“O abalo é mundial e vamos aguentar enquanto pudermos”. A afirmação é do diretor do Jornal Folha do Norte, Hugo Navarro Silva, ao analisar as possibilidades de sobrevivência do jornal impresso após o surgimento das novas mídias. Em entrevista ao repórter Ney Silva, no programa Acorda Cidade, ele falou sobre os 100 anos do jornal, completados nesta quinta-feira (17).
Com o conhecimento de quem está à frente de um veículo centenário, o jornalista e advogado considera que o jornal se mantém vivo pela capacidade de se adaptar às mudanças impostas pela tecnologia. Ao lado do irmão e também advogado Antônio Navarro Silva e funcionários do jornal, ele participou da sessão solene comemorativa do centenário da Folha do Norte, realizada na noite de ontem (16) pela Câmara Municipal.
A história do jornal foi tema do discurso de saudação feito pelo vereador Carlos Alberto Rocha da Costa (PMDB), autor da homenagem, na abertura da sessão conduzida pelo presidente do Legislativo, Antônio Carlos Passos Ataíde (DEM). Segundo ele, o jornal é “um arquivo vivo da memória de Feira de Santana” e a sua história confunde-se com a história da cidade.
“Não se pode no presente pensar em projetar o futuro sem buscar o passado”, afirmou a professora Kátia Maria da Silva Carvalho, palestrante da noite, que apresentou um detalhado estudo sobre a imprensa periódica em Feira de Santana, contextualizando com o país e o mundo. Partindo da idéia de que a imprensa dissemina conhecimento, ela fez associações entre o desenvolvimento da cidade e o surgimento de órgãos de comunicação.
A palestrante lembrou que a Folha do Norte circulou inicialmente como diário, de 1909 a 1977, e a partir de então como semanário, circulando sempre na sexta-feira. Em 1976 começou a usar o sistema off set. O jornal foi fundado por Tito Ruy Bacelar, João Vital, Arnold Ferreira da Silva e Dálvaro Silva. Hoje, é dirigido por Hugo e Antônio Navarro e editado pelo jornalista Zadir Marques Porto.