A menor distância entre o diploma e o mercado de trabalho pode estar num curso superior de tecnologia. A curta duração e o foco em uma área específica – em comparação com os tradicionais bacharelados – podem deixar os tecnólogos dois passos à frente da concorrência: eles se formam mais cedo e é grande a demanda por conhecimento especializado.
Este ano, a principal porta de entrada para os cursos tecnológicos nas universidades federais será o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), exigido nos cursos da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), além de usado para 50% das vagas do Instituto Federal da Bahia (Ifba), o antigo Cefet.
Em média, os cursos duram de dois a três anos e depois é possível ingressar em cursos de mestrado e especialização. Ao contrário dos bacharelados, que buscam uma formação ampla sobre um campo do conhecimento, os cursos tecnológicos dão um recorte específico e focam na formação profissionalizante. Por exemplo, em vez de um bacharelado de engenharia mecânica, o vestibulando pode optar por uma graduação tecnológica em sistemas automotivos. A troca pode compensar.
“Há uma demanda grande e é difícil encontrar profissionais”, revela Nelson Leal, sócio da Perfil RH Online, empresa que há seis anos atua em Salvador na seleção de pessoal. “Muita gente prefere as faculdades tradicionais e esquece as tecnológicas, onde terá um retorno mais rápido, com salários de R$ 1,8 mil a R$ 4,5 mil”, ressalta. Ele aponta uma grande demanda por profissionais nas áreas de comércio eletrônico (pela internet), comércio exterior e logística.
Na indústria, os cursos tecnológicos também são valorizados. “A empregabilidade é de 85% e os salários iniciais variam de R$ 2,5 mil a R$ 3,5 mil”, aponta Leone Peter, gestor da faculdade de tecnologia Senai Cimatec, para os cursos de logística, mecatrônica e soldagem.
Mas Leone também aconselha cuidado. De acordo com ele, a especialização excessiva termina por limitar o campo de atuação do profissional e, no Brasil, eles ainda tendem a ganhar menos do que os bacharéis de áreas afins. No Brasil, o número de alunos que ingressaram em cursos da área cresceu 390%, entre 2002 e 2007. Mesmo assim, dos 24 mil cursos superiores existentes no país apenas 16% (quatro mil) são graduações tecnológicas. “Pela própria necessidade do mercado há espaço para ao menos o dobro disso, uns 35%”, defende o coordenador geral de regulação da educação profissional do Ministério da Educação (MEC), Marcelo Seres.
Cursos tecnológicos na Bahia
Universidade Federal da Bahia (Ufba) seleção apenas pelo Enem para os cursos superiores de tecnologia
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) seleção apenas pelo Enem, para todos os cursos
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) o antigo Cefet. Usa o Enem para 50% das vagas
Universidade Salvador (Unifacs) aceita Enem
Faculdade Ruy Barbosa aceita Enem
Faculdade Unime aceita Enem
Centro Universitário da Bahia (FIB) aceita Enem
Faculdade Castro Alves aceita Enem
Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge) aceita Enem
Universidade Salgado de Oliveira (Universo) aceita Enem
Faculdade de Tecnologia Empresarial (FTE) aceita Enem
Faculdade Maurício de Nassau aceita Enem
Faculdade São Salvador aceita Enem
Faculdade de Tecnologia Senai Cimatec aceita Enem
Faculdade Anísio Teixeira de Feira de Santana aceita Enem
Faculdade Regional da Bahia (Farb) aceita Enem
Faculdade Delta (Facdelta) aceita Enem
Faculdade da Bahia (FAB)*
Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e Letras de Candeias (FAC)*
Instituto Baiano de Ensino Superior (Ibes)*
Faculdade Luís Eduardo Magalhães (Filem)*
Faculdade do Sul da Bahia (Fasb)*
Instituto Salvador de Ensino e Cultura (Isec)*
Fonte: Ministério da Educação e INEP
*CORREIO não conseguiu contactar a instituição
(Notícia publicada na edição impressa do dia 22/09/2009 do CORREIO)