Quase 20 mil pessoas morreram entre 2019 e 2022 no Brasil, cerca de um mil somente no Estado da Bahia, segundo dados do Sistema de Informações do Ministério da Saúde (SIH/SUS). Porém, o número de casos chama a atenção e precisa servir de alerta, principalmente, para a população masculina, principal alvo da doença. O órgão registrou mais de 110 mil casos da neoplasia maligna da bexiga de 2019 a abril deste ano, sendo que na Bahia quase 5 mil. De acordo com o cirurgião urologista, Dr. Eduardo Cerqueira, o diagnóstico precoce e a prevenção ainda são o melhor caminho para uma maior chance de cura.
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O especialista alerta para o fato de que cerca de 90% dos diagnósticos do tumor feitos ainda na fase inicial terem chances de cura. Dr. Eduardo Cerqueira frisa que, além de atentar para o fator genético, ou seja, o histórico familiar, existe um fator de risco muito importante para o desenvolvimento desta doença que é o tabagismo. Estima-se que mais de 50% dos casos de tumores de bexiga estejam relacionados ao fumo.
“Pessoas que fumam terão uma probabilidade muito maior que as não fumantes. Outro público importante são as pessoas que trabalham expostas a produtos derivados de benzeno, são aquelas pessoas que se expõem à tinta, solvente, combustíveis, pessoas que trabalham em indústrias petroquímicas ou com asfalto. Não é incomum a gente perceber o não uso de equipamentos de proteção individual, o que precisa mudar nesse público, pois isso vai potencializar o risco de contaminação e uma maior incidência de câncer de bexiga nesse público. Por isso a importância da prevenção e diagnóstico precoce”, ressaltou o urologista.
O diagnóstico desse tipo de tumor passa primeiramente pelos sintomas. O primeiro dele, conforme o cirurgião urologista Dr. Eduardo Cerqueira, é a presença de sangue na urina. “Um sangramento sem dor”, salientou, acrescentando que esse tipo de paciente geralmente não tem nenhum tipo de queixa e, ao urinar, percebe a urina sair com a coloração avermelhada.
“É importante lembrar que o sangue na urina, apesar de estar presente em cerca de 80% por cento dos casos da doença, pode ter outras causas como infecções urinárias e hiperplasia prostática, isto é, não quer dizer que qualquer sangramento na urina seja necessariamente câncer na bexiga, bem como outros sintomas que aparentam ser simples e que, repito, podem ser causados por outras doenças, mas que, de forma alguma, podem deixar de ser investigados, a exemplo de sintomas da bexiga irritada (dor para urinar e aumento da frequência urinária e a própria sensação de bexiga cheia)”, enfatizou o médico.
A prevenção e o diagnóstico precoce serão fundamentais para a cura, uma vez que a doença, na maioria das vezes, é silenciosa até manifestar os sintomas. O cirurgião urologista lembra a importância das visitas ao urologista de forma preventiva: “Esse tipo de tumor pode ser assintomático e, portanto, detectado através de exames de urina. Havendo alguma suspeita, podem ser realizados exames de imagem, como ultrassom, ressonância magnética ou até tomografia computadorizada e cistoscopia (investigação interna da bexiga por meio do cistoscópio, instrumento dotado de câmera introduzido pela uretra). O importante é a detecção da doença ainda no seu estágio inicial”, alertou o especialista.
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que este ano deverão ser registrados 11.370 novos casos de câncer de bexiga, sendo 7.870 em homens e 3.500 em mulheres. Na Bahia, a estimativa é de 550 novos casos, lembrando que, ainda segundo o Inca, esse é o sétimo câncer mais incidente entre os homens (exceto o de pele não melanoma), representando mais de 3% dos cânceres no sexo masculino.
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