O corpo da delegada Patrícia Neves Jackes Aires, 39 anos de idade, foi velado na manhã desta segunda-feira (12) na Câmara de Vereadores de Santo Antônio de Jesus e depois seguiu para Recife, capital do estado de Pernambuco, onde será sepultado na terça-feira (13).
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Amigos e colegas de profissão, prestaram a última homenagem a delegada, que foi encontrada morta dentro do porta-malas do próprio veículo, na madrugada de domingo (11), na cidade de São Sebastião do Passé.
Em entrevista ao radialista Itajay Júnior, da Rádio Andaraí FM, de Santo Antônio de Jesus, a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, destacou que toda a corporação se entristece, ainda mais como a delegada foi morta.
“Para nós, da polícia, a gente tem um colega que é morto de forma violenta, é muito triste. E morta ainda dentro de uma vertente que ela defendia, que ela combatia, nos enlutece ainda mais, mas a Polícia Civil ela age com profissionalismo, com muita lisura em todo o processo, então nós já adotamos desde o momento em que tivemos ciência do fato, em que a versão não foi confirmada, nós adotamos todas as medidas e tenho certeza de que nós vamos utilizar tudo o que existe em termos de investigação, de tecnologia, para que o crime seja esclarecido em toda sua completude, para que não fique nenhuma sombra de dúvidas da participação do autor de todos os fatos transcorrentes, e essa questão de justiça é o mínimo que nós podemos oferecer”.
O crime contra a delegada Patrícia Jackes, aconteceu justamente no Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher. Segundo Heloísa Brito, ainda é preciso fazer mais para acabar com este tipo de crime.
“Nós somos uma instituição muito unida num momento como esse, de dor e de perda, não teria como ser diferente. E é um momento para agradecer a todos os colegas que desde que o fato aconteceu, se empenharam e ficaram por quase 48 horas no curso das investigações. Não tinha como ser diferente, eu não esperava nada diverso da nossa instituição. Num mês simbólico como esse, onde nós temos uma delegada que trabalhava na proteção das nossas mulheres vítimas de violência e ser ela mesma vitimada, acende para todas nós, independente da instituição que ocupemos, o alerta de que é preciso fazer mais. Para além do cumprimento da legislação, é preciso sim criarmos uma rede, eu diria até de proteção da própria vítima de si mesma. Porque muitas vezes o que a gente percebe é que ela não consegue, apesar de ter todos os meios disponíveis em termos de legislação ou de conhecimento, ela não consegue encerrar esse ciclo. Então que isso sirva de alerta, de elemento conscientizador não só para os policiais, mas para todos os cidadãos e todas as cidadãs que entendam que é necessário sim intervir, intervir às vezes de um modo mais firme até para proteger a própria vítima”, declarou.
Quem também esteve no velório, foi a delegada Rogéria Araújo, titular do Departamento de Polícia do Interior (Depin). Segundo ela, as investigações tiveram início a partir das informações prestadas pelo suspeito do crime.
“O primeiro ponto da investigação foi o suposto sequestro que ele noticiou, inclusive registrado em uma delegacia. A partir daí, a Polícia Civil começou a trabalhar, em primeiro lugar, para tentar verificar se realmente o sequestro tinha acontecido, as informações que ele trouxe não batem, e a forma como a colega foi encontrada sem vida dentro do carro. Então, informações e outras investigações estão sendo desenvolvidas. A análise das imagens das câmeras, tanto daqui de Santo Antônio de Jesus como da BR-101, BR-324, tudo já foi coletado e está sendo analisado pelo Departamento de Inteligência da Polícia Civil. Então é um trabalho que nós damos a tranquilidade ao cidadão baiano, de que principalmente, os casos de violência doméstica, nós temos nos debruçados em cima desses fatos”, concluiu.
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