O megashow de Madonna levou 1,6 milhão de pessoas a Copacabana na noite de sábado (4), segundo a Riotur. O número superou a estimativa, que era de 1,5 milhão.
Depois de 12 anos, a popstar fez o quarto show no Brasil. A apresentação, que começou pouco depois das 22h30 e durou cerca de 2 horas, colocou fim à turnê mundial “The Celebration Tour”.
Pabllo Vittar participa do show de Madonna em Copacabana
A maior popstar em atividade fez o maior show de sua história, com participações dos filhos e das cantoras Pabllo Vittar (“Music”) e Anitta (“Vogue”). As duas não cantaram, mas subiram ao palco e contracenaram com a diva.
Vestidas com blusas da seleção de futebol brasileira, Madonna e Pabllo rebolaram juntas, ao som de ritmistas mirins de escolas de samba do país. A drag queen apareceu durante a performance de “Music”, lançada pela americana em 2000.
Já Anitta surgiu durante a performance de “Vogue”.
Durante a performance de “Live to Tell”, Madonna homenageou pessoas que morreram por complicações causadas por Aids. Emocionada, ela chorou durante a música. Nos telões, apareceram fotos de vários famosos. Entre eles, estavam os artistas brasileiros Renato Russo e Cazuza, que morreram devido à doença.
Madonna já se apresentou no Brasil em outras três turnês:
“The Girlie Show”, em 1993;
“Sticky and sweet tour”, em 2008;
e a “MDNA”, em 2012.
Madonna transforma Praia de Copacabana em Broadway juntando teatro, música e hits
Madonna transformou o Rio no lugar perfeito para a despedida da turnê que celebra seus 40 anos de carreira. Nada diminuiu a catarse, nem mesmo os 45 minutos de atraso ou os tantos perrengues de um evento deste porte. Mas quem esperava uma enorme pista de dança, teve que se contentar com um excelente musical.
Pioneira em trazer para os mega shows a teatralidade da Broadway, Madonna faz desta “tour” uma peça sobre ela mesma. Em pouco mais de duas horas, cada ato representa um momento marcante de sua vida pessoal e profissional. O show do Rio é quase o mesmo do resto da turnê.
“Vou contar a história da minha vida. Não é um filme, é minha vida de verdade e vocês são uma grande parte disso”, anunciou, ainda no comecinho.
Quem é fã já sabia que a ideia desta turnê era usar as gravações de estúdio para fazer novas versões ao vivo, sem uma banda tocando. O uso de sons gravados funciona, mas a presença de vozes encobrindo a de Madonna prejudica a performance vocal em músicas como “Everybody”.
“Nothing Really Matters” abre o setlist de forma arriscada. A música do disco “Ray of Light” (1998) representa uma fase mais psicodélica e soturna, responsável por dar à cantora seu único Grammy de Melhor Álbum Pop.
“Olhando para minha vida fica claro que eu vivia de forma egoísta”, ela canta, em uma das letras mais pessoais da discografia. A escolha pouco óbvia de abertura tem a ver com a força da letra, uma espécie de editorial ou introdução desta turnê super personalista e auto celebratória.
A apresentação, no entanto, passa longe de ser um show currículo. Há uma razão para cada música estar localizada em cada um dos sete atos. Todos eles têm imagens memoráveis e uma direção de arte digna de alguém como Madonna.
A primeira parte é dedicada ao começo de carreira, quando uma então jovem ambiciosa com US$ 35 no bolso saiu de Detroit, no estado americano de Michigan rumo a Nova York, em 1978. A sequência formada por “Everybody”, “Into the Groove”, “Burning Up” e “Holiday” faz o show engrenar.
“Live to tell” abre o segundo bloco, que dá uma pausa na festa. Ao som da balada, a cantora homenageia amigos e outras pessoas que morreram após o diagnóstico de Aids. Emocionada, Madonna chorou após a música. Nos telões, apareceram fotos de famosos brasileiros como Renato Russo e Cazuza, que também morreram por complicações da doença.
Em 1989, Madonna incluiu no encarte do álbum “Like a Prayer” uma cartilha sobre a Aids, em uma época em que falar sobre a epidemia da doença era considerado um tabu. Não por acaso, a faixa encerra esse segmento.
O terceiro ato relembra a fase mais provocativa. Aquela era dos anos 90 focava em que looks, letras e clipes focavam na busca pela liberdade sexual feminina. O figurino dessa parte é o mais simples e com menos pano e adereços: apenas uma camisola e um roupão.
Madonna criou receita de show usada por Beyoncé e Taylor Swift
Canções dessa fase, “Justify My Love”, “Erotica” e “Bad Girl” são ofuscadas por “Hung Up”, de 2005. A reação exaltada da plateia comprovou a sensação de que muitos novinhos e novinhos na plateia devem ter conhecido melhor Madonna a partir do álbum “Confessions on a Dancefloor”, disco com proposta de atualizar a disco music.
Os bailes da comunidade LGBTQIA nova-iorquina nos anos 80 são homenageados na sequência seguinte, com “Human Nature” e “Crazy for You”. Em “Vogue”, quando os bailarinos dançaram e pessoas deram notas para as performances, Anitta subiu ao palco como uma das juradas.
O quinto bloco tem como destaque os bons arranjos instrumentais, uma raridade em um show quase todo feito sem a presença de músicos. “Music”, por exemplo, ganhou pegada com a presença de um grupo de ritmistas de escolas de samba. Pabllo também participou, mas sem cantar. Ela dançou acompanhada dos percussionistas e sensualiza com Madonna.
“La isla bonita” e “Don’t tell me”, por sua vez, têm a presença de seu filho David Banda ao violão. Antes, a filha Mercy James tocara piano em “Bad girl”. A destreza dos dois deixou a impressão de que não seria uma má ideia se a próxima turnê fosse mais intimista e em família, como aquela que Caetano Veloso fez com os filhos.
Fonte: g1
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