Na manhã desta quinta-feira (18), a Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana realizou cerca de 150 atendimentos gratuitos para diagnosticar mulheres idosas, com osteoporose, doença que acelera a perda de massa óssea e é grande causa para a ocorrência de fraturas. A demanda foi tão grande, que um segundo evento já está confirmado para o próximo mês. O atendimento aconteceu no Centro Médico Cardiovascular da unidade.
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Ao Acorda Cidade, Rodrigo Matos, provedor da Santa Casa, explicou que a unidade pensou em promover o mutirão, por conta do número de pacientes, em sua maioria idosas, que chegavam ao hospital com fraturas por fragilidade, justamente porque tinham osteoporose e não sabiam que tinham a doença.
“A gente se mobilizou, entendeu que isso era um problema de saúde pública grave de nossa região e trouxe esse mutirão, primeiro conscientizar que a osteoporose é uma doença que precisa ser vista com mais cuidado pela sociedade como um todo e pelo poder público, porque, são fraturas que podem ser evitadas, reduz custo para saúde pública e melhora muito a capacidade das pessoas do ponto de vista funcional”, explicou.
Segundo o provedor, tratar a osteoporose para fortalecer a estrutura óssea evita acidentes médios, por exemplo, pessoas que caem da altura do próprio corpo, de ter problemas maiores, inclusive, de ficar sem locomoção causada pela fratura do fêmur.
“A osteoporose é o osso mais poroso. Na prática, o osso mais frágil. Então se uma pessoa escorrega, toma um tropeço e acaba caindo, com um trauma pequeno, se ela tiver um osso forte a chance de ter uma fratura é muito pequena. Mas se o osso está frágil, esse mesmo trauma mínimo faz uma fratura”, detalhou.
A previsão da Santa Casa era atender cerca de 60 pacientes, demanda que foi surpreendida e ampliada para 150 pessoas, entretanto, a lista de espera ainda é grande, e que segundo o provedor, só indica a necessidade de se investir neste tipo de atendimento.
“Acolhemos essas pessoas e colocamos na lista de espera. Teremos um segundo mutirão para atender todas essas pessoas que nos procuraram para que elas possam ser avaliadas no próximo mês, em agosto”, declarou o provedor, que irá definir a data.
Também chamado de mutirão da vida, o objetivo é claro, prevenir através do diagnóstico para evitar futuras lesões.
“Pessoas que têm fratura de fêmur, em especial, fraturas por fragilidade, morrem mais dentro de um ano. Então é isso que a gente quer evitar. Esse mutirão a gente chama de mutirão da vida, porque serão diagnosticadas, as pessoas tratadas terão ossos mais fortes e se eventualmente caírem, terão a chance menor de se fraturarem. Eles têm mais vida porque evitam ficar acamadas”, disse Rodrigo Matos.
O médico ortopedista Aderbal Freire de Aguiar foi um dos profissionais que atenderam as pacientes no mutirão. Ele explicou que a iniciativa de realizar a triagem para diagnosticar as pacientes é importante porque a osteoporose é uma doença silenciosa em que as pessoas não sentem nenhum tipo de dor, mas que provoca lesões graves.
“É um enfraquecimento dos ossos e isso provoca fraturas. Principalmente as mulheres acima de 60 anos, devem estar investigando, fazendo densitometria (exame que quantifica a massa óssea e diagnostica a osteoporose), procurando seu ortopedista porque a fratura do colo do fêmur, que é uma fratura mais grave da osteoporose, é um evento desastroso para o idoso”, frisou o médico.
De acordo com ele, são vários fatores que levam as pessoas a terem osteoporose, entre eles são: genéticos, ambientais, imutáveis, desenvolvidos por pessoas magras e baixas, além disso, fatores desenvolvidos pelas práticas do cotidiano como o tabagismo, a vida sedentária e o uso de algumas medicações.
A doença também pode acometer homens, mas Aderbal Aguiar pontua que a incidência em mulheres é maior, porque o pico de massa óssea é menor.
“A mulher atinge um pico de massa óssea menor do que o homem. Normalmente o sexo masculino faz mais atividade na adolescência, joga bola, briga, corre. Então, ele chega em um bom pico de massa, vai ser maior do que a mulher. Mas também pode ter osteoporose”, enfatizou.
Ainda segundo explicações do médico, existem dois tipos de osteoporose, a primária, a mais comum, que acontece pós-menopausa e é reversível e, a secundária, que tem que tratar as causas do problema, como o uso excessivo de drogas como corticóides.
A trabalhadora rural, Olga de Freitas Silva, tem a doença e estava nesta manhã participando do mutirão. Ela ainda não tinha realizado nenhum tratamento para tratar a doença.
“Tenho muita dor no corpo todo. Estou aqui pela graça. Hoje não está muito não, mas quando chove, eu não saio da cama. Não aguento andar. Não tinha realizado nenhum tipo de exame. Eu tenho aqui agora exame com o ortopedista. Cheguei por volta das 6h30, já tinha muita gente aqui”, relatou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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