região. Foi o primeiro Núcleo Habitacional de Feira de Santana, chamado de Núcleo Habitacional do Trabalhador, posteriormente como o governador era doutor Luiz Viana Filho, o nome daqui era Centro Habitacional do Trabalhador Governador Luiz Viana Filho. Teve a primeira etapa, na segunda etapa, foi a homenagem aos jogadores e, posteriormente, as transversais, as cidades do estado da Bahia”.
Por esse motivo é que se encontra em Feira de Santana as ruas Jairzinho, Pelé, Tostão, Clodoaldo, Rivelino, Zagallo, entre outras. Homenageando os municípios baianos, têm as transversais, Coração de Maria, Remanso, Casa Nova, os caminhos Vitória da Conquista e Jequié, entre muitos nomes peculiares.
“Na primeira etapa as casas foram melhores estruturalmente. As outras já foram menores na segunda etapa e ficaram com as letras do alfabeto. Rua A, Rua B, as principais por numeração e as segundas, as transversais, com as letras”.
Moradora do bairro desde a primeira etapa da construção, com as mais de 600 residências, Tânia contou como era o perfil dos primeiros habitantes da região.
“Chegamos aqui, fomos fazendo, expandindo. Aqui era um número de famílias relativamente pobres ou de trabalhadores, profissionais, professores, policiais, meu pai era funcionário público também, do DNER. Depois as pessoas foram gostando, as pessoas que não gostaram foram vendendo ou que tiveram poder aquisitivo maior, venderam, mas aqui era um núcleo muito popular”, contou.
Segundo dona Tânia, outros bairros foram surgindo após a construção da Cidade Nova, como o Feira lll, IV e V. Já a localidade tomou grandes proporções de desenvolvimento se tornando um dos maiores e mais populosos locais da cidade.
“Cheguei aqui era tudo mato, em 69. A Maria Quitéria não existia, era só do nobre para lá, naquelas imediações na escola de menores, tudo era mato, mas graças a Deus tornou-se um bairro independente. Temos banco, temos uma linha de grandes mercados, farmácia, o comércio daqui é independente, então nós temos muitas coisas”.
Nesses 55 anos desde a construção do bairro, a moradora reforça a importância que a moradia teve para sua família e para tantas outras que encontraram na zona norte da cidade, um lugarzinho para chamar de seu.
“Para a nossa família é tudo, porque somos pobres, morávamos na Quintina Bocaiúva alugado e viemos para aqui com uma prestação muito pequena, era um valor irrisório para a situação de hoje, porque na época nós morávamos de aluguel e vim para aqui foi um sonho, então foi uma felicidade, sendo pobres assim como todos os outros e ter uma casa própria que é o grande bem da população é ter uma casa própria então, para nós foi propiciado isso. Depois foram surgindo os professores, bancários, outros que estavam aqui, mas o núcleo era das pessoas com maior número de filhos, na nossa rua aqui, minha mãe tinha menos filhos, tínhamos quatro e, os outros eram 10, oito, seis, eram assim, famílias menos abastadas”, contou a moradora.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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