A campanha Julho Amarelo foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 para promover a importância das ações de vigilância, prevenção e controle das Hepatites Virais, doenças inflamatórias silenciosas que atingem o fígado e causam aproximadamente 1,4 milhões de mortes por ano em todo o mundo.
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Neste dia 28 de julho, Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, o Acorda Cidade conversou com o enfermeiro Matheus Cruz, que trabalha no CSE, Centro de Saúde Especializado Dr. Leone Leda. O profissional falou sobre a campanha da unidade e trouxe informações relevantes sobre as doenças.
Desde o dia 3 de julho, o CSE está com a campanha Julho Amarelo. O centro realizou palestras em escolas e empresas, atendimentos, testes rápidos para orientar pacientes e a sociedade em geral sobre a importância da atenção às Hepatites Virais.
Em Feira de Santana e região, ele confirmou a existência de 1.496 pessoas diagnosticadas com a doença.
De modo bastante didático, Matheus explicou que as hepatites virais são classificadas como A, B, C, D e E. No CSE, os casos mais atendidos são de hepatite B e C, que inclusive, são as mais letais.
“Por que a hepatite viral é perigosa? Primeiro pelo fato de que pode gerar o óbito e segundo pelo fato de que na maioria das vezes o paciente não tem sinal e nem sintoma da doença. Então ele fica com a doença 10, 20, 30 anos sem saber que tem a doença”, frisou.
Como acontece a contaminação?
Hepatite A: Transmissão fecal-oral
- Água contaminada
- Alimento contaminado
- Má higiene
Hepatite B: Transmissão por sangue e relação sexual sem preservativo
- Contato com sangue
- Relação sexual sem preservativo
- Transmissão vertical (da mãe para o filho durante o parto)
- Hepatite C: Transmissão por contato com sangue contaminado
- Objetos perfurocortantes
Hepatite D: Mesma forma de contaminação que a Hepatite B
- Relação sexual sem preservativo
- Contato com sangue
Hepatite E: Transmissão fecal-oral
- Água contaminada
- Alimento contaminado
Pensando no preconceito e a falta de informação que muitas pessoas têm em relação às pessoas diagnosticadas, o enfermeiro esclareceu ainda mais sobre a contaminação.
“Basicamente a hepatite B e C como eu expliquei, pega pela relação sexual sem preservativo e pelo contato com o sangue. O sangue contaminado. Ou seja, sentado no mesmo local, usar o sanitário, beijo, aperto de mão, copo, talher, prato não pega hepatite viral ou tem que ter o sangue contaminado e a relação sem um preservativo para haver o contágio. Se não for assim não pega”, alertou.
As hepatites mais prejudiciais são a B e a C, por conta do diagnóstico tardio muitas pessoas acabam vindo a óbito antes mesmo de iniciar o tratamento.
“Dessas 1.496 pessoas cadastradas no CSE, 728 pessoas têm hepatite B e dessas 728 pessoas que tem a B, 276 são tratadas aqui no serviço. Geralmente a hepatite A e a E, o paciente autocura. Então ele não procura muito serviço. Então é mais o repouso, hidratação e mudar o hábito alimentar e praticar a higiene. Para B e C a gente precisa ter um acompanhamento um pouco mais de perto, até porque para B e a C nós temos medicamentos”, explicou.
Conforme o enfermeiro orientou, a cura da hepatite varia conforme o tipo: a hepatite A e E geralmente se resolve sozinha e não se torna crônica, com exceção para pacientes imunocomprometidos; a B não tem cura para a forma crônica, mas pode ser controlada com tratamento; a C tem alta taxa de cura com antivirais de ação direta e a D pode ser tratada com a proteína chamada interferon, mas não tem cura específica.
“Se não houver o tratamento adequado, todas as cinco podem levar a óbito. A questão é que a hepatite A e E geralmente pega quando é criança e a gente não tem uma incidência muito forte dos sinais e sintomas. Quando a gente pega a hepatite A e E com mais idade ela pode vir com mais gravidade. Lembrando que essas duas não têm medicação. É só o acompanhamento clínico para os sinais e sintomas que o paciente está sentindo. Para B e a C, o paciente precisa ser acompanhado. Caso o paciente abandone o serviço ou não queira mais o serviço pode chegar ao óbito sim”, explicou Matheus Cruz ao Acorda Cidade.
Ainda segundo Matheus Cruz, o tratamento para a hepatite B é a longo prazo na maioria das vezes. Já a hepatite C, a cura pode ser alcançada de três a seis meses.
Sintomas
Apesar de ser uma doença silenciosa em muitos casos, as pessoas devem se atentar a sintomas muito comuns das hepatites virais que são a dor de cabeça, dor abdominal, enjoo, vômitos, náuseas, fraqueza muscular, a urina escura, fezes esbranquiçadas, pele e olhar amarelado, chamado de icterícia.
Prevenção
Para prevenir as hepatites, é essencial não compartilhar materiais perfurocortantes, como agulhas e lâminas. Qualquer item que possa cortar ou furar deve ser de uso individual. Por exemplo, ao visitar a manicure ou o barbeiro, a única coisa que devemos utilizar é a mão de obra. Todos os materiais devem ser descartáveis ou esterilizados. Além disso, para prevenir a hepatite B, é fundamental usar preservativos durante as relações sexuais e manter sempre a higiene pessoal e do ambiente em dia.
Diagnóstico
Conforme o especialista, as Unidades Básicas de Saúde de Feira de Santana disponibilizam o exame que diagnosticam a presença da doença. Basta a pessoa se dirigir ao posto e solicitar a avaliação. O CSE também oferece o serviço gratuito.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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