A 17ª edição do Festival Literário e Cultural de Feira de Santana chega no penúltimo dia de atividades na Praça Padre Ovídio. A reportagem do Acorda Cidade esteve no espaço na tarde deste sábado (31) para conferir a grande movimentação da Feira do Livro. Estudantes, visitantes de outras regiões, comerciantes, foram muitas pessoas que aproveitaram o fim de semana para prestigiar o evento.
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Neste sábado, a Trilogia do Reggae, com uma nova cara, trouxe os cantores Dionorina e Gilsam, além da cantora Joh Ras para o palco da Flifs. Um grande público chegou logo cedo para aproveitar os estandes e esperar o início da grande festa regueira que fez uma homenagem ao saudoso Jorge de Angélica, que faleceu em 2023 e integrava o grupo.
Nas redes sociais, o cantor Gilsam publicou uma foto dos artistas antes de subir aos palcos saudando o cantor, dizendo “Não vão morrer as raízes”.
O penúltimo dia do festival atraiu muita gente para aproveitar a programação, mas também para fazer uma renda extra.
“Estou vendendo meus artesanatos. Trabalho em Cachoeira, na Flica, na de Mucujê também e Nazaré das Farinhas. Eu mesmo fabrico, compro a matéria e vou fabricando. A gente tem um dom, mas a gente precisa de alguém para se aperfeiçoar mais. E aqui em Feira de Santana tinha um rapaz chamado Nenê, que trabalhava do lado da prefeitura, na década de 85, eu vim aprendendo com ele, desde 85 e hoje eu trabalho com artesanato até hoje”, disse José Martins, mais conhecido como Tim, que vende os produtos há 40 anos e passa seu conhecimento e cultura pela região afora.
Com bastante tempo no mercado, Dian Rasta também aproveitou o sábado para comercializar seus artesanatos. Há 40 anos ele expõe os produtos em festas populares do estado. Além de fazer sua renda, ele ressaltou a importância educacional da Flifs.
“A galera está procurando mais se reeducar também, porque praticamente depois da pandemia, perderam a educação, agora o pessoal está renascendo de novo, está buscando aquela cultura da reeducação, passando uma boa educação para a nova geração, isso aí é muito importante”, disse o artista.
Quem não teve medo da chuva e foi conferir o penúltimo dia de festa foi David de Jesus Pereira Jr. Declarado fã do Portal Acorda Cidade, David tem deficiência visual e fez questão de falar sobre a importância de todas as pessoas viverem a cultura da cidade. Ele ficou muito feliz de encontrar a jornalista, Iasmim Santos, também trabalhando e prestigiando o festival.
“Nossa cidade é muito carente da parte da cultura. Então é isso aí, cultura. Que a gente possa prestigiar, não ficar dentro de casa não. Vamos aproveitar essas coisas que tem na nossa cidade, esses eventos importantes para nós e que possamos prestigiar”, disse.
A professora da rede municipal de Feira, Vânia Maria de Assis, estava no estande da Secretaria de Educação e apresentou um projeto interessante que envolve leitura, arte e liberdade, o que combina muito bem com o tema da Flifs, “Narrativas femininas, histórias para resistir”.
“A gente não podia deixar de trazer várias poetisas, vários poemas dessas ilustres mulheres feirenses. Então, a gente tem aqui uma gaiola onde tem ali um poema para você libertar. Você vai achar ali vários poemas de mulheres feirenses, que são as nossas poetisas. Trouxemos também aqui para as crianças vários desenhos com mulheres muito importantes de Feira, Dona Pomba, Chica do Pandeiro e outras personalidades, essas mulheres fortes, essas mulheres guerreiras, é fortaleza. Várias autoras-professoras também, onde vão estar publicando seus trabalhos, seus livros, e o estande está assim, com muita diversidade para essas crianças, onde elas vão pintar, colorir, desenhar, contar histórias, tudo do que a Flifs propõe”.
Outra professora que participou da Flifs foi Elza Sueli. Em entrevista ela contou que estava expondo um livro fruto de uma dissertação de mestrado que fez pela Universidade Estadual de Feira de Santana.
“Ele surge a partir da minha inquietação em relação ao ensino de literatura na escola, no ensino médio. Eu estudei alguns teóricos, alguns estudiosos que propõem um trabalho do ensino de literatura a partir da metodologia dos círculos de leitura para que a gente possa formar os nossos leitores estudantes. Essa obra está aqui para auxiliar o trabalho docente tanto de professores já formados, quanto de professores em formação, para atuar de maneira mais proveitosa na formação dos estudantes, na leitura do texto literário”.
Ana Luisa Costa Teixeira, de apenas 16 anos, estava fazendo trabalho voluntário em um dos estandes. Ela é estudante do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IF baiano) da região e resolveu se inscrever para participar.
“Cada monitor quando chega aqui vai se direcionar para a recepção e lá eles vão receber uma função. Tem gente que entrega os lanches, tem pessoal que fica no Vale Livro, tem gente que fica na Flifinha, que fica ali auxiliando as crianças, tem gente que fica na entrada, cuidando das escolas que chegam fazendo essa recepção. É um trabalho muito gostoso, que você tem contato com muita gente, você tem várias experiências, e é muito gratificante”.
Outro estudante do Ifba que estava no evento foi Arthur Brito de Oliveira, que faz parte do 2º ano do curso de edificações. Ele estava trabalhando no estande da instituição apresentando a unidade para os visitantes.
“A gente começou pelo resumo do Ifba, chegamos com uma proposta de trazer um pouco mais sobre o Ifba, porque, infelizmente, é pouco conhecido pelas escolas, e explicar um pouco sobre o que ele oferece, porque além do ensino médio, o curso técnico, oferece o bacharelado de forma gratuita”.
A reportagem do Acorda Cidade também encontrou pelas praças da Flifs uma pequena estudante à procura de seus livros, Valentina Campos Moura.
“Eu vim comprar vários livros, ver um monte de coisa. Eu gostei dos livros, de tudo. É a minha segunda vez aqui. Eu sei ler e escrever também”.
Além de aproveitar toda a programação cultural, a pequena estava aguardando fazer um lanchinho na Praça de Alimentação. Ela deixou uma mensagem para quem ainda não foi prestigiar o evento que termina amanhã (1º).
“É muito legal, todo mundo pode vir, que tem vários livros, diversidade, várias coisas”, disse a menina.
Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade
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