Feira de Santana

Muita gente reavaliou preconceitos a partir da nossa campanha, diz Jhonatas Monteiro

Ele fez uma avaliação da campanha e disse que para que aconteçam mudanças é preciso ter paciência

Roberta Costa

O candidato Jhonatas Monteiro (PSOL), surpreendeu ao ficar na frente do atual prefeito de Feira de Santana, Tarcízio Pimenta (PDT), com 9,21%. Tarcízio ficou com 6,10% dos votos validos na eleição que elegeu José Ronaldo (DEM), com 66,04% das urnas e deixou o deputado Neto (PT) na segunda posição, com 18,65%. 

 
Em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta quinta-feira (11), Jhonatas disse que o impacto da sua campanha vai além dos números“Nós cumprimos um papel educativo importante na cidade, que é uma das funções do partido de esquerda. Muita gente reavaliou preconceitos, por exemplo, com um jovem negro como eu, que usa dread nos cabelos. A campanha demonstrou que tem um setor na cidade interessado em mudanças, em fazer parte disso.”
 
DoaçõesJhonatas informou que pretendia gastar no máximo R$50 mil na campanha, mas o número foi bem menor, em torno de R$20 mil. “Nossa campanha é colaborativa.”
 
Voto de protesto comentários por Feira de Santana, que o expressivo número de votação de Jhonatas decorreu em boa parte de votos de protesto, principalmente dos professores estaduais. Ele não acredita nessa afirmação.
 
“Não corresponde a realidade. As pessoas votam nos candidatos por várias razões. Eu recebi dois votos principais: o ideológico e o voto de convencimento. Pessoas que tradicionalmente são de esquerda e estavam sem referências depois dos descaminhos do PT, optaram por nossa candidatura e também, através de debates promovidos por diversos meios, percebemos que muita gente ficou convencida por nossa proposta e aderiu a campanha”. Ele acrescentou que, “quem dá credibilidade a proposta é a postura do candidato”.
 
O candidato do PSOL também fez uma avaliação dos outros candidatos a prefeito de Feira de Santana. Sobre o atual prefeito, Tarcízio Pimenta, ele falou que “ele fez promessas de campanha que não correspondia com a realidade vivida pela maioria da população e ainda sofreu boicote do pessoal ligado ao ex-prefeito (José Ronaldo), o que foi minando sua administração por dentro”.
 
“O rasta”, como Jhonatas ficou conhecido, disse também que modelo usado pelo PT na campanha está desgastado. “Essa história de alinhamento político é antiga. O Carlismo investiu nisso durante muitos anos e agora o PT está fazendo o mesmo. Não se pode acender uma vela para Deus e outra para o diabo”. Ele considera que o principal diferencial de José Ronaldo é que as gestões anteriores a ele foram muito ruins. “O que aconteceu foi uma regularização administrativa. Ele promete diálogo na campanha, mas fez uma gestão totalmente autoritária.”
 
Secretaria de Educação – Existe um movimento, principalmente, nas redes sociais para que Jhonatas seja nomeado pelo prefeito eleito secretário de educação, mas ele descarta essa hipótese. “Não existe possibilidade disso por várias razões. Por mais autonomia que um secretário tenha, ele segue a orientação da prefeitura e na propaganda eleitoral do candidato não houve sinalização de que a educação será prioridade no governo”.
 
Jhonatas, no entanto, diz que para que ocorram mudanças, é preciso paciência. “Quero ser voz ativa nas questões públicas da cidade. A campanha teve o objetivo de atrair quem está cansado dos abusos que dominam a política. Quem tem interesse de mudar as coisas de verdade não pode ter pressa. A paciência é uma virtude revolucionária.”
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