Dedicada à conscientização e combate ao suicídio, a campanha Setembro Amarelo chama a atenção para a consequência mais grave de um quadro de adoecimento mental, especialmente quando não há tratamento prévio. De acordo com dados do Relatório de Saúde Mental de 2021 da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil, sendo um problema de saúde pública que precisa ser olhado com delicadeza e atenção.
Além das questões internas que causam o sofrimento emocional, a docente do curso de Psicologia da Estácio, Sydennya Lima, aponta fatores de risco que podem estar associados ao agravamento da saúde mental.
“A vulnerabilidade social, contexto de violência e a dificuldade de acesso a bens e serviços essenciais também são elementos que podem influenciar a saúde mental. Além disso, é imprescindível realizar o autocuidado na manutenção do bem-estar: investir em uma alimentação saudável, fazer atividades físicas, lazer e manter boas relações”, explica Sydennya.
A psicóloga reforça ainda a necessidade de todos estarem atentos aos sinais de alerta. “Familiares e amigos devem observar mudanças comportamentais, isolamento social e dificuldade em realizar tarefas da rotina diária, principalmente se já houver um diagnóstico prévio de algum tipo de transtorno mental ou se a pessoa tiver passado por algum trauma recente, situações adversas de modo geral, e processos de luto mal elaborados. Esses comportamentos podem indicar que a pessoa não está conseguindo manter uma qualidade de vida”, enfatiza a profissional.
No contexto de prevenção ao suicídio, a psicóloga fala sobre a importância de manter um bem-estar físico e mental, além de destacar o autoconhecimento proporcionado pela psicoterapia.
“O autoconhecimento nos permite entender nossos limites, necessidades e emoções, e como elas impactam nosso comportamento”. Sydennya reforça que esse processo pode ajudar na identificação de fatores de risco e ao desenvolvimento de transtornos mentais, mas, mais importante, abre a possibilidade de tratamento para eles.
Fortalecendo a rede de apoio
O Setembro Amarelo foi estabelecido em 2015 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) para lembrar a sociedade da importância de manter um diálogo aberto sobre saúde mental e suicídio. Para Sydennya, a campanha é valiosa por trazer conhecimento e promover a discussão da importância da temática na sociedade.
A docente orienta que o fortalecimento dos vínculos afetivos pode ser um poderoso fator de proteção e prevenção do agravamento na saúde mental. Ela ressalta que as conexões entre indivíduos proporcionam a construção de uma rede de apoio efetiva e são agentes fundamentais para enfrentar as adversidades e promover o bem-estar.
Para quem busca apoio e orientação profissional, é possível buscar os recursos disponíveis gratuitamente na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), como os CAPS, o Ambulatório de Saúde Mental ou até mesmo as Unidades Básicas de Saúde (UBS) que poderão orientar quais os locais de referência em atendimento da rede na região do usuário.
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