Cinema
Perto da estreia no cinema, O Hobbit tem relançamentos
Clássico infantojuvenil escrito por J.R.R. Tolkien (1892-1973), O Hobbit ganha reedições especiais da WMF Martins Fontes, que publica também um guia ilustrado do filme de Peter Jackson
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Depois do sucesso da trilogia O Senhor dos Anéis no cinema, nos games e em diversos produtos licenciados, muita gente já deve saber que os hobbits são seres baixinhos, donos de grandes pés peludos e orelhas pontudas, que adoram comer, beber e se divertir pacificamente.
Pois foram justamente essas estranhas criaturas que brotaram, 75 anos atrás, na imaginação do genial escritor e filólogo inglês J. R. R. Tolkien (1892-1973), pedindo para ganhar uma vida pulsante.
Ao que ele, pai zeloso, prontamente atendeu, dando forma a um conto infanto-juvenil, especialmente pensado para colocar o filho Christian para dormir.
Nascia assim, O Hobbit, o primeiro grande clássico moderno da literatura de fantasia, precursor da epopeia O Senhor dos Anéis – este, sim, um divisor de águas no gênero literário do qual J.R.R.Tolkien é considerado o papa.
Traduzido em mais de 50 línguas e com 100 milhões de cópias vendidas, o livro ganha agora três publicações especiais da editora WMF Martins Fontes, às vésperas da estreia nos cinemas, dia 14 de dezembro, de O Hobbit – Uma Jornada Inesperada, primeiro filme da trilogia do neozelandês Peter Jackson.
Aperitivo
Duas delas com o texto original de 1937, sendo que uma, comemorativa dos 75 anos do lançamento original da obra de J. R. R. Tolkien, traz ilustrações e detalhados mapas desenhados pelo próprio autor.
O terceiro título, O Hobbit – Uma Jornada Inesperada– Guia Ilustrado, é um aperitivo e tanto para os fãs da história. Primeiro porque é ricamente ilustrado com mais de 100 fotos exclusivas do filme.
Depois, apresenta informações essenciais para a compreensão dos personagens, da trama e da Terra Média na época em que o hobbit Bilbo Bolseiro era jovem, mostrando suas relações com os integrantes da missão para recuperar os tesouros roubados pelo dragão Smaug e recuperar a terra perdida dos anões.
Com prefácio escrito pelo próprio Bilbo, ou melhor, pelo ator inglês Martin Freeman, 41 anos, que encarna Bilbo Bolseiro no cinema, o livro descreve o jeito hedonista dos hobbits, esmiúça a personalidade dos 13 anões a quem o hobbit se junta na aventura e biografa Gandalf, O Cinzento, um dos mais ilustres da ordem de magos Istari e dono de saber singular sobre aquele mundo fascinante.
“Bom teria ter sido este livro existir antes de fazermos o filme! Trabalho magnífico”, comemora o diretor neozelandês Peter Jackson, 51 anos. A publicação, preste atenção, caro leitor, só cobre o primeiro filme da trilogia de Jackson, que segue com O Hobbit – A Desolação de Smaug, que tem estreia marcada para 13 de dezembro de 2013, e O Hobbit – Lá e de Volta Outra Vez, cuja estreia está prevista para 18 de julho de 2014.
Ardil
A trama em O Hobbit se passa muitas décadas antes dos acontecimentos narrados em O Senhor dos Anéis e é bem menos sombria e mais familiar, já que os efeitos do anel do maléfico Sauron, tomado das mãos de Gollum nesta aventura por Bilbo, ainda não estavam tão evidentes na rotina
da Terra Média.
Tudo começa com um ardil de Gandalf. Ciente da missão dos anões para recuperar a mítica Erebor, a montanha onde o dragão Smaug ocupou para guardar seus tesouros roubados, o mago os convida para o festa em Bolsão, a casa de Bilbo no Condado. Este, que não sabe de nada, de repente, se vê seduzido para se tornar o 15º representante desta irmandade de improváveis heróis.
Amizade
Tolkien aproveita a nobreza da empreitada e a liderança majestosa de Thorin Escudo de Carvalho, descendente direto do último rei dos anões, para realçar o lado heroico e os laços de amizade e lealdade que ligam os homens. Essa é a mola que move O Hobbit e em escala maior O Senhor dos Anéis.
Há quem diga que isso seja reflexo da devoção declaradamente cristã de Tolkien, que vivia de forma escrupulosa. Seus biógrafos, porém, atribuem essa intenção humanista como consequência dos horrores que o escritor testemunhou durante o tempo de serviço na Primeira Guerra. Mais tarde, o próprio romancista declarou que escrevia para que a amizade e o amor fossem superiores à morte, o medo e a destruição.
Tolkien fingia que era Papai Noel para seus filhos
Em dezembro de 1920, J.R.R. Tolkien começou uma tradição familiar que duraria 23 anos: escreveu e ilustrou uma carta do Papai Noel para seu filho John, que na época tinha 6 anos. A partir de então e até o Natal de 1943, os quatro filhos de escritor inglês receberam um envelope com selo do Pólo Norte e uma carta ilustrada por ele próprio contando histórias cada vez mais elaboradas e repletas de detalhes sobre os dias que antecedem o Natal.
Em 1976, algumas cartas e ilustrações até foram compiladas e publicadas em países de língua inglesa pela família do escritor. Mas nunca em livro tão bem cuidado como no precioso Cartas do Papai Noel (WMF Martins Fontes/R$ 39/168 páginas), editado agora no Brasil.
A iniciativa de escrever as tais cartas surgiu quando o primogênito John começou a fazer perguntas sobre Papai Noel. Tolkien, como todo pai que se preze, decidiu manter a ilusão do bom velhinho viva no coração dos filhos. E, pelo que se lê, parece que levou muito a sério essa missão natalina. Era tão cuidadoso que, às vezes, as cartinhas eram escritas com caligrafia tremida, como se fosse a mão de um velhinho ou estivesse muito frio.
Até se justificou: “Meu querido John, hoje está muito frio e minha mão está muito trêmula – faço mil novecentos e vinte e quatro, não! sete! anos no Dia de Natal -, muito mais velho que seu bisavô, então não consigo fazer a caneta parar de sacudir, mas ouvi dizer que você vai indo tão bem em leitura que acho que vai ser capaz de ler minha carta”. Em outras ocasiões, durante a madrugada, Tolkien saía escondido e fazia marcas na neve em frente a sua casa, com se fossem as pegadas das renas que puxavam o trenó de Papai Noel. Em cada Natal seguinte, à medida que John crescia e as outras crianças nasciam, as cartas foram se tornando mais elaboradas e fantasiosas.
Foram surgindo novos personagens a cada ano que passava: o Urso Polar, ajudante desastrado do Papai Noel; o Boneco de Neve, jardineiro do Papai Noel; o elfo Ilbereth, seu secretário, e muitos outros, entre os quais se encontravam elfos da neve, gnomos e duendes maléficos. As crianças estavam ficando mais velhas, mas as cartas continuavam, maiores, com questionamentos filosóficos e elementos que iriam aparecer mais tarde, em O Senhor dos Anéis, com as runas dos anões e os orcs, chamados então de goblins. As informações são do Correio.
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