A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta sexta-feira (19) por manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. Com isso, continua proibida a venda, importação e publicidade de cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes ou pods.
Apesar dessa proibição, nos últimos anos, tem-se observado um aumento significativo no uso desses dispositivos, especialmente entre os mais jovens. De acordo com um levantamento realizado pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), o número de usuários de cigarros eletrônicos no Brasil aumentou 600% de 2018 a 2023, atingindo quase 3 milhões de pessoas.
Apesar de inicialmente parecerem menos prejudiciais em comparação ao cigarro tradicional à base de tabaco, profissionais de saúde alertam que os cigarros eletrônicos podem ser igualmente danosos. Rita Porto, professora de Enfermagem da Estácio, destaca que, inicialmente, acreditava-se que os cigarros eletrônicos poderiam auxiliar no processo de desmame de fumantes, tornando a abstinência menos difícil. No entanto, foi constatado que eles são tão ou mais perigosos que os cigarros convencionais, não sendo mais recomendados para esse fim.
“Geralmente, eles contêm líquidos aromatizados, com uma variedade de sabores, o que os torna mais atrativos. No entanto, assim como os cigarros tradicionais, também contêm nicotina e outros componentes prejudiciais à saúde”, destaca a profissional.
A professora da Estácio reforça ainda que o fumo dos cigarros eletrônicos causa efeitos nocivos tanto para o usuário quanto para as pessoas ao redor. Entre as consequências estão doenças pulmonares crônicas como bronquite e enfisema, diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo de útero, estômago e fígado), doenças coronárias como angina e infarto, e doenças cerebrovasculares como acidente vascular cerebral.
“Os efeitos são tão graves quanto os do cigarro convencional e podem se manifestar a curto prazo, especialmente entre os jovens, que são os principais usuários desses dispositivos”, explica Rita. “É uma droga, pois cria dependência no usuário e traz diversos malefícios para a saúde. Portanto, é um problema de saúde pública e devemos estar atentos ao seu uso, orientando a população sobre as consequências negativas”, adverte.
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