Com a informação de que a prefeitura realizará um novo recadastramento dos camelôs que trabalham no Shopping Popular Cidade das Compras (veja mais aqui), a Associação dos Camelôs do entreposto comercial está confiante de que haja um número atualizado de quantos profissionais atuam no local.
A expectativa para este número é porque, segundo Elisabeth Araújo de Oliveira de Jesus, presidente da Associação de Camelôs, muitos comerciantes teriam desistido do empreendimento, devido ao fraco movimento. Em entrevista ao Acorda Cidade nesta quinta-feira (8), ela falou que cerca de 700 boxes se encontram fechados.
“Nós entramos aqui com um cadastro inicial de 1700 pessoas, chegou a sair na primeira lista, mas nem todos esses receberam o boxe, tiveram alguns ainda que não estavam prontos e foram recebendo ao longo dos anos. E assim, no cadastramento de 2022, só tinha 1200 camelôs. Um levantamento que foi feito esse ano, que não é exato, ficou em 800. Agora, nesse novo recadastramento, a gente está indo na expectativa para ver de fato quantos camelôs ainda ocupam esse espaço aqui. Muitos abandonaram, eu acredito, abandonaram por falta de cliente, de venda. Aqueles que trabalham aqui, geralmente trabalham meio período, aí abrem um período, outro período saem para ganhar o pão em outro lugar, outros realmente abandonaram, estão vivendo já de carteira assinada, montaram seu comerciozinho na porta da casa, outros já trabalham no meio da rua, subindo com a tela, então assim, cada um procurou se reinventar para sobreviver. Cerca de 700 boxes estão fechados aqui, vamos ver ao certo no recadastramento”, contou.
Elisabeth Araújo ainda destacou que houve um encontro junto ao secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Wilson Falcão, no Shopping Popular Cidades das Compras para tirar dúvidas sobre o recadastramento dos comerciantes. Uma das informações divulgadas pelo secretário foi que o recadastramento segue até esta sexta-feira (9).
“Hoje pela manhã, nós convidamos o secretário para vir aqui para tirar algumas dúvidas. Desde o dia 5 de fevereiro que a concessionária, juntamente com a intervenção, publicou que seria feito um recadastramento para identificar quem eram os camelôs. O secretário esteve aqui justamente porque a nossa expectativa era ver um documento contestando que o prefeito era conforme o recadastramento, só que ele esteve aqui e informou para nós que ainda vai sair essa publicação, mas que de fato a prefeitura tem ciência, a Secretaria tem ciência e orienta, a todos os camelôs que estão aqui dentro trabalhando no espaço, que possam comparecer até a administração, munidos de documentação, identidade, comprovante de residência para atualizar esse cadastro. E esse prazo aí vai até amanhã, dia 9, eu não sei se vai estender, mas de primeira mão é até amanhã”.
Outros recadastramentos já foram feitos no entreposto comercial para identificar os comerciantes. A presidente da Associação frisou que, mesmo com a insegurança de que não haja um documento oficial comprovando o recadastramento, que os comerciantes atualizem os seus dados indo à secretaria e levando as devidas documentações.
“Nós já fizemos um cadastramento em 2022, e agora mais esse. Esse cadastramento acontece toda vez que o camelô se junta, se reúne e aí vem uma intervenção ou acontece algo diferente aqui dentro do empreendimento, aí a prefeitura acha por bem-fazer esse recadastramento para identificar os camelôs. E assim, o pessoal, a princípio, estava apreensivo, porque assim a gente estava meio com o pé atrás, justamente porque não tem ainda um documento oficial da prefeitura, então, quando não tem esse documento oficial, a gente fica um pouco acanhado, mas o secretário deixou hoje transparecer que a prefeitura vai publicar e eu costumo dizer sempre a todo camelô que vem aqui que ainda não sabe do recadastramento, que faça. Eu, enquanto presidente da Associação, tenho o nome também no cadastro, já fiz o recadastramento, porque para gente é importante fazer, independente se for a primeira, se for a segunda, se for a terceira, e toda vez que a prefeitura acha que é preciso fazer atualização, rever todos os camelôs, é interessante a gente comparecer assim, levar a documentação e aguardar aí os próximos passos”.
Elizabeth concluiu também reforçando os principais desafios dos trabalhadores em permanecer no entreposto comercial e pediu para que os comerciantes realizem o cadastro caso não estejam regulares.
“A gente sempre pontua o maior problema do empreendimento, que é a questão do movimento, o custo por um espaço que ainda não está pronto, que é o que o secretário sempre fala. Então, nós esperamos que depois desse recadastramento, se for passar para o consórcio, que sente antes com todos esses camelôs que foram encontrados no cadastramento, para a gente definir os próximos passos daqui para frente, saber como fica a nossa situação aqui de sobrevivência. E uma coisa eu digo para o camelô que veio da rua, veio documentado, está trabalhando, precisa de espaço para trabalhar, é que venha fazer o cadastro e continue confiando em Deus, porque é Deus que abre portas”, finalizou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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