O Arquivo Público Municipal de Feira de Santana carrega a essência da memória do povo feirense. São diversos documentos, livros, jornais, artigos capazes de resgatar o legado, a história e a identidade da Princesa do Sertão. Neste dia 18 de setembro, Feira de Santana celebra 191 anos de emancipação política, histórica e cultural e para reviver e celebrar toda sua construção, o Acorda Cidade esteve no órgão público para conhecer um pouco mais do lugar que ajuda a contar e preservar a memória da cidade.
Durante duas décadas o arquivo foi a casa da primeira unidade escolar municipal de Feira, a Escola João Florêncio, inaugurada em 1º de dezembro de 1918.
Criado oficialmente por meio de decreto, em 1987, o arquivo passou a funcionar no prédio localizado na Avenida Senhor dos Passos, nº 1101, no centro comercial da cidade. O prédio que possui mais de 100 anos foi inaugurado em janeiro de 1918, no período de Intendência do Cel. Agostinho Fróes da Motta.
Em 1994, o prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).
Atualmente o acervo é composto por mais de 200 mil documentos que detalham a vida administrativa da cidade, além de uma biblioteca com mais de 1000 títulos históricos que estão abertos à população.
Gleide Maria Bastos Figueiredo, chefe da Divisão do Arquivo Público Municipal, a funcionária mais antiga do Arquivo Público, recebeu a reportagem do Acorda Cidade. Ela falou sobre o significado histórico do prédio para Feira de Santana.
“Ele desempenha atividades referentes à guarda de documentos históricos, mas um grande percentual são dos documentos administrativos, subordinados à Secretaria de Administração e nós guardamos todos os documentos acondicionados”.
São fichas de milhares de funcionários, servidores, ativos e inativos, que estão registrados no arquivo público da cidade.
“Mantemos diariamente o trabalho de arquivamento dos documentos, de processos, licenças, todo e qualquer tipo de documento é feito aqui em parceria com a Secretaria de Administração, Departamento de Recursos Humanos. Temos muito cuidado com a conservação desses documentos, é lógico que se o senhor me perguntar, é tudo digitalizado? Eu vou dizer que não, porque infelizmente não teve esse tempo suficiente, estamos começando justamente esses trabalhos para serem feitos, para melhorar, preservar e conservar tantos documentos administrativos e principalmente os documentos históricos”, declarou Gleide ao Acorda Cidade.
Para Gleide, os arquivos ajudam a contar a história da cidade sob muitas perspectivas, vai depender de quem está buscando memórias para revivê-las. São documentos históricos raros, escrituras de 1881 a 1888, que revelam histórias desde o período escravocrata da cidade, com a compra e venda de pessoas escravizadas, até mesmo dos inúmeros prédios arquitetônicos públicos, datados entre 1916 até 2002.
“Depende do tipo de documento que a pessoa queira. Com relação à história, temos livros de acesso ao público, temos os livros do Instituto Histórico, livros que muitas pessoas querem saber o que aconteceu e com o tempo é que a pessoa vai à listagem, vai solicitando, a depender do assunto, então, vamos encaminhando para ser feita a pesquisa”, explicou.
O arquivo também detém pesquisas realizadas por universitários, trabalhos que mostram as plantas e projetos diversos de construção da cidade até o ano de 2012. Há muito o que procurar por lá. O espaço conta com sala de atendimento, de pesquisa, espaço de exposição, depósito, sala dos livros, além disso, ele ainda abriga o Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana.
Gleide ainda destacou em entrevista ao Acorda Cidade, que muitas plantas arquitetônicas da cidade, perdidas por seus donos, são encontradas no arquivo, porque são feitas duas cópias.
“Uma fica em poder da prefeitura e a outra da pessoa que adquiriu o imóvel. Então vem aqui também para resgatar. Se alguém quer saber a história de um ente querido, isso aí há tempos atrás existia, mas com o passar do tempo eles não procuram mais. Mas basicamente querem saber sobre Maria Quitéria, sobre Georgina Erisman, sobre os prefeitos que passaram por aqui. Nós temos esse material à disposição do público”.
A funcionária ainda destacou que por muitos anos, o arquivo era mais procurado pela população, o que diminuiu depois da pandemia da covid-19, até mesmo por parte das escolas.
“Tínhamos um número muito grande de escolas, principalmente nível fundamental, diminuiu um pouco, mas tem duas semanas que uma escola veio. Os meninos vêm, querem saber as fotos, verem as fotos antigas, logo na entrada, temos uma sala de fotos muito antigas de como era a Feira antiga antes de construir a BR. Eles procuram saber esses assuntos”.
O arquivo está aberto à visitação pública de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h. A visitação de grupos com mais de 15 pessoas pode ser agendada pelos telefones (75) 3617-0645 e (75) 3617-0671.
Outro meio de contato é o e-mail: [email protected].
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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