Há quase 15 dias da realização da Micareta de Feira de Santana, a montagem das estruturas da festa segue a todo vapor na Avenida Presidente Dutra, futuro circuito Maneca Ferreira, e nas ruas do entorno. Apesar da expectativa do comércio para o aumento das vendas no período festivo, está acontecendo o contrário para alguns comerciantes, como relatou a proprietária de um restaurante que tem sido prejudicada com a ocultação do espaço.
Ao Acorda Cidade, Leonete Pereira de Souza, dona de um restaurante na Rua Comandante Almiro há 10 anos, explicou que em média ela vendia 30 almoços por dia, demanda essa que caiu pela metade.
“Como se coloca uma estrutura dessas três semanas antes da Micareta? A estrutura foi montada na segunda-feira, quer dizer, que nós comerciantes deixamos de trabalhar o mês todo de abril. E as nossas contas a gente paga como? Meu movimento caiu drasticamente desde segunda-feira. Eu vendia 30, 40 almoços e estou vendendo 10, 15”, desabafou Dona Nete, como é conhecida.
De acordo com Leonete, a situação não é enfrentada apenas por ela, mas por todos os comerciantes, proprietários de restaurantes que estão localizados na Comandante Almiro.
“Gostaria que o secretário viesse ver qual a situação em que eles colocaram os comerciantes, não só a mim, como todos os comerciantes estão reclamando. Se eles chegarem aqui na rua, estão todos insatisfeitos”.
Ela disse que a estrutura que está em uma das entradas da rua será utilizada para comportar a Polícia Militar durante os dias de Micareta. Com o fechamento da via, fica impossibilitado o trânsito de clientes de várias localidades.
“Desde segunda-feira a rua está fechada, a gente tinha um movimento muito grande. O pessoal que vem dos bairros, do trabalho, que vem ao centro da cidade fazer compra ou que deixa os carros aqui na lateral, vai para a loja. Com o fechamento da rua, agora eu estou prejudicada”.
Leonete explicou que no ano passado a situação não aconteceu dessa forma, justamente porque há cinco anos os comerciantes reivindicaram e solicitaram a remoção da instalação.
“Secretário, pelo amor de Deus, vem rever isso, pelo menos tirar os tapumes, que eu preciso trabalhar. Esse ano isso voltou, mas voltou de uma forma que está prejudicando a gente. O comércio já não está lá com aquelas coisas todas. E você bota um negócio desses, você deixar de trabalhar o mês todo de abril?”, questionou.
A comerciante ainda salientou que buscou retorno de autoridades da cidade, mas até o momento ninguém apareceu para prestar esclarecimentos e resolver a situação. Além dos transtornos com os negócios, Leonete também destacou a insegurança no local.
“Fica um empurrando para o outro e o comerciante fica sem trabalhar. Estou sendo muito prejudicada, muito, não é pouco não. E sem contar que a rodoviária já tem muito assalto, muito roubo, ainda ficou com o comércio isolado. mais ainda do que já é”, ressaltou.
Em resposta ao Acorda Cidade, a Secretaria Municipal de Esporte, Cultura e Lazer informou que a instalação pertence a Segurança Pública do Estado, neste caso, a Polícia Militar que vai implementar o estande no espaço. A empresa contratada pela montagem não é ligada a prefeitura, portanto, não é possível que a Secel realize a intervenção.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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