Os médicos especialistas em problemas no pulmão sempre orientam a população sobre os riscos do tabagismo. Fumar é uma das principais causas do acometimento de doenças relacionadas ao órgão, mas o médico Sandro Torres, fez um alerta: “Fumar faz mal para todo o organismo”.
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No mês da campanha Agosto Branco, a conscientização sobre os perigos da prática aumenta, alertando a sociedade sobre o câncer de pulmão e outras doenças que o ato pode causar.
Mesmo com todas as campanhas contra o uso de cigarros e novas formas que a indústria assume – atualmente com os cigarros eletrônicos – ainda é alto o número de brasileiros que realizam a prática. Cerca de 12,6% dos adultos no país são fumantes, isso representa aproximadamente 15,2 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS).
“O cigarro ainda é consumido amplamente pela população, cada hora variando de alguma forma, então às vezes se usa de uma forma de narguilé, que é um cigarro árabe, para poder criar uma moda nova, atualmente estão se usando os cigarros eletrônicos, os vaporizadores e eles são deletérios, muito prejudiciais para todo o organismo. Eles não têm um benefício, faz mal para o organismo como um todo, seja para a bexiga, próstata, pulmão, o rim, pâncreas”, disse o médico otorrinolaringologista.
De acordo com o médico, fumar pode causar a perda da audição, porque a prática também afeta os ouvidos. As partículas tóxicas do cigarro podem provocar uma vasoconstrição.
“Você contrai os vasos, diminui os comprimentos vasculares do ouvido. E com isso o ouvido é muito sensível, qualquer variação de recebimento de sangue, de oxigênio, ele sente de forma bastante precoce, bastante sensível mesmo, fazendo com que se tenha perdas auditivas, provocando zumbidos, tonturas, vertigens, então as labirintites, às vezes, você vê num paciente que fuma é muito mais comum do que na pessoa que não fuma, além disso, o cigarro diminui a mobilidade da mucosa nasal. Ela é cheia de cílios e nas pessoas que fuma, ela fica diminuída. Esse é um dos motivos para os fumantes sempre estarem tossindo, pigarreando, para conseguir eliminar essa secreção que tem mais dificuldade de sair”, acrescentou o doutor.
Nos ouvidos, o mesmo processo com a perda da proteção da mucosa acontece.
“No ouvido a mucosa é semelhante à mucosa respiratória. Então faz com que acumule mais secreção dentro do ouvido. A pessoa que fuma tem o ouvido mais tapado. A audição fica um pouco mais distorcida. Isso tudo por causa desse agente que é bastante agressor”, explicou.
A depender do dano causado pelo uso do cigarro, os problemas podem ser reversíveis. Neste ponto, Sandro pontuou os fumantes passivos, aqueles que, de alguma forma, ficam expostos à fumaça tóxica exalada por um fumante e que, caso desenvolva algum problema, podem ser tratados com medicamentos. Já aqueles que acumulam os danos, fumando regularmente, os riscos são ainda maiores.
“O dano cumulativo ao longo dos anos, isso é irreversível, uma vez que a pessoa teve a perda de audição provocada pela isquemia, pela diminuição do sangue no ouvido, ela não é mais reversível, então mesmo parando de fumar, ela não reverte mais a audição. Parar de fumar vai diminuir a chance de piorar a audição, mas não reveste mais”.
Para quem quer proteger seus ouvidos, assim como todo o organismo, parar de fumar é a melhor indicação. Nas palavras do doutor, “Quem não quer queimar a pele, não fica no sol”.
“Se ficar no sol, passar protetor solar vai ajudar. Ficar na sombra vai ajudar. Mas se você fica no sol exposto, vai queimar a pele. Não tem jeito. É o mesmo. Qual é a melhor forma de não ficar bêbado? Não beber”.
Ele ainda ressalta que tentar driblar as toxinas no ato de fumar, seja colocando mais filtros, usando vaporizadores na tentativa de diluir a fumaça, com vapes e cigarros eletrônicos, não vai diminuir os danos que podem causar.
“Isso tudo é enganação para que se consuma a nicotina, isso tem interesse comercial e as pessoas se iludem com essa falácia. Mas de fato o mais importante é evitar o tabagismo. Se a pessoa não tem esse autocuidado, que pelo menos cuide do filho, cuide dos pais, evite fumar ao lado dessas pessoas que são inocentes, que não estão praticando o tabagismo, mas estão fumando com vocês passivamente”, alertou.
O médico ainda pontuou a necessidade de reconhecer quando o paciente é dependente químico do cigarro. Nestes casos, buscar ajuda profissional com um pneumologista, inclusive com um psicólogo, pode ajudar a largar o vício.
“O fundamental é procurar apoio psicológico, fazer uma avaliação com o pneumologista que é o médico que geralmente trata os pacientes que estão querendo parar de fumar ou com psiquiatra. Psiquiatra é um médico que vai ajudar você a superar dificuldades psicológicas. E a dependência do cigarro além de uma dependência química é também uma dependência psicológica, que é a que mais dificulta a parada do hábito. Então procure ajuda, procure um médico especializado nisso e bote fé que você consegue”, indicou o médico.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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