Dois guardas municipais da cidade de São Gonçalo dos Campos foram presos na tarde desta quinta-feira (11) na cidade Jardim. Os dois estavam afastados das funções após o episódio que aconteceu na cidade, no dia 2 de julho, quando um adolescente foi espancado e ficou desacordado. Os guardas são acusados de cometer a agressão. Segundo a família da vítima, as agressões ocorreram quando o adolescente tentou se afastar de uma briga que aconteceu durante uma festa.
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O jovem chegou a ficar cinco dias internado em uma unidade hospitalar em Salvador, recebeu alta no dia 7 deste mês, mas tem dificuldades nos movimentos. Segundo familiares, o adolescente vai precisar de sessões de fisioterapia e fonoaudiologia.
Os mandados de prisões foram cumpridos por policiais da Delegacia Territorial de São Gonçalo dos Campos. Os suspeitos foram encaminhados para o Departamento de Polícia Técnica (DPT), onde farão exames e depois ficarão presos no complexo de Delegacias no bairro Sobradinho, em Feira de Santana.
Há ainda a informação de que um dos guardas estava em outro local onde aconteceu outro espancamento.
Os guardas municipais exercem as funções desde 2012. A reportagem do Acorda Cidade tentou conversar com os advogados dos dois guardas, mas eles não quiseram falar sobre as prisões.
Ministério Público
As prisões preventivas foram requeridas à Justiça pelo Ministério Público estadual (MP-BA) no último domingo, dia 7, conforme informou a assessoria de comunicação do órgão. A pedido do MP, a Justiça também decretou a suspensão do exercício da função pública e do porte de arma de fogo dos dois e de outros cinco guardas municipais. Além disso, esses cinco últimos agentes estão proibidos de manter contato e se aproximar das vítimas dos crimes e de seus parentes próximos.
Segundo o MP, o promotor de Justiça Marcel Bittencourt informou que, no último dia 1º, durante uma festa popular promovida pelo Município de Gonçalo dos Campos, um guarda municipal, valendo-se de um cassetete, aplicou um forte golpe na cabeça de um adolescente, causando-lhe lesões corporais graves, motivo por que foi transferido de uma unidade de saúde local para o Hospital Geral do Estado, em Salvador, onde foi submetido a um longo procedimento cirúrgico. A vítima, explica o promotor, que foi atacada por trás pelo referido guarda municipal, sofreu risco de morte e incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias.
No dia 2 de julho, outros guardas municipais submeteram um homem negro já detido e cercado pelos agentes, e, portanto, sob seu poder e autoridade, mediante violência consistente em golpes de cassetete, socos e chutes, a intenso sofrimento físico e mental, como forma de aplicar castigo pessoal. Ainda segundo o MP, os guardas subtraíram o telefone celular de uma testemunha ocular desse crime de tortura, a fim de invadir o dispositivo informático, sem qualquer autorização, e destruir dados ali existentes.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade e da assessoria de comunicação do MP
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