DEM pressiona PSDB a definir candidato

Integrantes do comando nacional do DEM não escondem a preocupação com a movimentação de campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que percorre vários pontos do País, acompanhada pelo presidente Lula. Em reunião da Comissão Executiva Nacional, ontem em Brasília, dirigentes do partido decidiram pressionar o PSDB para que a candidatura de oposição se defina o mais rápido possível.

Embora o discurso oficial seja de que o DEM não quer forçar o PSDB a escolher entre os governadores José Serra ou Aécio Neves, de Minas, o presidente do partido, Rodrigo Maia (RJ), diz que tem conversado com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), para discutir cenários políticos. Maia expôs, na terça, a preocupação em relação à movimentação de Dilma e também do deputado federal Ciro Gomes (PSB). “A definição do lado de lá está angustiando o lado de cá”.

Na reunião do DEM, dirigentes reconheceram que o cenário político do País sofreu alterações nos últimos meses, e avaliam que a oposição precisa se preparar para esse novo momento. “Há seis meses, Dilma se tratava de doença e não fazia campanha. Agora, se recuperou e está na rua. A conjuntura está mudando muito rápido.”

Setores do DEM avaliam que a demora em confirmar o candidato da oposição abre espaço para consolidação da ministra. A sequência de eventos e a exposição de sua imagem podem fazer Dilma subir nas pesquisas, reduzindo a distância de Serra, o que poderia afastar aliados em potencial. “Quando se tem 40 e poucos por cento nas pesquisas, isso gera expectativa de poder entre políticos. Quando vai para 35%, a expectativa é diferente. E com 30% muda de novo. São situações que precisamos ficar atentos”, diz Maia.

Outro problema apontado pelo partido é a possibilidade desmobilização regional da campanha. “Há dois patamares: por cima do mar e embaixo do mar. Por cima, tanto faz definir ou não. Por baixo do mar, correntes são mais importantes. A pré-campanha deveria estar quente, mas está fria, quase gelada”, compara o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), pai do presidente do partido.

“O problema é que embaixo do mar costuras regionais precisam ser feitas com alguém credenciado ou pode-se criar situações irreversíveis e prejudiciais à campanha. O que diferencia Serra ou Aécio de Dilma é a capilaridade das candidaturas regionais e o tempo de TV. A capilaridade não deve ser um processo espontâneo, pois o risco é grande num país continental e com partidos inorgânicos”, explica o ex-prefeito. 
 

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