Após os seis dias de vendas no Carnaval de Salvador, ambulantes que residem em Feira de Santana não ficaram satisfeitos com os lucros deste ano nos circuitos Barra/Ondina e Campo Grande. A reportagem do Acorda Cidade encontrou alguns deles no Terminal Rodoviário, na manhã desta quarta-feira (14) e fizeram uma avaliação sobre a movimentação nos dias de folia na capital baiana.
Apesar do aumento da economia nesta época, os trabalhadores não conseguiram compensar o dinheiro em que investiram na compra de bebidas. Cerca de 300 ambulantes de Feira de Santana estiveram em Salvador para vender os seus produtos.
O vendedor ambulante José Antônio Borges Júnior, que trabalha há 16 anos na festa momesca, relatou que um dos motivos para a queda nas vendas no circuito Osmar, no Campo Grande, foi a chuva.
“Não foi ruim a venda, mas também não foi tão maravilhoso assim por conta da chuva, mas só tenho a agradecer. Não sei informar precisamente quanto vendi, porque variava em torno de 10 caixas por dia, tive um pequeno lucro, mas graças a Deus, não tenho nada a reclamar”, disse.
Edilene Teles, que também trabalhou no circuito do Campo Grande, aproveitou o momento das vendas para curtir o show de uma das suas cantoras preferidas, Ivete Sangalo. A vendedora completou que também conseguiu tirar um ‘trocado’ no período da festa.
“Levei duas caixas de isopor, o movimento foi mais ou menos, deu para tirar um trocadinho, a não ser a chuva que empatou a gente trabalhar. O ano passado foi melhor do que esse ano. Trabalho sempre no Campo Grande porque é mais sossegado de trabalhar do que na Barra. Gostei muito da participação de Ivete Sangalo. Estou de virote, mas foi legal”, contou.
Já para dona Cida, que trabalha há mais de 40 anos no Carnaval de Salvador no Circuito Dodô, Barra/Ondina, este ano, o prejuízo financeiro foi grande. Ela contou que além de não ter conseguido o dinheiro que foi investido, precisou gastar para realizar as necessidades básicas, como tomar banho. A proposta, segundo ela, é compensar o prejuízo na Micareta de Feira de Santana.
“Estou de virote, dormi lá pelos passeios, passando necessidades, arriscando a vida. Nunca me aconteceu isso de voltar com mercadoria. O ano passado foi melhor do que este ano. Eu trabalho no Carnaval desde que eu tinha 17 anos de idade, nunca tive um Carnaval que nem esse. Foi prejuízo total. Usou muito gelo, investi mais de mil reais e não tirei esse valor. Peguei o dinheiro emprestado com uma vizinha. Vou tentar recompensar na Micareta. Ficamos oito dias lá, pagando R$ 5 para tomar banho. Se vai no banheiro, é R$ 5, tudo em Salvador é dinheiro”, finalizou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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