Nesta terça-feira (02), o vereador José Carneiro Rocha, que atua como líder do governo municipal de Feira de Santana há quase dois anos, decidiu colocar sua liderança à disposição do prefeito Colbert Martins. Essa decisão vem após uma recente repercussão negativa envolvendo o vereador, que pediu um minuto de silêncio em homenagem a um autor de feminicídio durante uma sessão na Câmara legislativa.
“Eu assumi a função de líder do governo, escolhido pelo prefeito. É uma função exclusiva do prefeito municipal. É ele que escolhe, ele que decide quem ele quer como líder. Quando fui o escolhido, agradeci e procurei desenvolver com responsabilidade, acima de tudo com o objetivo de retribuir a confiança a mim depositada e procurei ser o porta-voz do governo com honestidade e sendo correto. Porém durante essa semana eu sofri um desgaste em decorrência de uma posição tomada de forma errada, na hora errada, no lugar errado e teve-se um desgaste muito grande com a minha pessoa. E o que eu fiz? Procurei o prefeito e disse a ele que a função de líder estava à disposição dele para que ele avaliasse se esse desgaste que tive estava respingando ou não no governo e, consequentemente, se estiver, que ele procurasse um outro nome para substituir. Nada mais, nada menos do que o meu dever como cidadão, meu dever como parlamentar, o meu dever como uma pessoa da confiança do prefeito, escolhido então para assumir essa função de líder”, afirmou.
Conforme o vereador José Carneiro informou ao Acorda Cidade, o prefeito Colbert Martins relatou que iria avaliar a condição.
“Colbert me disse: “Zé, esse é um ato de grandeza. Eu fico feliz pela sua postura, pela sua posição, mas ainda não passou pela minha cabeça qualquer coisa relacionada a essa questão. Vamos segurar, vamos dar mais um tempo e eu vou avaliar”. É um direito sagrado do prefeito e eu fiz exatamente o que tinha que ser feito, tenho certeza que procurei corresponder à expectativa, procurei transmitir a mensagem do governo de forma honesta, de forma correta e não saio sem ressentimento. Eu quero aproveitar a oportunidade para dizer que o desgaste sofrido é do conhecimento de todos”, pontuou.
O vereador reconheceu que agiu de forma emocional e relembrou a sua atitude ao pedir um minuto de silêncio a um suspeito de matar a esposa e posteriormente cometer suicídio.
“Eu pedi um minuto de silêncio para prestar homenagem a um cidadão que eu convivi por 40 anos. Eu agi de forma muito emocional. Eu não deixei a razão falar, deixei a emoção falar mais alto e fui infeliz naquela observação e algumas pessoas colocaram de forma que eu tivesse cometido um crime. Eu cometi um erro, crime não. Cometi um erro, porque eu homenageei, eu tentei homenagear uma pessoa que infelizmente assassinou a esposa e depois se matou. E quem mata e quem se suicida, por mais amigo que fosse, não é digno e merecedor de uma homenagem. Eu pedi desculpa à sociedade, pedi perdão à família de Geisa, que foi assassinada. Eu me retratei publicamente e nem isso, nem isso algumas pessoas consideraram e fui torturado. Respeito à opinião de todos e sei que errei, assumo que errei”, relatou.
Ao Acorda Cidade, o líder do governo na Câmara disse que deseja se redimir do erro e coloca seu mandato à disposição de entidade em prol do combate à violência contra a mulher.
“Eu não sou defensor de violência e meu mandato estará à disposição de qualquer entidade que esteja trabalhando nessa linha de pensamento. E não só o mandato de vereador, mas o cidadão, o pai, o marido Zé Carneiro, estará sempre à disposição. Tenho mulher, tenho duas filhas, tenho neta e tenho milhares de amigas que, por certo, se tiverem a oportunidade de testemunhar, vão dizer quem eu sou. Jamais defensor de violência, jamais estaria fazendo qualquer apologia a um ato de violência, nem contra homem e nem muito menos contra mulher”, finalizou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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