Saúde

Sintomas do câncer de ovário podem ser percebidos em estágio avançado da doença; médica ginecologista faz alerta

Anualmente, o dia 8 de maio é marcado pelo Dia Mundial do Câncer de Ovário.

Câncer de Ovário
Foto: Freepik

Anualmente, 8 de maio é marcado pelo Dia Mundial do Câncer de Ovário. A data, que tem como objetivo a importância da conscientização sobre a doença, também evidencia o cuidado precoce do ovário, além do tratamento adequado.

De acordo com o New Global Cancer Data (Globcan 2020), o número de mulheres diagnosticadas com câncer de ovário e mortes aumentará em 42% e 50%, respectivamente, até 2040, no mundo. Este é um dado preocupante, visto que em muitos casos, o câncer de ovário é diagnosticado tardiamente.

Como forma de difundir informações a respeito do câncer de ovário, o Acorda Cidade ouviu a médica ginecologista Andréa Alencar. Inicialmente, ela explicou quais fatores podem contribuir para o risco de câncer de ovário em mulheres.

Médica Ginecologista
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

“O câncer de ovário, ele tem como principais fatores de risco a história familiar de parente de primeiro grau. Quando uma mulher tem na família um parente de primeiro grau, mãe, tia, irmã, com câncer ovariano, ela tem uma chance maior. As alterações de alguns genes também, BRCA1, BRCA2, estão relacionados também com o maior risco de tumor de ovário, tumor maligno de ovário”, disse.

Sintomas

O câncer de ovário, em sua maioria, não apresenta sintomas até que apresente um estágio avançado da doença. Porém, alguns sinais podem ser percebidos pela paciente, principalmente ao sentir dores abdominais, inchaço ou sensação de estufamento.

Conforme Andréa Alencar, alguns exames de imagem pode também facilitar no diagnóstico da paciente, como a ultrassonografia e ressonância.

“Normalmente, no câncer de ovário, é feito o diagnóstico quando a paciente abre o quadro clínico. A paciente, pode cursar com dor abdominal, dor pélvica, perda de apetite, emagrecimento, aumento do volume abdominal e essa paciente, ao procurar a unidade de saúde, procurar o médico, é solicitado um exame de imagem ou uma ultrassonografia ou então uma ressonância nuclear magnética, mas normalmente o exame de entrada, pela acessibilidade, pela facilidade e pelo custo de ser realizado é uma ultrassonografia, quando essa paciente tem vida sexual por via transvaginal, é a via preferencial, é diagnosticado o tumor de ovário. Infelizmente, o tumor de ovário, quando diagnosticado, na maioria das vezes, ele é já encontrado em uma fase avançada da doença.”

Assim como mencionado, como o câncer de ovário pode ser percebido em um estágio avançado por não apresentar sintomas expressivos. Os exames de rastreio precoce, segundo a médica, são inexistentes.

“Não existe na literatura rastreio para câncer de ovário. O câncer de ovário é diagnosticado na maioria das vezes pela sintomatologia da paciente. Então, essa paciente procura a unidade de saúde por conta de alguma queixa, como as que eu falei anteriormente, e daí é solicitado o exame para ela, que é o exame de imagem. E é encontrada alguma alteração no ovário com características de tumor maligno. Mas não tem na literatura orientações nem nenhum exame de rastreio precoce para câncer de ovário, porque é uma doença e que ela é a grande maioria das vezes assintomática na sua fase inicial, e quando ela apresenta sintomas ela já tem fase avançada da doença”.

Apoio

O apoio psicológico e familiar é muito importante ao se diagnosticar um câncer de ovário, ou qualquer outro tipo de câncer. De acordo com a médica ginecologista, obter o apoio multiprofissional pode garantir o conforto físico e emocional do paciente oncológico.

“Como é uma doença com prognóstico ruim, é uma doença que quando diagnosticada, essa paciente ela tem um risco muito grande de já estar em fase metastática, sem dúvida nenhuma ela vai precisar de um apoio, um apoio psicológico, um apoio familiar, digamos assim, apoio também do médico que dá o diagnóstico e ter de modo imediato ofertado um sistema de saúde para que essa paciente seja acolhida e inicie o seu tratamento, seja ele cirúrgico, seja ele quimioterápico, mas sem dúvida nenhuma, todo paciente que é diagnosticado com câncer, principalmente esse câncer de ovário, que é um câncer de um prognóstico muito ruim, ela deve ser acolhida de forma multiprofissional”, contou.

Além do apoio durante o diagnóstico do câncer de ovário, é indispensável o acompanhamento médico após o tratamento da doença. Isso porque o paciente tem a possibilidade de monitorar qualquer anormalidade que possa surgir após a cirurgia ou quimioterapia, dependendo do tipo de tratamento em que o paciente é submetido.

Questionada sobre o período de acompanhamento após o tratamento do câncer de ovário, Andrea Alencar garantiu que a assistência deve acontecer por um longo período de tempo.

“A paciente diagnosticada com câncer de ovário pode ter indicação de fazer um tratamento cirúrgico ou de fazer uma quimioterapia ou as duas coisas. Então, essa paciente depois que ela é tratada, ela deve ser seguida, deve ser acompanhada por um período longo. O ginecologista que atende, que dá o diagnóstico da paciente com câncer de ovário, ele não deve ser o médico que vai tratar essa paciente, ela é encaminhada para um serviço de oncologia, e a partir das indicações da doença, que é um uma maneira que se tem de definir até que ponto aquela doença tá comprometendo aquele organismo, ela vai ter a proposta de tratamento, seja ele cirúrgico, seja ele quimioterápico, e o segmento vai depender do grau de comprometimento da doença, vai depender também do tipo histológico dessa doença. O tipo de tumor, ele é caracterizado, é definido através do exame anatômico patológico, para assim poder definir a linha de tratamento e de segmento, que deve ser feito no serviço de oncologia”.

A médica ginecologista finalizou ainda destacando a importância de procurar atendimento médico ao perceber qualquer anormalidade ou sintoma do câncer de ovário, como dores, volume abdominal ou perda de apetite.

“Em relação a detecção precoce e rastreio, eu já informei, a gente não tem, mas uma vez que essa paciente apresenta dor abdominal, dor pélvica, perda de peso, aumento do volume abdominal, alterações até do trato digestivo, principalmente em relação a mudança do hábito intestinal, essa paciente deve imediatamente procurar uma unidade de saúde para que seja feita uma avaliação, que é inicialmente através de um exame físico, examinar esse abdômen, fazer toque, fazer o diagnóstico no exame físico de alguma massa, de alguma alteração abdominal, para a partir daí os exames serem solicitados e ela fazer esse segmento, mas assim, lentamente, com essas informações que eu citei das queixas clínicas, ela deve imediatamente procurar unidade de saúde”, concluiu.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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