Saúde

Paciente reclama da falta de fitas para aferição de glicemia nos postos de saúde em Feira de Santana

O produto é fornecido pelo Sistema Único de Saúde para os pacientes que precisam realizar monitoramento da diabete.

Testes de Glicemia
Foto: Jorge Magalhães/ Secom

Uma moradora do bairro Fraternidade, em Feira de Santana, buscou a reportagem do Acorda Cidade para falar sobre a falta de fitas glicêmicas ofertadas no posto de saúde da localidade. Tamiris Silva dos Santos é nutricionista e convive com diabete desde os 6 anos de idade. Ela precisa do equipamento para fazer o controle da doença diariamente.

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“Eu tomo insulina todos os dias porque meu pâncreas não produz insulina, nenhuma quantidade de jeito nenhum. Então eu dependo da insulina. E para poder tomar a minha quantidade certa, fazer o monitoramento, eu preciso das fitas de glicemia para saber quanto é que a minha glicemia está para fazer a monitoria correta”, explicou.

Geralmente, o nível da glicemia de Tamiris varia entre 170 a 180 logo pela manhã. Ao longo do dia esses índices podem alterar.

Tamiris Silva dos Santos - ft ney silva - acorda cidade
Tamiris Silva dos Santos | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Eu também sou renal crônica, é uma um problema de saúde secundário ao diabete mal controlado ao longo da vida”, disse a nutricionista ao Acorda Cidade.

De acordo com Tamiris, desde fevereiro deste ano, ela não consegue mais receber as fitas de forma gratuita. O produto é oferecido nos postos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas ultimamente tem faltado em algumas unidades em Feira de Santana. 

“A prefeitura disponibiliza 100 fitas de glicemia para cada paciente, mas desde fevereiro eu não venho recebendo nenhuma. Outras pessoas também dependem. Normalmente o diabético tipo l depende de fazer essa monitoria. O diabético tipo II faz a monitoria? Faz. Mas isso é mais quando o médico endocrinologista pede a eles caso esse diabético tenha uso de insulina também”, explicou.

Ainda segundo ela, as fitas não são acessíveis, principalmente a depender da marca do aparelho disponibilizado pela Secretaria de Saúde do município. As 100 fitas necessárias para o mês custam em torno de R$ 218 reais, já que cada caixa vem 50 e, é necessário dois para completar a quantidade usada por um mês.

“Extrapola o valor que a gente pode gastar porque infelizmente é um serviço que a gente obtém do município e fica muito pesado para um diabético manter, além desse e outros medicamentos que ele precisa fazer uso”, acrescentou.

A coordenadora da Rede de Atenção Básica de Saúde do município, Helen Vital, informou à reportagem que foi iniciado um processo de adesão para adquirir as fitas.

“A empresa que assinou o contrato passou do prazo estipulado fazendo com que ata não se finalizasse. Em contrapartida, iniciamos com o processo de dispensa com um valor considerável, que se faz necessário passar por alguns órgãos para aprovação da mesma. Estamos viabilizando as fitas e tentando o mais breve possível sanar o problema em questão”, informou.

O que diz a Secretaria Municipal de Saúde

Com o objetivo de garantir o tratamento contínuo de pacientes com diabetes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) iniciou o reforço no fornecimento de fitas de glicemia nas sete Unidades de Saúde da Família (USFs) vinculadas ao programa Saúde na Hora.

As unidades Saúde na Hora são: Campo Limpo I, V e VI; Liberdade I, II e III; Queimadinha I, II e III; George Américo III e IV; Campo Limpo IV; Parque Ipê I, II e III; Videiras I, II e III; Rua Nova II, III e Barroquinha. Os postos oferecem atendimento das 8h às 21h, garantindo suporte de assistência à saúde à população durante a noite.

A secretária de Saúde, Cristiane Campos, explicou que os pacientes diabéticos devem procurar a unidade de saúde mais próxima para renovar a receita. “Os pacientes serão avaliados por um médico clínico e por um enfermeiro. Após essa avaliação, eles receberão um relatório para obter as fitas de glicemia,” afirmou.

As fitas serão entregues aos diabéticos cadastrados no programa de Hipertensão e Diabetes (Hiperdia), vinculado ao SUS. A prescrição das fitas deve ser feita por um profissional médico cadastrado na rede pública de saúde, com um quantitativo suficiente para 30 dias de uso.

Se o paciente necessitar de mais de 100 unidades de fitas, será necessário um relatório médico justificando a necessidade, que será avaliado pela assistência farmacêutica. A receita médica e o relatório terão validade para três dispensações, sendo que a entrega das fitas deverá ser feita pelo enfermeiro durante o acompanhamento mensal, juntamente com o Mapa de Controle Glicêmico.

Se o paciente não apresentar o Mapa Glicêmico ou relatar um uso divergente do quantitativo de fitas dispensadas, o fornecimento será suspenso até uma nova avaliação médica.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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