O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu nesta quinta-feira (25) maior envolvimento de Lula (PT) na articulação política do governo.
“É imprescindível que o presidente se envolva mais nas agendas de recebimento de parlamentares”, disse Lira ao Estúdio i. “É importante que Lula participe”.
“Quanto mais o presidente se envolve no processo, mais ele sente a temperatura de como estão as coisas com o seu governo, o que está certo e o que está errado”, afirmou.
A relação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, segundo Lira, é boa e que os dois conversam muito.
“Ele diz que lê muito livro e conversa bastante bem. Eu acho que você não inviabiliza. Você pode ler livro de madrugada, de manhã cedo, e conversar o dia todo.”
Lula cobrou maior articulação política de Haddad, dizendo que o ministro “em vez de ler um livro, [tem que] perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara. Após a cobrança, Haddad respondeu: “só faço isso da vida”.
‘Emendas são investimentos’
Lira afirmou que as emendas parlamentares “são um instrumento digno, correto, um recurso para você fazer com que as políticas públicas, que podem e devem melhorar melhorar a vida da população nesse país, sejam implementadas”.
“O fato de você ter diferentes modelos de emenda, de bancada individual, de comissão que não são positivas, é fruto de negociação, de votação, de como vem sendo a evolução dos tempos. O Brasil não é o mesmo de 20 anos atrás.”
O governo acelerou a liberação de emendas ao Congresso. Na segunda-feira (22), foram liberados mais cerca de R$ 2,7 bilhões que, somados chegam a R$ 5,5 bilhões autorizados a deputados e senadores em 2024.
O presidente afirmou que não se pode dizer que a Câmara pautou “pauta-bomba”.
“Nunca a Câmara nem o presidente da Câmara causou nenhuma matéria de impacto nem pauta-bomba”, disse.
O presidente da Câmara continuou: “não se pode dizer que a Câmara pautou um projeto até hoje, uma pauta-bomba. Mas a equipe da [PEC] do quinquênio nasceu no Senado. Então se ela lançar, é uma pauta-bomba.”
Manutenção da prisão de Chiquinho Brazão
A irritação de Lira com o julgamento da manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) ocorreu por conta de comenetários de que o presidente da Câmara teria tentado interferir na votação, “o que não aconteceu”, segundo ele.
“A decisão está colocada, mas não vamos ficar polemizando sobre isso. Agora, o fato é que eu não interferi em um voto para que aquela história acontecesse.”
Lira afirmou que, dificilmente, Chiquinho Brazão estaria preso se não fosse pelo fato da prisão do deputado envolver a morte de Marielle Franco.
O presidente da Câmara atacou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padiha, por conta da manutenção da prisão de Brazão. Para ele, o governo federal, por meio do ministro, teria interferido na pauta. Padilha disse, publicamente, que o governo orientaria pela manutenção da prisão.
Fonte: G1
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