Um morador buscou a reportagem do Acorda Cidade para denunciar uma antiga empresa de reciclagem que está servindo como depósito. O estabelecimento, que tem o fundo localizado na Rua Bom Jesus, no bairro Mangabeira em Feira de Santana, está acumulando água parada, lixos, sucatas, provocando doenças para os residentes que moram nas proximidades. Outro problema apontado foi o fechamento do único local de escoamento de água das chuvas, para dar lugar à construção de uma residência.
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Lindomar Paixão, morador do bairro há mais de 15 anos, esteve doente recentemente. Ele e a família tem convivido com a presença de muitos mosquitos e muriçocas no local, justamente por isso, ele acredita que pode ter tido sintomas de dengue, ocasionado por algum dos focos próximos da rua.
“Estamos aqui solicitando a presença de alguém da prefeitura, da Vigilância Sanitária para observar a nossa necessidade aqui na rua Bom Jesus, devido ao calçamento, sendo mal feito, uma rua sem queda e uma fábrica antiga aqui, que está trazendo muito acúmulo de água, a gente já não está suportando. É muita muriçoca dentro da minha casa. Cheguei a pegar escorpião e cobra dentro da minha casa, então precisamos da visita de alguém que venha solucionar esse problema para gente”, informou.
Segundo o morador, a fábrica está servindo de depósito para abrir maquinários antigos entre outras ferramentas, mas está acumulando mesmo é água. O Acorda Cidade lembra que neste ano, todo o país está enfrentando uma epidemia de dengue. Na Bahia, de janeiro a abril deste ano, 47 pessoas foram vítimas da doença. Além disso, a febre do Oropouche, outra arbovirose, também já fez uma vítima no estado.
Portanto, qualquer água parada deve ter a devida atenção por parte das autoridades para combater a proliferação dessas doenças.
“Existe essa fábrica há algum tempo, ela está conservando materiais velhos e acúmulo de água constante. Tem muitos insetos prejudicando as nossas crianças. É febre direto. Eu mesmo tenho poucos dias que levantei da cama, foram 15 dias em cima da cama, febre, frio, dor de cabeça, estou de pé pela misericórdia”, contou.
De acordo com Lindomar, ele já presenciou a chegada de caminhões para deixar sucatas dentro do depósito, mas não sabe dizer quem são os responsáveis.
“Se o terreno fosse limpo. Eu creio que não aconteceria. Mas devido à chuva, essa sucata tem nos prejudicado constantemente. Precisamos de alguém aqui para nos ajudar. O proprietário por muitas vezes foi procurado, mas disse que é um rapaz que anda muito viajando e a população não tem contato direto com ele. Já houve muitas reclamações com a prefeitura”, disse.
“A Rua vai virar lagoa”
Segundo o morador, quando chove, a rua fica completamente alagada e o único local que teria para se escoar a água, agora está sendo construída uma residência no local e vai vedar a passagem.
“O local que está construindo essa casa era a única saída de água que a gente tinha. E agora com essa residência nova, na verdade, vai virar uma lagoa e a gente vai se afogar aqui se alguém não tomar providência”, destacou.
Ainda de acordo com Lindomar, após alagamentos registrados ao longo dos anos, muitos abandonaram suas casas para viver em outro lugar.
“Muitas pessoas fizeram mudança de local, porque tinha seus filhos com problema de saúde e não estava mais suportando o que estava acontecendo aqui na rua. Teve gente que passou até dias fora e agora que retornou devido ao sol. O pessoal aí observou e não deu solução nenhuma, porque tem um beco aqui, quiseram fazer uma drenagem por dentro das casas das pessoas, mas infelizmente fica difícil. Aqui é uma rede de esgoto. É para ser direto para rua”, concluiu.
Nota de Esclarecimento
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que enviará uma equipe de agentes de endemias para realizar o bloqueio de transmissão do vetor na localidade. Esta ação tem como objetivo impedir a propagação de doenças como dengue, zika e chikungunya, assegurando a saúde e o bem-estar de todos.
Referente aos locais com água servida, a equipe da Vigilância Sanitária realizará uma fiscalização no local. Vale lembrar que o morador flagrado descartando água servida de forma irregular é notificado e, se persistir no ato, ele poderá ser autuado e multado de acordo com a legislação municipal.
Criada há 29 anos, a Lei Complementar número 1.613/92, diz que “é proibido consentir no escoamento de águas servidas das residências, piscinas ou dos estabelecimentos em geral, para as vias públicas”.
A Vigilância Sanitária orienta que as denúncias sobre água servida jogada na rua podem ser feitas pelo Fala Feira 156.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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