Acusações contra procurador debatidas na Câmara

As acusações do chefe de gabinete do prefeito Tarcízio Pimenta, Milton Brito, contra o procurador geral do Município, Carlos Lucena, repercutiram na sessão desta terça-feira da Câmara Municipal. Vereadores governistas e oposicionistas se pronunciaram e a maioria acha que as declarações do jurista devem ser levadas em conta para a permanência de Lucena no cargo que ocupa há 14 anos.

Everton Carneiro (Tom) questionou o poder do procurador no cargo, chamando-o de "Dom Lucena", e antecipou que vota contra a recondução.

Getúlio Barbosa acha que o prefeito corre o risco de ser responsabilizado se houver algum tipo de problema que venha comprometer a imagem do governo. Defendeu a avaliação de uma lista tríplice e mandou um recado: "Não faço política com segundas intenções ou razões pessoais".

Justiniano França, o líder do governo, acha que não haverá problemas. Disse que o procurador tem competência e honestidade, mas o parlamento é livre para que as pessoas façam suas avaliações.

Carlos Alberto Rocha da Costa (Frei Cal) considera que deveria se levar em conta as declarações do chefe de gabinete antes de qualquer decisão.

Marialvo Barreto, que é oposição ao governo, disse que se Lucena não for reconduzido não será nenhuma injustiça.  Ele lembrou que foi dito que a Procuradoria é um filtro. "Quando o filtro do carro está sujo, trocamos para não estragar o motor. Já há um desgaste muito grande do motor da máquina pública", afirmou.

Milton Brito detona Lucena

_{Foto: Divulgação}

Em comentário postado no blog do jornalista Glauco Wanderley, o chefe de gabinete do prefeito Tarcízio Pimenta, Milton Brito, detona o procurador geral do Município, Carlos Lucena (foto), cuja permanência no cargo, recomendada pelo prefeito, está sendo avaliada pela Câmara. Considerado "puro sangue" no governo, o que torna as suas declarações ainda mais graves, Brito carrega nas tintas e, inclusive, sugere que Tarcízio repense a indicação.

"Imperador negocista"

"Imperador negocista" é uma das definições atribuídas ao procurador por Milton Brito, que considera a sua permanência no cargo "uma excrescência". O comentário diz ainda que Lucena responde a inquérito na Polícia Federal, e é alvo de representação no Ministério Público Federal. O chefe de gabinete questiona as razões de sua parmanência: "Conhecimento jurídico? ou o caminho das pedras?".

Prefeito não sabe da missa a metade

Milton Brito, que chegou a ser cotado para assumir a Procuradoria, diz que não tem interesse no cargo e não dá trégua quando o assunto é Carlos Lucena. Ele só alivia um pouco quando diz que o prefeito Tarcízio Pimenta "não sabe da missa a metade". Mas em seguida, reforça: "A sua equipe tem que estar composta de homens honrados”.

Tarcízio não vê insubordinação

_{Foto: Divulgação}