Após a Polícia Civil de Feira de Santana informar que uma das linhas de investigação sobre os motivos que levaram ao duplo homicídio ocorrido na Estrada da Pedra Ferrada, em Feira de Santana, é a possível ligação das vítimas Marlon Santos da Silva, 33 anos, e Claudemiro Lima da Silva, 57 anos, mais conhecido como “Boi de Ciano”, com o roubo de gado na região, a família buscou a reportagem do Acorda Cidade para esclarecer sobre as declarações da polícia.
Relembre o caso
As vítimas foram assassinadas a tiros no último dia 11, na localidade de Fazenda Caldeirão, no distrito de Maria Quitéria. Os crimes aconteceram simultaneamente e foram praticados por homens que estavam a em uma motocicleta. Marlon foi executado na varanda de casa e Claudemiro foi morto no próprio bar.
Seguindo as primeiras linhas de investigações sobre o caso, a Polícia Civil constatou que havia ligação entre os dois assassinatos e que uma das possíveis motivações dos homicídios, poderia ser o roubo de gado, mas a família não acredita nesta suspeita.
O que diz a família
Ao Acorda Cidade, a irmã de Claudemiro, Márcia Lima da Silva, disse que a família busca por justiça pela morte dos familiares, mas também quer desfazer o equívoco que foi associado ao seu irmão.
“Viemos em busca de justiça pela morte de meu irmão, Claudemiro Lima da Silva, conhecido como ‘Boi de Ciano’ e até então era um trabalhador do bem, um cidadão honesto que está tendo o nome dele divulgado por um equívoco. Estão dizendo que a morte dele foi envolvimento em roubo de gado e isto a gente tem certeza que não procede essa notícia”, declarou a irmã.
A irmã teme que a suspeita de roubo de gado continue sendo propagada, difamando a vida da família. Além de conviver com a perda, ela relata que tem sido difícil aceitar uma suspeita inverídica.
“Além da dor que a família está passando, estamos passando por essa humilhação de ser caluniados como roubo. Ele poderia ter todo defeito do mundo, mas roubo não. A gente quer honrar o nome do nosso pai e pedimos à justiça que a polícia corra atrás dos responsáveis por esse crime e que a população, principalmente lá da região, não fique achando que meu irmão tinha envolvimento com nenhum tipo de roubo que seja, nem de gado, nem de nada”, frisou Márcia.
“Quem conheceu meu irmão Boi sabe a índole que ele tinha. Ele poderia ser grosso algumas vezes, mas era de natureza, era uma boa pessoa. Até que prove o contrário, meu irmão não tem envolvimento nenhum com o roubo. O que a gente está querendo mesmo é só a justiça. E eu sei que a justiça de Deus tarda, mas não falha não. Vai vir na hora certa”, acrescentou.
Claudemiro fazia parte de uma família de 11 irmãos. Ele deixou quatro filhos.
O advogado da família, Armênio Seixas Junior, também falou ao Acorda Cidade sobre o mal-entendido que está sendo propagado em nome da família e o que está sendo feito para reverter a situação.
“Nós fomos acionados pela família da vítima, Seu Claudemiro, para poder esclarecer alguns pontos interpretados de maneira equivocada pelos ouvintes, pela comunidade, principalmente pela comunidade lá na região de São José e nós viemos aqui buscar um ponto de esclarecimento. Ele cortava boi, vendia carne, era um senhor bastante conhecido na comunidade, tanto lá na região de São José, quanto aqui em Feira de Santana”.
Segundo o advogado, houve um erro gravíssimo a tentativa de associar Claudemiro ao roubo de gado, por isso, a família procurou o profissional para entrar em contato com a Polícia Civil e a imprensa, a fim de desfazer o que eles consideram ser um grande mal-entendido.
“Nada que desabone a conduta dele, o histórico dele justamente é um histórico de pessoa trabalhadora, uma família unida. É tanto que a família compareceu aqui no escritório em peso, porque se fosse ao contrário ninguém iria chegar aqui para se expor numa situação para reverter uma situação dessa, que foi um extremo erro, um equívoco por parte da população, ou seja, lá de quem for que interpretou de maneira errada. Uma repercussão negativa que machucou os familiares e nós estamos aqui aproveitando essa oportunidade para poder ajustar essa situação”, finalizou o advogado.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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