Enquanto milhares de feirenses e turistas se divertiam nesta sexta-feira (19), os catadores de materiais recicláveis mostraram como latinhas de alumínio e produtos plásticos, coletados na rua, podem se transformar em renda e diminuir os impactos na cidade e no meio ambiente. O projeto “Micareta Sustentável e Solidária” é uma iniciativa pioneira, promovida pelo Governo da Bahia, que vai beneficiar cerca de 300 profissionais com equipamentos de proteção individual, estrutura para armazenamento e melhores preços para comercialização dos recicláveis durante a Micareta de Feira de Santana.
O sucesso das ações deve-se ao comprometimento de uma equipe de parceiros, formada por secretarias e órgãos da gestão estadual, a cooperativa Associação Regional de Trabalhadores em Materiais Recicláveis de Feira de Santana e Municípios Vizinhos (Artemares) e a ONG Centro de Arte e Meio Ambiente (Cama).
“Toda a população é convidada a participar ativamente do projeto, seja o catador, seja quem está curtindo a festa ou trabalhando em outros segmentos, estes últimos podem ajudar destinando os materiais aos catadores e, acima de tudo, respeitando quem exerce esta atividade. O projeto também vai fortalecer toda a cadeia da reciclagem, integrando catadores, cooperativas e indústria recicladora”, explicou Silvio Santos, especialista do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
De acordo com o parceiro do projeto e coordenador executivo da ONG Cama, Joilson Santana, o principal aspecto da ação é a inclusão socioeconômica de dezenas de famílias que vivem exclusivamente da coleta de recicláveis. “Este é o início a um novo ciclo, que marca a inserção dos catadores dentro do circuito da micareta, coisa que não acontecia anteriormente, mostrando a importância da nossa categoria para a economia e sustentabilidade ambiental dessa festa. Tudo isso só está sendo possível com o incentivo do Governo do Estado”, ressaltou.
Uma história de superação, solidariedade e proteção ao meio ambiente, esses são alguns destaques na trajetória de mãe e filha, as catadoras Rosemeire Ferreira, 55 anos, e Bruna, de 30. “São 22 anos trabalhando com a coleta de recicláveis, criei milhas filhas com essa profissão, elas cresceram e hoje estão aqui, ajudando a mãe a levar o sustento para casa. Em todos esses anos aprendi muito, inclusive saber quais materiais podem seguir para reciclagem e ensinei muitos colegas, para a nossa categoria andar unida”, relatou Rosemeire, associada da Artemares.
Bruna completou: “tenho muito orgulho da minha mãe e do trabalho que fazemos, sei também da importância que temos para proteger o meio ambiente. Fico cheia de esperança com a chegada deste projeto para que a gente possa ganhar mais pelo material”.
A Central de Valorização e Inclusão dos Catadores de Materiais Recicláveis, estrutura de apoio montada pelo projeto na Avenida Presidente Dutra, segue em funcionamento durante todos os dias de Micareta, incluindo o famoso arrastão que acontece na segunda-feira (22).
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