As infecções das vias aéreas superiores, comuns em quadros gripais e resfriados, ganharam destaque em um Congresso Pediátrico Teórico/ Prático realizado pela EMS e SIP em Feira de Santana. O evento reuniu centenas de médicos da região, na última quinta (23) e sexta-feira (24), no Hotel Ibis, em um encontro com referências nacionais e estaduais em pediatria, para atualização do conhecimento.
Em palestra, Manoel Nobrega, presidente do Departamento de Otorrino Pediatria do estado de São Paulo, fez um importante alerta para os colegas presentes sobre a prescrição de antibióticos no tratamento de doenças virais, bastante comuns nesse período de outono/inverno.
Nobrega defende cautela na prescrição desses medicamentos, principalmente nos atendimentos de consultórios, e que se possível, fazer um acompanhamento posterior do paciente e reavaliar o uso. “É importante que haja uso racional dos antibióticos, especialmente nos atendimentos do consultório, já que é possível o paciente retornar e rediscutir a indicação e necessidade desses medicamentos”, frisou.
O médico ressaltou que há casos de infecções das vias aéreas superiores, como sinusite e amigdalites, com severidade de sintomas clínicos na criança, que provavelmente haverá necessidade de antibiótico, diferente da maioria dos quadros gripais e resfriados. “A orientação é tratar os sintomas que estão acometendo essas crianças e dar tempo ao tempo, porque gripes e resfriados vão levar entre sete e 14 dias para curar”, salientou.
Debater temas como este são de grande importância para a atualização. Quem afirma é Roberta Borges, residente no Hospital Estadual da Criança e participante do Congresso. “Na área da medicina, a gente tem que se atualizar sempre. O Congresso trouxe temas muito importantes e eu gostei bastante”, avaliou.
Representante da EMS, Pablo Domeni ressaltou que é gratificante produzir um evento de extrema relevância para a região, atendendo ao compromisso de educação médica continuada. Segundo ele, o evento em Feira de Santana superou as expectativas em participação e nível das discussões. “O feedback que a gente teve dos médicos foi muito bom. E poder proporcionar e participar de um congresso como este é gratificante”, pontuou.
Diretor médico da SIP (Soluções Integradas Pediátricas), Sandro Nunes destacou a grande adesão ao evento, com mais de 200 inscritos, e importantes discussões com os palestrantes de diversas partes do país. “As palestras foram um sucesso, assim como a parte prática do evento, com 80 colegas treinando intubação, acesso intraósseo, parada cardíaca, reanimação neonatal, com simulação em bonecos de treinamento. O que a SIP quer através deste evento é treinar médicos para tentar suprir a falta de pediatras na nossa região e no interior do estado,” frisou.
O Congresso Pediátrico trouxe diversos outros debates importantes para a pediatria, como dengue, tema abordado pelo médico Igo Araújo; uso de cigarro eletrônico na adolescência, pelo médico Cefas Pio; e reconhecimento do paciente grave, pela médica Marina Vieira. “Estamos finalizando um projeto de levar essas palestras e os treinamentos práticos para áreas mais remotos no interior do estado, junto com teleinterconsultas dos pacientes mais graves e especialidades pediátricas, essa é a finalidade da SIP” finaliza o médico Sandro Nunes.
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