A mais nova presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar de Feira de Santana (Sintraf) tomou posse no final da manhã desta sexta-feira (23), durante cerimônia no CSU (Centro Social Urbano).
Adriana Lima foi eleita em 11 de novembro de 2023, com 1.356 votos no total. No período de quatro anos ela vai dividir a gestão com a vice-presidente, Lucivania Gomes. Um dos desafios da nova diretoria é regularizar os cadastros de Declaração de Aptidão (DAPs) vencidas.
Os filiados, trabalhadores e agricultores compareceram em peso para prestigiar a posse da nova diretoria. Representantes sindicais também participaram.
Apresentações, músicas e discursos marcaram a cerimônia. Parentes e amigos da nova direção também estiveram presentes.
A reportagem do Acorda Cidade conversou com a presidente para entender as futuras ações à frente do Sintraf. A gestão vai traçar estratégias políticas e de trabalho para organizar a classe trabalhadora, em especial a agricultura familiar no município.
“A principal expectativa é mudança e lutar pelos nossos direitos para que eles sejam garantidos. Como a gente vê, essas lutas travadas na necessidade são diversas. Então, nesse momento, é necessário criar força para suportar e superar os obstáculos que são colocados constantemente na vida dos agricultores”, relatou Adriana ao Acorda Cidade.
Para Adriana, este será um ano de muitas lutas, onde a segurança terá uma abordagem especial. Para isso, os trabalhadores precisam ser ainda mais encorajados para superar os desafios já postos nos 53 anos da entidade e dos que ainda virão pela frente.
“As metas que estamos procurando é buscar as parcerias, porque o meio rural tem uma série de dificuldades e isso precisa ser enfrentado com sabedoria. Inicialmente a gente está sofrendo e enfrentando um grande desafio, que é a longa estiagem. Agora, é o grande número de chuva caindo no meio rural e a gente sabe que enfraquece o solo”, pontuou.
Além disso, a presidente ressaltou a importância da participação dos trabalhadores nas ações do Sintraf, se associando, indo até a sede, conhecendo as atividades para estarem contribuindo com as ideias, políticas e decisões das lutas pleiteadas.
Com aproximadamente quatro mil filiados, o sindicato tem o objetivo principal de lutar a favor da classe trabalhadora e dos agricultores da região.
A presidente da Central Única dos Trabalhadores da Bahia (CUT-BA), Maria Madalena Firmo, conhecida como Leninha, esteve presente na posse da nova gestão. Ela falou sobre os desafios que as novas eleitas terão pela frente em um ano eleitoral.
“Os trabalhadores precisam se organizar para eleger suas representações, que olhem depois para a classe trabalhadora, para o meio rural, além dos desafios também, da questão da formação sindical”.
Maria Madalena relembrou a trajetória da presidente empossada na secretaria de formação sindical da CUT Bahia e reforçou a importância dela estar assumindo a presidência de um grande sindicato, que é o de Feira de Santana.
“A gente já percebe o tamanho do desafio que é dar continuidade ao trabalho que já vem sendo desenvolvido pela companheira Conceição e a diretoria. Adriana fazia parte da diretoria anterior e agora segue num processo que é natural de renovação de quadros que assume a linha de frente do sindicato. Não é só a presidente, é toda uma diretoria que eu quero parabenizar, que está tomando posse nesse momento”, ressaltou.
Um desafio apontado pela presidente é o cadastro de mais de sete mil agricultores de Feira que estão com a Declaração de Aptidão (DAP) ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) vencidas.
“Isso impede o trabalhador de acessar qualquer recurso público, inclusive para melhorar a lavoura, melhorar a roça, e isso vai ser a próxima tarefa que o sindicato vai enfrentar a partir de segunda-feira, organizar esse povo”, explicou Firmo ao Acorda Cidade.
Chuvas na Bahia
Em entrevista ao Acorda Cidade, a presidente estadual da CUT ainda falou sobre as fortes chuvas que têm devastado as cidades baianas e causado muitos prejuízos para os agricultores. Ela também comentou sobre a seca que assolou a zona rural de Feira de Santana no ano passado.
“Recentemente tivemos na sede do sindicato um debate sobre a questão da seca. A agricultura familiar estava perecendo, no sentido de se acabar mesmo, de morrer por falta de água, por falta de chuva. Quando é agora, muita chuva. Em Feira de Santana, na área rural, em boa parte, como é um terreno arenoso, tem menos problema, mas quando chega em outras regiões, com um terreno diferente, isso está alagando, e está alagando a cidade de Feira também”, informou.
A falta de equilíbrio do clima foi um dos assuntos discutidos este mês, no Rio de Janeiro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o encontro entre líderes mundiais, a reunião de Chanceleres do G20.
A presidente da CUT fez uma avaliação breve sobre o desequilíbrio climático nos últimos anos e as consequências para o trabalhador do campo.
“O ex-presidente da república facilitou para que a situação desequilibrasse o clima do Brasil, e nós estamos sofrendo agora as consequências. Muita chuva num canto, falta de chuva em outro, e a agricultura familiar sofre, tanto com muita chuva como com a falta. Perde o que está sendo cultivado no campo. Já está perdendo em algumas localidades, e continua nesse sufoco”, afirmou.
Leia também: Votação para eleger diretoria do Sintraf acontece neste sábado na sede e na zona rural de Feira (11)
Presidente da CUT fala sobre o primeiro ano do novo mandato do presidente Lula
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram