Saúde

Como pacientes diabéticos devem transportar insulina na viagem de férias?

O Brasil tem 16,8 milhões de pessoas com a doença, entre as quais cerca de 560 mil têm diagnóstico de diabetes tipo 1.

insulina
Foto: Freepik

As férias de julho estão chegando, momento ideal para juntar a família e viajar. Além das peças de roupa adequadas para o destino que será visitado, quem faz uso de medicamentos para tratar determinadas condições de saúde, como a insulina, no caso de pacientes com diabetes, precisam incluir o item na bagagem.

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De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o Brasil tem 16,8 milhões de pessoas com a doença, entre as quais cerca de 560 mil têm diagnóstico de diabetes tipo 1 e necessitam de insulina diariamente para sobreviverem. Já de acordo com o relatório “Type 1 diabetes estimates in children and adults”, de diabetes tipo 1 em crianças e adultos, da IDF (Federação Internacional de Diabetes, na sigla em inglês), o Brasil é o 3º país no mundo em casos absolutos de diabetes tipo 1, atrás apenas dos Estados Unidos (1º colocado) e da Índia.

Ao viajar, o paciente diabético que utiliza insulina não pode deixá-la de fora do check list de itens a serem levados, porém, ela não pode ir à mala de qualquer jeito. Por ser um medicamento biológico, ou seja, produzido a partir de células vivas, as insulinas lacradas precisam ser mantidas refrigeradas entre 2°C e 8°C. “A insulina não deve ser congelada e nem sofrer com as temperaturas extremas. Transportar esse medicamento de forma errada pode impactar negativamente em seu funcionamento e até oferecer riscos ao paciente”, explica Liana Montemor, farmacêutica e diretora técnica do Grupo Polar. “É importante lembrar que o frasco ou refil de insulina não podem estar em contato direto com o gelo, pois evita que o hormônio seja congelado”, acrescenta.

Nas viagens, o frasco deve ser colocado em bolsa térmica ou caixa de isopor, sem gelo comum nem gelo seco, a fim de evitar contato direto com temperatura negativa. “O gelo que pode ser utilizado é o gelo artificial espuma, com propriedades exclusivas que garantem a estabilidade na manutenção térmica de produtos de cadeia fria e indicado para o transporte de produtos que requerem tempo e temperaturas controlados, principalmente para a faixa de 2 a 8°C, como o caso da insulina. Estas embalagens devem ser qualificadas por profissional competente antes do uso”, diz Liana.

Polar técnica
Foto: Divulgação

O tipo e a quantidade de gelos, assim como o recipiente ideal, fazem toda a diferença na manutenção da temperatura. Se colocados de modo aleatório, sem o devido estudo, corre-se o risco de congelar ou aquecer as insulinas, inativando-as.

Em viagens de avião, o frasco de insulina não deve ser despachado com a bagagem, pois a baixa temperatura no compartimento de cargas pode congelar a insulina.

Praticidade

O mercado vem criando alternativas para facilitar e modernizar o transporte, sem que seja necessário levar todo um aparato para conservar a insulina quando se estiver fora de casa. Bolsas com design discreto, versáteis e de fácil manuseio, como shoulder bags (bolsas de ombro), têm sido desenvolvidas.

“Elas contêm sub compartimento para a alocação de até duas unidades de gelo espuma, além de outro para a inclusão de outros itens necessários para o cuidado com a diabetes, como seringas e fitas de medição glicêmica, ou ainda, para levar a carteira, celular e chaves. O design é de uma bolsa comum para o dia o dia, mas que mantém a temperatura ideal da insulina por até 10 horas”, ressalta.

As shoulder bags passam por testes de qualificação em câmaras térmicas, simulando as condições climáticas características do Brasil. O inverno brasileiro, inclusive, que iniciou em 20 de junho, terá temperaturas acima do normal para esta época do ano em praticamente todo o país.

“Além da tecnologia atual, que nos permite criar materiais mais eficientes na manutenção da temperatura ideal da insulina, garantindo sua eficácia durante períodos prolongados, a modernização permite o desenvolvimento de designs mais ergonômicos e funcionais, facilitando o transporte e o armazenamento de outros itens essenciais para o cuidado diário com a diabetes”, pontua Liana.

“Essas inovações não só aumentam o conforto do paciente durante viagens e deslocamentos, mas também asseguram a integridade e a segurança do medicamento, fundamental para o controle adequado da condição de saúde”, finaliza.

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