Agentes de endemias que trabalham em Feira de Santana realizaram uma manifestação na manhã desta sexta-feira (15) para cobrar melhores condições de trabalho, como o aumento do número de pessoal e novos equipamentos. A mobilização começou no cruzamentos entre as Avenidas Getúlio Vargas e Mária Quitéria com o objetivo de chamar a atenção dos órgãos públicos para a categoria, em um momento que eles são fundamentais para combater a dengue e outras arboviroses na região.
Sob o forte sol desta manhã, os agentes compareceram em peso com cartazes, faixas, apitos e palavras de ordem para cobrar melhorias e também, alertar a população da cidade sobre o trabalho deles que é de suma importância no combate a dengue. São os agentes de endemias orientam a população e ajudam a eliminar muitos criadouros do mosquito.
O presidente do Sindicato dos Agentes de Combate às Endemias de Feira de Santana (Sindascofer), Jaquilênio Ferreira, esteve presente e falou ao Acorda Cidade as dificuldades que os agentes estão enfrentando, antes mesmo da epidemia, mas agora, com o aumento dos números de casos de dengue, fica ainda mais complicado combater o mosquito com poucos servidores.
“Nosso objetivo é mais uma vez mostrar à população o nosso quantitativo que está tão pouco. E também cobrar da prefeitura que de fato abra um concurso que no mínimo seja para 150 agentes de endemias. Feira de Santana teve esse crescimento de imóveis nos últimos anos e o quantitativo de agentes diminuiu devido à aposentadoria, questão de saúde e infelizmente alguns faleceram”, explicou.
O concurso anunciado pela Prefeitura de Feira abriu 60 vagas para novos agentes, o que segundo o sindicato, não atende às reais necessidades da segunda maior cidade do estado. Mesmo com a convocação de 40 agentes em fevereiro deste ano, diante das circunstâncias de epidemia, ainda é insuficiente.
“60 vagas é muito pouco para uma questão imediata. A gente soube que tem a possibilidade de chamar os 60, mais aquele pessoal de reserva. Mas, isso é uma demora. Feira de Santana está urgentemente necessitando de mais profissionais, porque alguns estão para se aposentar. Um quantitativo de pelo menos 150 de imediato já seria de bom tom”, informou.
Segundo Ilda Angélica, presidente da Confederação Nacional de Agentes de Comunitários de Saúde (Conacs), a falta de agentes é uma realidade nacional que acaba sucateando a mão de obra dos trabalhadores em serviço.
“O número de agentes de combate às endemias em todos os municípios brasileiros tem uma defasagem muito grande. Com isso, sobrecarrega os poucos que estão na área. Então, traz o prejuízo para toda a população, a questão da dengue, das arboviroses, porque são esses profissionais que estão adentrando nos domicílios, levando a educação, a informação, para que a própria comunidade se proteja dessa doença tão terrível”, pontuou.
Em relação à Feira, ela ainda reforçou que não há condições de realizar um trabalho eficiente levando em conta todo o território da cidade, que ultrapassa a normativa do Ministério da Saúde, para que cada agente visite 800 imóveis.
Além disso, o presidente pontuou para que a Vigilância Epidemiológica e o município permitam a volta dos agentes para os seus zoneamentos, que ficam mais próximos de seus bairros.
“O agente no seu bairro vai facilitar bem mais o combate a dengue. Também cobrar sobre o plano de carreira, repelentes, protetor solar que estes profissionais demoram de receber e muitas vezes quando recebem já estão vencido”, disse Jaquilênio Ferreira.
Outra questão importante colocada pela categoria é a criação de Pontos de Apoios (PA), onde os agentes possam se organizar antes e depois do trabalho de campo.
“Tem turmas que se reúnem embaixo de árvores, mesmo chovendo, sob o sol, às vezes, na varanda de um bar, que acontece muito, e às vezes a população vê esses profissionais nesses lugares e criticam, não sabe o motivo que estão ali e criticam. Então, basicamente, todos esses agentes, todas as turmas estão necessitando desse ponto que deveria ser até, de repente, ofertado por algum órgão do município”, ressaltou.
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Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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