Salvador

Após assalto a carro-forte em campus, alunos da Ufba listam pontos críticos

Universidade Federal da Bahia pretende instalar catracas para controlar acesso aos campi

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Mais de 500 vigilantes, 400 câmeras e R$ 19 milhões anuais investidos em segurança. Os números, no entanto, não diminuem o medo e a sensação de insegurança de estudantes que circulam pelos 320 mil metros quadrados de área construída da Universidade Federal da Bahia (Ufba). A área equivale a mais de 120 campos de futebol.

 
Se, quarta-feira, seis homens armados renderam funcionários de uma empresa de segurança e levaram R$ 100 mil que iriam abastecer um terminal do Banco do Brasil no Pavilhão de Aulas da Federação I (PAF I), em Ondina, pequenos roubos e furtos ocorrem sem alarde nos três campus da instituição.
 
Alunos e funcionários ouvidos pelo Correio enumeraram 13 pontos críticos dos campi e quais estratégias adotam para se prevenir. Andar em comboio, pegar carona e evitar certos pontos dentro da universidade ou do entorno, mudar o itinerário para evitar as escadas são algumas das tentativas de proteção
 
A universidade não informou o número de ocorrências dentro da instituição.
 
“Não temos os números agora, mas a estatística é compatível com a universidade, onde circulam mais de 30 mil pessoas por dia”, explicou Lafaiete Cardoso, assessor da Reitoria para assuntos de segurança.
 
Na vizinhança
Em Ondina, a Praça das Artes (entre os PAFs e a biblioteca) é apontada como perigosa à noite. Foi que ocorreu o assalto ao carro-forte por volta de 10h de quarta-feira. Alguns alunos, como Mateus Tavares, 23 anos, ressaltam que o mais preocupante está mesmo nas áreas que circundam a instituição, e não dentro dela.
 
“O perigo está mais no caminho até chegar à universidade, como na Estrada de São Lázaro”, diz o aluno de Ciências Sociais. Tem estudantes que pedem ajuda aos colegas. “As meninas pedem companhia para descer para Ondina [saindo de São Lázaro], porque elas são os maiores alvos”, diz Saul Carlos Corte, 25.
 
Aluna de História, Mariana Batista, 21, aponta as escadas como as áreas de maior risco. “Me sinto insegura na subida da Faculdade de Educação (no Canela)”, diz ela, citando também, as escadas da Politécnica (Federação), de São Lázaro e na área da Faculdade de Geofísica (Federação).
 
Com vegetação alta, a área posterior à Faculdade de Dança é outro exemplo de local evitado por alunas, principalmente à noite. Parte da fama ruim do local ainda existe por conta de um estupro ocorrido ali, em agosto de 2008.
 
Baixo Registro
A delegada Jorvane Andrade dos Santos, titular daDelegacia, que cobre a área da Ondina e da Federação, diz que os registros de ocorrências relacionados às áreas da Ufba são pequenos. “Em um ano, esse (o roubo ao carro-forte) foi o segundo de que tive conhecimento; o outro foi a um transeunte”.
 
Universidade pretende instalar catracas
A Ufba estuda a possibilidade de implantar um sistema de identificação eletrônica dos estudantes, que vai ter acesso aos campi através da leitura de cartões magnéticos em catracas.
 
De acordo com o assessor da Reitoria para assuntos de segurança, Lafaiete Cardoso, a licitação deve ser publicada este ano. Outra novidade prevista é a instalação de um sistema de registro de ocorrência online — que permitiria em tempo real a centralização na coordenação de segurança.
 
Cardoso afirma que entre as ocorrências mais comuns estão roubos de celulares e equipamentos.
 
A Ufba tem uma parceria com a PM, que patrulha a periferia dos campi. Para alguns alunos é pouco. “Em curto prazo, a solução seria a PM dentro do campus, mas isso é impossível. resistência de estudantes usuários de drogas. Eles não aceitam. E tem a questão do tráfico, que também rola aqui dentro, todo mundo sabe disso”, afirma o estudante de Geografia Danilo Mourantino, 27 anos. As informações são Correio.
 
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