Atrizes e atores negros de Feira de Santana subiram ao palco no 17ª edição do Festival Literário e Cultural da cidade (Flifs) para apresentar o espetáculo cênico musical “Abram os Caminhos”, do Ser “Tão” Preto Cia de Teatro, neste quarto dia de evento. O ato aconteceu na Alameda Crispina dos Santos, na Praça Padre Ovídio.
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Após o espetáculo, o grupo conversou com a reportagem do Acorda Cidade sobre o surgimento da companhia e deu mais detalhes sobre ele, que é o primeiro grupo de teatro autodeclarado negro da cidade.
“Surgiu justamente da necessidade de nós, enquanto atores, artistas negros e pessoas negras, terem representatividade no teatro negro em Feira de Santana. Então foi esse nosso objetivo que nos uniu, justamente, para nos ver representados enquanto pessoas negras nas artes cênicas em Feira de Santana”, disse Keu Costa, diretora do Ser “Tão” Preto.
A equipe é composta por oito integrantes, sendo quatro atores e atrizes no elenco, dois músicos, uma diretora e um produtor.
“Surgiu através de um laboratório de pesquisa e aí, através de jogos de improvisação, de encontros, a gente construiu esse espetáculo que foi um espetáculo coletivo. Estreamos no ano passado no Centro de Cultura Amélio Amorim e essa é a nossa segunda apresentação para público”.
Há quatro anos levando arte, educação e inspiração para o público, Keu avaliou como uma grande conquista poder se apresentar em um dos festivais literários mais representativos do país.
“É uma grande conquista a gente estar nesse espaço aqui da Flifs 2024, que nós já somos há muito tempo espectadoras e é a primeira vez que nós estamos aqui ocupando esse espaço. É um grande evento que esse ano está trazendo essa temática de mulheres negras e por isso nós nos sentimos muito representadas. Essa sensação de acolhimento que a gente tem, esse espaço está sendo realmente muito representativo e muito acolhedor e a nossa sensação é essa”, contou.
A diretora ainda destacou o quanto foi surpreendente contar com uma grande plateia que esteve prestigiando o evento, mas também o espetáculo.
“Que bom que Feira de Santana está abraçando o nosso trabalho, que é um trabalho que a gente humildemente está abrindo portas para o teatro negro aqui na cidade, e a gente costuma dizer que nós estamos plantando uma semente e que dessa semente vai surgir várias outras manifestações do teatro negro aqui em Ferreira de Santana”.
O jornalista aposentado Wilson Mário esteve na Feira do Livro e esteve prestigiando a apresentação. Ao Acorda Cidade, ele falou sobre a importância da cidade investir em cultura e arte.
“Feira precisa muito dessas apresentações, o povo, as crianças, os jovens, precisam ver o que é teatro, a cultura e, principalmente, essa questão afrodescendente. Nós somos negros, precisamos valorizar cada vez mais essa cultura racial, e essas apresentações servem para mostrar que a dança não é só a clássica, a dança popular. Os negros apresentarem os ritmos variados, a beleza e o canto do povo negro”.
Quem não pode conferir o espetáculo, não precisa ficar chateado. Ainda este ano, o grupo vai se apresentar nos meses de outubro e novembro. Para acompanhar o trabalho siga @sertaopretociadeteatro.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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