Na manhã desta quinta-feira (18), Xênia Pimenta de Sousa, mãe de Maria Eduarda de Sousa, de apenas 13 anos, buscou a reportagem do Acorda Cidade para relatar os problemas que a filha vem enfrentando no Hospital Estadual da criança (HEC), em Feira de Santana, desde o dia 21 de março, quando deu entrada na unidade devido a uma infecção na face que, precisa ser tratada com urgência através de intervenção cirúrgica. Elas aguardam a regulação para o Hospital das Clínicas, em Salvador.
Assim que chegou à unidade, a adolescente foi diagnosticada com uma celulite orbitária no olho esquerdo. Até o momento, Maria Eduarda vem tomando medicações fortes que não trazem a evolução do caso, conforme o relato da mãe.
“Quando ela chegou aqui, o olho realmente não abria, foi feita uma tomografia, nessa tomografia constataram que uma rinossinusite, estava com o lado esquerdo do rosto bastante infeccionado, e foi descoberto um objeto de metal de 5 milímetros no canal lacrimal, de forma oval. Até a médica olhou para mim e disse: ‘mãe, em 40 anos de profissão, eu nunca vi um negócio desse’. De lá para cá, minha filha vem tomando cada vez mais, antibióticos potentíssimos, é oxacilina, é menoprin a cada 6 horas”, explicou a mãe.
Segundo Xênia, há 10 anos a filha passou por uma sondagem no canal lacrimal, mas descobriu agora que um objeto foi deixado na cavidade. Além da regulação para cirurgia, ela pede um tratamento de um infectologista o mais breve possível, pois a filha já está tendo outros problemas de saúde devido às medicações.
“Minha filha aqui entrou com esse problema na face, e agora já está com anemia, já está tendo febre, quatro dias que minha filha não come, já está pálida, os lábios brancos. Ontem eu soube que já está dando insuficiência renal. Até o momento, nunca passou por um infectologista para saber o tipo de bactéria que minha filha tem. Após uma semana de internamento, veio uma oftalmologista de Salvador e a médica falou realmente, o caso dela é cirúrgico como eu já tinha passado desde o início, precisa ser regulada para o Hospital das Clínicas, para a doutora Mari Luzzi, e assim também veio o otorrino e ele também confirmou”, pontuou.
Ainda segundo a mãe, no último dia 9 de abril, a paciente foi encaminhada para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas chegando à unidade, foi informado que lá não realizaria a cirurgia. Xênia e a filha retornaram para o HEC, onde permanecem aguardando a regulação para o Hospital das Clínicas.
“Eu quero uma solução para minha filha, eu preciso de infectologista para saber o tipo de bactéria ela tem e um antibiótico assertivo para combater essa infecção, cada vez mais está aumentando essa infecção, está aumentando o PCR, está dando anemia, já está comprometendo o rim da minha filha”.
Moradora de Feira de Santana e com mais dois filhos, Xênia está se desdobrando para ficar ao lado de Maria Eduarda. Todos os dias nos horários permitidos, ela se faz presente para acompanhar o estado de saúde da adolescente.
“Realmente eu não sei o que se pode fazer, ontem eu estava desesperada, hoje eu continuo mais desesperada ainda, porque cada dia mais essa bactéria pode generalizar, o rim da minha filha pode parar. Ontem mesmo mudaram os antibióticos, só para combater a bactéria, será que é esse realmente que vai matar a bactéria? Não foi feita a cultura, não foi feito nada”, desabafou a mãe.
Ao Acorda Cidade, Xênia pediu uma solução por parte dos responsáveis pela regulação da menina. A intervenção cirúrgica solicitada logo no início é a principal reivindicação que até o momento não foi atendida e Maria Eduarda continua a tratar uma infecção não diagnosticada.
“Segundo a pediatra, não pode espremer, não pode nada, já desinflamou, do dia que chegou aqui, já murchou. Ela não abriu o olho, porém a infecção continua e o rosto todo infeccionado, já foram feitas duas tomografias e realmente continua muito infeccionado, precisa ser regulada, como foi desde o início solicitado pelo otorrino que esteve aqui, pela oftalmologista do próprio hospital”, acrescentou.
Em contato como Acorda Cidade, o Hospital Estadual da Criança (HEC), enviou a seguinte nota sobre o caso:
O Hospital Estadual da Criança (HEC) ressalta que, cumprindo determinação legal, não informa detalhes sobre estado de saúde de pacientes e ressalta que o Serviço Social da unidade está disponível para quaisquer dúvidas familiares. O HEC reitera a excelência no atendimento e cuidado assistencial a todos os pacientes e que cumpre todas as metas estabelecidas em contrato.
Referência em gestação de alto risco e em média e alta complexidade em pediatria, o HEC preza por atendimento de qualidade. Para prestar assistência humanizada, garantindo boas práticas e a segurança na atenção às crianças e gestantes da Bahia, o hospital conta com mais de 20 especialidades pediátricas e uma equipe multidisciplinar capacitada.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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