Cuidar da saúde ocular é imprescindível para obter qualidade de vida ao longo dos anos. E o profissional especializado para este cuidado, o oftalmologista ganha um destaque ainda maior nesta terça-feira (7), dia em que se comemora o Dia do Oftalmologista.
Além de orientar os pacientes, a oftalmologia também permite evitar problemas visuais, além de detectar doenças genéticas, infecciosas, bem como relacionadas ao envelhecimento. E uma das razões pelo qual muitos pacientes, de diferentes públicos, têm procurado os consultórios oftalmológicos, é ao cansaço ocular ligado ao uso desenfreado de telas.
Sobre este assunto, o Acorda Cidade bateu um papo com o oftalmologista Pedro Gantois, para tirar dúvidas sobre os efeitos da utilização destes dispositivos aos olhos. A princípio, o médico explicou que as telas, sejam os celulares ou computadores são uma presença constante na rotina dos feirenses, mas que é preciso manter a cautela em sua utilização, para não provocar doenças oculares.
“Hoje vivemos em um mundo digital e é importante utilizar o celular e o computador, mas sem abusar. Quando você usa por tempo indeterminado, os olhos ressecam, ardem, coçam, tem sensação de areia e a primeira coisa é coçar e isso não deve ser feito nunca. Isso pode provocar doenças na córnea, descolamento de retina. O ideal é que a cada duas horas no computador ou celular, que a gente descanse o olhar por pelo menos trinta minutos longe destes dispositivos. Fechar os olhos, ou de repente ler de forma prazerosa, é o segredo”, disse.
Conforme o oftalmologista, o uso excessivo de telas também pode gerar cansaço nos olhos, ou em termos médicos, uma fadiga ocular. Percebendo este cansaço, é ideal ter alguns hábitos para amenizar a sensação de desconforto.
“Quando você sente que os olho está cansado, você tem que escutar os apelos do olho. Se ele está cansado, pare uns 20, 30 minutos e faça uma compressa gelada, porque alivia bastante a musculatura em volta dos olhos, alivia as tensões, desliga um pouco aquelas obrigações que a pessoa está desenvolvendo, faz uma meditação, ou faz qualquer coisa para descansar os olhos. Muita gente acha que o óculos descansa o olho, mas na verdade, ele dá um conforto melhor diante da dificuldade de visão, mas não é porque você está usando óculos que você terá um olho descansado”.
Estrabismo
Outro fator que pode estar associado ao uso excessivo de telas, principalmente em crianças, é o estrabismo. Mas, segundo Pedro Gantois, não há comprovação de que a utilização de dispositivos possam causar a doença, porém, pode contribuir para aumentar o problema que já existe.
“O uso de telas não vai por si só provocar o estrabismo, mas o uso abusivo pode aumentar o problema já existente. A criança já tem estrabismo e com o uso da tela, a depender do uso, isso pode aumentar o estrabismo. Mas não é a tela que vai provocar o estrabismo. Estrabismo é o que o pessoal chama de olhos trocados. É quando você tem o olho fora da posição. E no estrabismo existem algumas causas. Mas, o importante é que logo que seja notado, na primeira infância, os responsáveis possam procurar um oftalmopediatria para identificar qual é o tipo de estrabismo e iniciar o tratamento mais rápido e precocemente para que o estrabismo não provoque só uma alteração anatômica, mas ele pode provocar um problema visual se não for detectado a tempo.”
Oftalmologista destacou ainda que o oftalmopediatra pode usar recursos como a fisioterapia ocular para cuidar do estrabismo
“Quando se tem algum tipo de estrabismo, pode ser tratado com uma fisioterapia ocular, mas tem que ser prescrito pelo oftalmopediatra que é o especialista em estrabismo. São exercícios que vão ajudar a colocar os olhos no lugar, fortalecer a musculatura para colocar os olhos na posição correta. Mas só o profissional especializado pode fazer isso, muito cuidado com o profissional que você procura”, salientou.
Prevenção
Além do período fundamental para o descanso dos olhos, principalmente do público que utiliza as telas por um longo período do dia, óculos com lentes azuis são um tratamento para diminuir os efeitos de luz na retina.
“As lentes de tratamento com o reflexo da luz azul, elas quando de boa qualidade, ajudam sim. Tanto o celular como as telas do computador elas emanam a luz azul e podem com o tempo provocar alterações na retina e esse filtro azul, vamos dizer assim, diminui o efeito da luz na retina, mas precisa ser de boa qualidade. Tem que haver uma lente de boa qualidade, sob uma ótica de sua confiança e com certificado de garantia de que aquela lente foi colocada em tratamento contra a luz azul e qual é a marca. Enfim, precisa estar seguro para não comprar genérico e acabar piorando a visão”, relatou o médico.
Outros fatores que contribuem para problemas na visão
A utilização de óculos sem a orientação de um profissional ou sem a procedência da qualidade do material também pode contribuir para desencadear problemas na visão. Por isso, optar por óticas confiáveis e que comprovem a qualidade são primordiais para que haja a proteção dos olhos.
Esta é uma indicação que vale, de acordo com o oftalmologista, com óculos de grau ou escuros.
“Além do uso excessivo de telas, tem pessoas que precisam usar óculos e não usam, ou quem fez o óculos e não leva à clínica para a verificação para saber se saíram bem feitos, então você usar óculos malfeitos isso também faz mal. Comprar óculos escuros sem saber a procedência, sem ter o certificado de garantia de que aquele óculos não vai gerar uma proteção, não adianta comprar um óculos bonito sem a proteção ultravioleta porque é pior do que ficar sem o óculos. Agora, para se ter conforto e não ter o efeito negativo, degenerativo dos raios solares ultravioletas, você precisa estar com um óculos de boa qualidade. Então, os óculos que são comprados em qualquer lugar, fazem muito mal aos olhos”, relatou.
Quando procurar um oftalmologista
A necessidade de procurar um médico especializado na saúde dos olhos, ou melhor, um oftalmologista é anualmente, a fim de prevenir eventuais doenças, mas alguns sintomas no olho podem antecipar a consulta com o profissional. Pedro Gantois também reforçou a importância da consulta oftalmológica para crianças que também deve ser feita uma vez ao ano.
“O exame oftalmológico deve ser feito uma vez por ano, caso você não sinta nada, porque se você sente, é necessário procurar um oftalmologista duas ou três vezes ao ano. No caso de crianças, se os pais ou professores não notarem nada de errado na criança, o primeiro exame obrigatório tem que ser feito pelo menos aos 4 anos de idade. A partir daí, é também todo ano, porque mesmo sem sentir nada, pode ter uma doença grave como o glaucoma que não provoca nenhum sintoma, a pessoa fica cega sem sentir nada, vem acontecendo aos pouquinhos e quando você de fato percebe que a visão está ficando ruim, já é tarde demais. Não se deve procurar um oftalmologista quando se sente algo, deve ser rotina, como a gente sempre faz com os exames de sangue anualmente para saber se está tudo bem, ou uma avaliação com o cardiologista. É importante fazer com o oftalmologista a consulta também, porque ele detecta doenças que você não sente como o glaucoma que é a maior causa de cegueira do mundo”, finalizou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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