Uma das mais importantes consequências da prática da capoeira é sua contribuição na formação humana, sendo instrumento de transmissão de valores fundamentais às pessoas, especialmente crianças e adolescentes. A observação é do secretário da Associação de Capoeira Oásis, Carlos Manoel Leal Primo, que, durante uso da Tribuna Livre nesta quarta-feira (31), fez breve explanação sobre o legado histórico do bem cultural e o trabalho social desenvolvido pela entidade no bairro Baraúnas. “Devido à realização de rodas de capoeira, utilização de músicas e os aspectos lúdicos envolvidos, as crianças adoram nossos projetos sociais”, destacou.
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Com sede no centro da cidade e atuando há mais de duas décadas (oficialmente), a associação teve a Utilidade Pública Municipal aprovada ontem (30), em segunda votação na Câmara. Através das atividades desempenhadas, o grupo Oásis busca promover a saúde física e mental, a melhoria de qualidade de vida e incentiva práticas esportivas e culturais, dentre outras coisas. “A nossa equipe vem fazendo este trabalho com rodas solidárias para arrecadação de alimentos, palestras, oficinas e eventos como o Verão da Capoeiragem”, afirmou. “Isso porque, na capoeira, o que vale é o respeito ao outro. E os parceiros não são inimigos a serem vencidos”, disse.
Para o secretário da entidade, apesar do histórico de repressão durante a vigência da escravidão no Brasil e a clandestinidade no período da República – quando chegou a ter sua prática considerada “crime”, a capoeira vem ganhando espaço e conquistando reconhecimento. No século XX, explicou ele, começou a se popularizar e foi introduzida no currículo do ensino escolar. Com o trabalho de mestre Bimba, esta expressão cultural afro-brasileira começou a ocupar espaço na sociedade como um todo. “Inclusive, nas décadas de 1970 e 1980, ela sai das ruas e vai para as academias, com a instalação de diversos destes equipamentos pelo país”, frisou.
Nos anos seguintes, acrescentou Carlos Manoel, surgem estudos acadêmicos que resgatam a história e apontam a África como origem deste misto de dança, arte e esporte. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Unesco ( Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) reconheceram a capoeira como bem imaterial e cultural da humanidade. Hoje, sua prática é recomendada para se obter benefícios de atividade física e de promoção de autoconfiança, companheirismo e capacidade de desenvolver trabalhos em equipe.
“Olha de onde saiu e em que lugar chegou. Por isso que crianças, jovens, adultos, idosos e pessoas com deficiência, praticam e gostam da capoeira”, disse o secretário da associação.
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