Política

Psol critica a definição do vice de Zé Neto, candidatura apoiada pelo partido nestas eleições

Para o Psol, José Ronaldo é a liderança responsável por problemas presentes nas gestões municipais dos últimos 24 anos.

Sandro Nazireu e Zé Neto
Foto: Asssessoria

Na manhã de sábado (10), o Psol de Feira de Santana divulgou uma nota em que apresenta sua crítica à definição do vice por parte do candidato a prefeito Zé Neto (PT). Pela primeira vez no município, o Psol abriu mão de ter uma candidatura própria para apoiar a candidatura petista com o objetivo de somar forças contra José Ronaldo (União Brasil).

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Para o Psol, José Ronaldo é a liderança responsável por problemas presentes nas gestões municipais dos últimos 24 anos, incluindo o governo de Colbert Martins Filho, e precisa ser derrotado. Mesmo sinalizando a manutenção do apoio, a nota apresenta diferentes questões em torno da escolha de Sandro Nazireu (Pode), anunciado recentemente por Zé Neto.

Leia a nota completa abaixo:

NOTA DO PSOL FEIRA DE SANTANA SOBRE A ESCOLHA A VICE PREFEITURA DA COLIGAÇÃO “UNIÃO POR FEIRA”

O povo de Feira de Santana vive uma situação limite: onde quer que se vá, a sensação é de abandono. Do mato alto até nas avenidas à quase inexistente sinalização do trânsito, da falta de aulas nas escolas à precariedade nas unidades de saúde, do péssimo transporte coletivo aos alagamentos, da perseguição aos trabalhadores nas ruas ao desrespeito às comunidades rurais, não faltam provas que o governo municipal segue na contramão das necessidades sociais. O prefeito Colbert Filho chegou ao cargo “carregado” e sairá pela porta dos fundos, como uma das piores gestões da história feirense. Agora, o principal responsável por isso é candidato mais uma vez: o ex-prefeito José Ronaldo (UNIÃO BRASIL). São cerca de 24 anos do mesmo grupo político controlando a prefeitura. São mais de vinte anos de descaso com o povo, incompetência administrativa, corrupção e autoritarismo. Querem mais e, com a maior cara de pau, prometendo um “governo novo”! Pior: o ex-prefeito escancarou a sua aliança com o bolsonarismo e com a extrema-direita organizada no município. Diante disso, o PSOL tomou posição: pela primeira vez, não teremos candidatura própria à prefeitura e apoiamos a candidatura de Zé Neto (PT). As nossas diferenças continuam colocadas, mas neste momento reconhecemos o risco de continuidade do abandono do povo feirense e de um retrocesso político ainda maior.

O apoio à candidatura de Zé Neto a prefeito foi marcado pela sua assinatura de um termo de compromisso, apresentado pelo PSOL, com propostas a serem realizadas pelo futuro governo municipal nas áreas de mobilidade urbana, saneamento básico e meio ambiente, saúde pública, educação infantil, política cultural, comércio popular e renda. Em segundo lugar, deixamos claro a independência política que o PSOL manterá frente ao novo governo. O nosso lugar não é na composição dos cargos, mas nas lutas sociais que vão se desenvolver nas ruas mesmo com uma mudança de gestão a partir de janeiro de 2025. Como terceiro ponto do apoio, o PSOL fará campanha de “cara própria”. Estaremos no processo eleitoral usando o nosso próprio método, ou seja, pé no chão, olho no olho e muito diálogo direto com o povo. Isso significa também, quando necessário, criticar os rumos da campanha. Neste momento, isso passa pela questão da escolha do candidato a vice-prefeito.

Como é público, a convenção eleitoral da União por Feira ocorreu no último sábado (03) e o PSOL não se fez presente. Usamos o dia, além da realização da própria convenção da Federação PSOL-Rede, para debater as implicações políticas de Sandro Nazireu (PODE) ter sido escolhido como candidato a vice e a forma como esse processo ocorreu. Não se trata de qualquer problema em ser evangélico, mas do perfil político. Aliás, além de contarmos com militantes de várias denominações evangélicas, é importante lembrar que a primeira candidatura do PSOL à prefeitura teve como vice um pastor com larga trajetória na defesa dos direitos humanos e com engajamento social. Portanto, a questão é política. Ainda mais quando se soube, só após a repercussão midiática, que Sandro em 2022 declarou apoio a Bolsonaro e ACM Neto, bem como foi candidato a deputado com uma plataforma eleitoral conservadora. É bem verdade que as pessoas podem mudar de posição política, mas nem sequer esse debate foi colocado porque não houve a coragem de fazer a caracterização franca do nome. Por isso, mesmo que solitária, nossa postura não poderia deixar de ser contrária à escolha.

Além desta nota, já apresentamos a nossa insatisfação diretamente ao próprio Zé Neto e aguardamos que ocorra o debate necessário na União por Feira. Enfrentamos a eleição mais polarizada da história recente do município e, justamente por isso, se engana quem pensa que será ganha magicamente com “atalhos”. Na prática, a vitória continua dependendo da capacidade da campanha responder aos problemas concretos da maioria da população feirense em sua diversidade. Como nós do PSOL costumamos dizer, decisiva é a sintonia com quem sente na pele a exploração, a opressão e a negação de direitos todo dia!

Feira de Santana, 10 de agosto de 2024

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