Foi apresentado na manhã desta quinta-feira (13) no Auditório do Escritório Central da Sustentare, no bairro Capuchinhos em Feira de Santana, o novo Projeto de Crédito de Carbono da Sustentare Saneamento.
O projeto, que tem o objetivo de gerar energia e reduzir as emissões de carbono na atmosfera, ainda possibilita a garantia da economia, gerando também emprego e renda no município.
O Acorda Cidade acompanhou a apresentação e conversou com o Superintendente Regional da Sustentare, Sérgio Ojer, que deu mais detalhes sobre a execução do projeto que possibilita o reaproveitamento do lixo.
“A gente sabe que a gente demonizou por muitos anos a parte do aterro sanitário e, em Feira de Santana a gente não tem um aterro sanitário, a gente tem uma central de tratamento que nem todo o resíduo que entra lá é aterrado, muita coisa se reaproveita. Tem sabão feito de óleo, mudas que são plantadas e como parte disso e de muitas coisas que temos, o projeto de carbono vem a partir do reaproveitamento do metano que é produzido pelo lixo quando você aterra ele. Esse metano, se a gente não fizesse o reaproveitamento, na teoria ou seria queimado ou iria para a atmosfera, então a gente faz uma grande estrutura do projeto que faz com que esse metano, a gente consiga gerar energia com ele. Então, falamos também de uma economia circular, o lixo não é só lixo, ele vai pra lá, é aterrado, cria o metano que vai ser reaproveitado para gerar energia”, disse.
Benefícios
Além da vantagem econômica e redução dos efeitos ao meio ambiente, o Projeto de Crédito de Carbono tem inúmeros benefícios ao município, como a possibilidade de atrair tecnologia para a criação de eco parques e centros de tratamento. Sérgio Ojer também falou sobre os impactos positivos a partir da evolução do cuidado e tratamento do lixo urbano.
“Estamos falando de Feira de Santana que é a segunda maior cidade da Bahia, tem um centro de tratamento nota 10 que consegue minimizar absolutamente todo o impacto ambiental. As pessoas acreditam que quando falamos de centro de tratamento, falamos em lixão, mas quem já visitou viu que não é, e a próxima denominação será eco parque, você não vê o lixo e o lixo se transforma em muitas outras coisas. Estamos falando de que a cidade vai atingir um novo patamar e são poucas cidades que têm essa tecnologia”, declarou.
Além da tecnologia, o projeto também vai impactar economicamente no município, com o reaproveitamento do lixo. Conforme o superintendente da Sustentare, todo material que retorna à sociedade, é também uma grande economia ao cidadão e a iniciativa pública.
“Para começar, toda a parte de reaproveitamento e compostagem, reaproveitamento de cálcio é economia. Tudo o que não vai para o aterro, tudo o que a gente consegue voltar para a cidade é dinheiro que a prefeitura não vai gastar e nem os nossos impostos. Então, as empresas que estão vendo isso estão tentando novas tecnologias para continuar no mercado e oferecer o mínimo de agressão ao meio ambiente. Então, é tudo positivo, tudo o que venha a melhorar, é ótimo”, destacou.
Expectativa de emprego e renda
Diante dos benefícios de menor agressão ao meio ambiente e economia ao município, o Projeto de Crédito de Carbono também possibilita a geração de empregos diretos. De acordo com Sérgio Ojer, profissionais que já atuam na empresa também possuem um papel significativo no planejamento e execução de novas ações.
“Somos uma empresa que emprega bastante, temos mais de mil empregados diretos, mais de mil e duzentos clientes e um monte de fornecedores que isso também gera economia para a cidade, evidentemente temos empreiteiros que fazem parte do projeto, empreiteiros que trabalham com a gente, nossos próprios colaboradores, então tem um impacto grande, somos uma empresa que tem importância economicamente”, afirmou.
Desafios
Na execução de um projeto de grande impacto ambiental e econômico, as dificuldades fazem parte do processo. Questionado sobre os principais desafios enfrentados na criação do Crédito de Carbono, o superintendente reforçou que os estudos para a implantação de ações que reduzem a emissão de gases são, de fato, um desafio.
“O principal desafio vem da engenharia, porque estamos falando de uma central de tratamento, um aterro e como a gente fala, estamos falando de resíduos orgânicos que tem vida, gera uma série de composição química que você precisa fazer um estudo profundo sobre emissão de gás e para fazer esse cálculo é uma obra gigantesca. Já passamos dessa fase, toda a parte do gás, do metano já está instalada, estamos apenas no detalhe do motor, então o pior já passou, mas eu acredito que em todo grande projeto, o planejamento de estudar as variáveis do resíduo orgânico é um desafio”.
A partir da apresentação do projeto, uma audiência pública será realizada com o objetivo de ouvir a comunidade e representantes da sociedade para discutir a execução do projeto e como será implementado no município.
“Começar pela audiência pública, é uma coisa que a Sustentare faz. A gente sabe que fazemos parte da cidade e que tem gente perto da gente, então a primeira coisa é uma audiência pública para escutar quem mora do lado da gente. Tem pessoas do Nova Esperança, do bairro Gabriela que são nossos vizinhos, tem imprensa, sociedade civil, tem muita gente porque a audiência é isso, receber sugestões, críticas para começar a trabalhar juntos que é o que a gente quer. A Sustentare tem uma filosofia de uma responsabilidade social muito grande, com muitos projetos, então temos projetos em bairros, com a Secretaria da Mulher, porque acreditamos que tudo que a população dá para a Sustentare, a empresa precisa devolver de alguma forma, então essa audiência começa por isso, para saber o que a gente pode melhorar e trazer essas pessoas para dentro. Somos uma empresa privada com as portas abertas”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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